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Câmara abre sindicância para apurar assessores de vereadores que estariam no esquema de cargos secretos do Ceperj

Nas investigações do MP-RJ, Campos aparece com retiradas na boca do caixa que chegam a R$ 3 milhões

Campos
Por ASCOM
9 de agosto de 2022 - 18h34
Fábio Ribeiro, presidente da Câmara (Foto: Carlos Grevi)

O presidente da Câmara de Vereadores de Campos, Fábio Ribeiro, informou, com exclusividade à equipe de reportagem do Jornal Terceira Via, nesta terça-feira (9), que o Legislativo abriu uma sindicância para apurar a denúncia de que assessores de vereadores estariam no esquema dos cargos secretos da Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Ceperj). Segundo matéria veiculada pela Rede Globo, na noite da última quinta-feira (4), no RJTV 2ª edição, 12 assessores nomeados em gabinetes de cinco vereadores de Campos teriam recebido um montante que ultrapassa os R$ 200 mil do órgão estadual, mesmo sendo funcionários lotados nos gabinetes.

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“Na última sexta-feira foi publicada uma portaria nomeando uma comissão investigativa para apurar as denúncias. Essa comissão vai apurar se os servidores estariam recebendo pelos dois órgãos, o que é indevido. Então vamos investigar. E, depois disso, tomar as medidas estabelecidas em lei”, disse o presidente.

Esquema
Funcionários contratados por meio de cargos secretos pela Fundação Ceperj sacaram R$ 226,4 milhões em dinheiro no Banco Bradesco somente nos sete primeiros meses deste ano. A informação é proveniente de uma investigação realizada pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ) após reportagens publicadas pelo UOL. Em Campos dos Goytacazes, segundo as investigações, foram sacados cerca de R$ 3 milhões, dos quais mais de R$ 500 mil em um único dia.

Os dados constam em uma ação que tramita o dia 31 de julho na 15ª Vara de Fazenda Pública do Rio. Nela, os promotores pedem a suspensão de novas contratações pelo órgão a não ser que haja transparência. O volume sacado em espécie nas agências onde os funcionários recebem seus pagamentos representa 91% de tudo o que a fundação pagou a eles em 2022 (R$ 248,9 milhões). Após o pedido, o MP obteve na Justiça decisão determinando que o Estado do Rio de Janeiro e a Fundação Ceperj não realizem contratação nem pagamento de pessoal sem a devida divulgação.

Repercussão na Câmara
O vereador Maicon Cruz disse que os servidores que trabalham no seu gabinete, na Câmara de Vereadores de Campos e aparecem na lista dos que recebem pela Ceperj, na verdade pediram demissão. Ele revelou ainda que os dois passaram por processo seletivo.

“Eles foram aprovados no processo seletivo e pediram para sair do Ceperj. E tudo isso aqui não foi datado de agora não, por conta desse show midiático não. Isso daqui foi tudo anteriormente a todas essas reportagens”, disse o vereador, que acusou a imprensa de perseguição.

Já o vereador Helinho Nahin usou o tempo para falar sobre o jornalista Fabrício Cabral, apontado por matéria do Uol apontado pelo MP-RJ como “funcionário que recebeu mais dinheiro” de suposto esquema na Ceperj.

“Ao contrário de um bando de puxa saco e baba ovo que fica levando Wladimir para o precipício, eu não me escondo. Fabrício Cabral é meu amigo sim. E quando algo acontece, eu não me escondo. É meu amigo sim, prestou o serviço sim e ele vai provar isso quando for necessário, a quem é de direito”, disse.

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