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Após ofensas à primeira-dama, Câmara protocola CPI para apurar violência contra a mulher em Campos

Comissão Parlamentar de Inquérito já tem assinatura de 11 vereadores

Geral
Por Redação
29 de setembro de 2021 - 10h57
Sessão plenária de terça-feira (Foto: reprodução/Youtube)

A Câmara Municipal de Campos protocolou, na noite dessa terça-feira (28), um requerimento para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar violências sofridas pelas mulheres em Campos dos Goytacazes. A medida, assinada por 11 vereadores, foi motivada pela troca de farpas entre o prefeito Wladimir Garotinho (PSD) e o secretário de Estado de Governo, Rodrigo Bacellar (SD), durante o último fim de semana, na qual Bacellar acabou citando a primeira-dama de Campos, Tassiana Oliveira (veja aqui). Como desdobramento, a primeira-dama esteve na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para prestar queixa contra Bacellar (veja aqui).  

Ainda durante a sessão plenária dessa terça, o assunto foi levado ao plenário por Marquinho Bacellar, irmão de Rodrigo Bacellar. “Eu acho que o objetivo do prefeito foi atacar uma reunião nossa que contou com a presença de quatro ex-prefeitos: Sérgio Mendes, Dr. Alexandre Mocaiber, Dr. Nelson Nahim e Rafael Diniz. Além de oito vereadores e sete ex-vereadores. O tema da reunião foi mostrar o trabalho do meu irmão. E, por incrível que pareça, ele ainda elogiou alguns pontos dessa quadrilha de Garotinho, sem atacar ninguém. Então, faço a pergunta a vocês: o covarde e inseguro do prefeito se incomodou com o quê?” questionou.

A confusão do fim de semana começou com uma postagem do prefeito Wladimir Garotinho, na qual ele criticava a reunião promovida por Rodrigo Bacellar, na qual Rafael Diniz (Cidadania) estava presente. Em resposta, Bacellar disparou: “O ex-prefeito atualmente está casado e feliz, não representa o perigo que você imagina, não leva pro coração esse recalque! Devia se preocupar mais com o futuro político dela (primeira-dama), pois se for mesmo para Brasília como você planeja, as chances de você ser passado para trás são bem maiores”. A postagem foi classificada pela Diretoria de Mulheres da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) e a OAB Mulher Campos como de “cunho sexista e misógino”. O assunto acabou ganhando repercussão nacional (veja aqui).

Assinaram o requerimento para a instalação da CPI os vereadores: Álvaro Oliveira (PSD), Bruno Pezão (PL), Diego Dias (Podemos), Edson Batista (Pros), Kassiano Tavares (PSD), Leon Gomes (PDT), Luciano Rio Lu (PDT), Marciones da Farmácia (DEM), Marquinho do Transporte (PDT), Pastor Marcos Elias (PSC) e Silvinho Martins (MDB). Para a criação de uma CPI são necessárias pelo menos 13 assinaturas.

“Seja qual for a mulher, eu me vejo no direito e dever de estar aqui. É essencial que a gente esteja aqui falando, dizendo e defendendo a honra e os direitos das mulheres. Nós também, enquanto homes, devemos promover o devido respeito e atuar na defesa desses direitos”, disse Diego Dias, que é presidente da Comissão dos Direitos das Mulheres na Câmara, enquanto defendia a instalação da CPI.

CPI da Saúde

E, por falar em CPI, a Câmara aprovou, na mesma sessão, requerimento para prorrogação de 90 dias nos trabalhos da Comissão que investiga possíveis irregularidades nos contratos administrativos provenientes da Secretaria Municipal de Saúde fechados durante o governo passado, a chamada CPI da Saúde, instalada em março de 2021. Em seu pronunciamento o vereador Marquinho Bacellar (Solidariedade), que é membro da CPI, criticou o trabalho do grupo.

“O que me soa muito estranho é que já são 200 dias de CPI sem ninguém ser chamado aqui para falar nada sobre a saúde. São 200 dias de CPI com apenas nove reuniões. Quatro delas, não teve reunião. Então, eu acho que essa CPI não pode ser usada como manobra para impedir que novas CPIs entrem na pauta”, destacou o vereador. Apesar da crítica, Marquinho Bacellar votou a favor da prorrogação. O requerimento foi aprovado por unanimidade.