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Primeira-dama de Campos se posiciona sobre ataque de Bacellar: “baixo, machista e intolerável”

Tassiana Oliveira foi citada pelo secretário de Estado de Governo de forma considerada misógina durante troca de farpas com Wladimir Garotinho

Política
Por Redação
28 de setembro de 2021 - 10h17
Tassiana Oliveira. (Foto: Divulgação/Prefeitura de Campos)

A primeira-dama de Campos, Tassiana Oliveira, se posicionou, em suas redes sociais, sobre o ataque do deputado estadual licenciado e secretário de Estado de Governo do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar (SD). “Fui vítima de um ataque baixo, machista e intolerável por um ocupante de cargo público que deveria lutar pelos direitos de nós mulheres e não incentivar o sexismo”, escreveu.

Tassiana foi citada durante uma troca de farpas nas redes sociais. O bate-boca começou após o prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (PSD), criticar um encontro político do secretário de Governo, que teve a presença do ex-prefeito Rafael Diniz (CDN). Em réplica nas redes sociais, Bacellar recorre a uma fábula, na qual um escorpião, por sua natureza traiçoeira, pica a rã que o carregava durante a travessia de um rio e ambos morrem afogados.

No final do post, o secretário ataca a primeira-dama: “No meio político todos entendem a raiva que o escorpião tem do seu antecessor. Ele reverbera seu veneno por insegurança conjugal, pois sua esposa parece que sempre sonhou ser primeira-dama. Pela relação amorosa que teve com o seu antecessor, o escorpião em toda oportunidade sempre busca atacá-lo de forma insidiosa. Isso é típico de homens inseguros, a gente até entende!”, escreveu.

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A fala foi considerada “misógina”, pela Diretoria de Mulheres da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) e pela OAB Mulher Campos, que emitiram nota de repúdio conjunta no domingo (26).

O assunto ganhou a mídia nacional e, na noite desta segunda-feira, Tassiana esteve na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), onde registrou queixa contra Bacellar.

Veja abaixo a íntegra da postagem feita pela primeira-dama:

Após muita reflexão e oração buscando entendimento sobre o ocorrido, decidi escrever essa nota.

A vida das mulheres nunca foi fácil, passamos por muitos percalços ao longo da história para termos reconhecimento e conseguir ocupar espaços, seja na esfera pública ou privada. A luta de uma, é a luta de todas. São milhares que sofrem todos os dias com agressões físicas, emocionais e psicológicas. Dessa vez foi comigo. Fui vítima de um ataque baixo, machista e intolerável por um ocupante de cargo público que deveria lutar pelos direitos de nós mulheres e não incentivar o sexismo.

Se eu me calo, eu estaria motivando a continuidade de atos praticados todos os dias contra nós. A nossa liberdade não tem preço, tem valor.

Participei recentemente da inauguração do Centro Especializado de Atendimento a Mulher (CEAM) em Campos, me lembro dos depoimentos e de uma frase que me marcou: “não fiquem caladas”. Por mim e por todas as mulheres eu não tenho o direito de ficar, mesmo correndo o risco de me expor ainda mais. Além dessa nota registrei denúncia na Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher (DEAM) e ingressarei com ações de judiciais cabíveis.

Sou mulher, sou filha e sou mãe e peço a Deus que abençoe a família do meu agressor, a sua mãe, a sua esposa e todas aquelas com quem ele convive para que nunca passem pelo constrangimento de serem agredias e afrontadas moralmente como eu fui.

Construí a minha família com quem amo e admiro, são 16 anos de união, cumplicidade e desafios ao lado de uma única pessoa.

Por fim, peço a Primeira Dama do Estado, Analine Castro, mulher de família e de honra, que não permita o avanço desse comportamento por parte de integrantes do governo. Os direitos das mulheres devem ser defendidos por todos, principalmente por quem Deus permitiu estar onde está.

Por todas nós, TASSIANA OLIVEIRA