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Polícia Civil encaminha Emanuelle Porto para novo exame pericial no IML

Desta vez, exame será baseado no boletim de atendimento médico do HFM que constatou lesão no tímpano da vítima

Campos
Por Redação
3 de abril de 2019 - 20h30

Ana Paula Carvalho, delegada da Deam (Foto: Carlos Grevi)

Por Priscilla Alves e Girlane Rodrigues

A delegada Ana Paula Carvalho, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), em Campos, encaminhou Emanuelle Porto, de 25 anos,  conhecida como Manu, para um novo exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal da cidade. É o segundo, desde que Manu sofreu uma agressão doméstica, no último domingo (31/3). O ex-namorado dela, DJ Moranes, foi preso em flagrante por suspeita do crime, mas liberado após pagar fiança de R$ 1 mil.

De acordo com a delegada Ana Paula, desta vez, o exame médico pericial será baseado no teor do Boletim de Atendimento Médico (BAM) feito um dia após o crime no Hospital Ferreira Machado (HFM), que constata perfuração na membrana do tímpano esquerdo da vítima. O resultado do novo exame poderá mudar o curso da investigação e transformar o procedimento criminal de lesão corporal leve para lesão corporal qualificada, o que aumenta a pena de prisão do suspeito de no máximo três anos para oito anos, caso seja condenado pela justiça.

Coletiva esclareceu boatos e fatos (Foto: Carlos Grevi)

Em entrevista coletiva na noite desta quarta-feira (3), Ana Paula disse que o primeiro exame pericial no IML foi determinante para qualificar o crime como lesão corporal leve. “O médico legista avaliou a condição física da vítima e não havia nenhuma lesão grave aparente. Emanuelle chegou a se queixar de uma dor no ouvido, mas a perícia não tem equipamentos suficientes para atestar, por exemplo, uma perfuração de tímpano. Essa confirmação veio um dia depois do crime, quando a vítima foi submetida a quatro exames médicos feitos por especialistas no Hospital Ferreira Machado”.

A delegada, no entanto, não esclareceu o fato obscuro de o laudo pericial atestar que a vítima não sofreu perfuração no tímpano, uma vez que o órgão não possui equipamentos para isso. “Quando o perito não pode atestar com veemência um sintoma relatado pela vítima, ele pode dizer que há dependência de um exame complementar para isso. Mas nesse caso, ele atestou que não houve perfuração.  O perito sugeriu verbalmente à vítima que ela procurasse um atendimento médico especializado”, declarou a delegada.

Celular e relógio da vítima foram apreendidos (Foto: Carlos Grevi)

A partir desses novos fatos, o DJ Moranes será intimado a prestar novo depoimento na Deam. No dia em que foi preso, segundo a delegada, ele se reservou ao direito de ficar em silêncio, o que pode acontecer novamente. A delegada voltou a afirmar que o suspeito não tem antecedentes criminais, no entanto, Emanuelle oficializou nesta quarta-feira mais um caso de agressão contra seu ex-namorado. O crime aconteceu em junho do ano passado.

Ana Paula reafirmou na coletiva que não havia embasamento legal para manter o DJ preso. “A fiança é uma medida legal. Se ela não fosse impetrada aí é que a polícia estaria cometendo um crime, uma irregularidade. Todo procedimento foi feito baseado na lei. A constatação do tímpano perfurado só aconteceu um dia depois da prisão. O procedimento policial já tinha sido feito. Por isso, a polícia não perde sua credibilidade nesse caso. A nota emitida por nós foi baseada no inquérito feito antes mesmo da vítima ir ao hospital. Como houve esse fato novo no dia seguinte ao crime estamos dando continuidade ao inquérito policial e, por isso, ouvimos novamente a vítima e vamos intimar o suspeito”, afirmou.

Segundo a delegada, a chance principal de prisão do DJ é se ele descumprir medidas protetivas à vítima, que já foram pedidas à justiça, mas ainda não foram decretadas.

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