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Justiça aceita denúncia contra José Maurício e outros quatro pelo sequestro de Cristiano Tinoco

Juiz também converteu prisão temporária dos réus em preventiva

Campos
Por Redação
19 de fevereiro de 2019 - 15h42

A Justiça aceitou denúncia contra o empresário José Maurício Ferreira dos Santos Júnior pelo sequestro do empreiteiro Cristiano Tinoco e de sua esposa. O crime aconteceu no dia 3 de dezembro de 2018. O Ministério Público apresentou a denúncia, que foi acolhida pelo juiz titular da 1ª Vara Criminal de Campos dos Goytacazes, Bruno Rodrigues Pinto, na última sexta-feira (15). Além de José Maurício, na mesma ação penal foram denunciados Carlos José Gonçalves do Espírito Santo, Marven Chagas Batista, Junio dos Santos da Costa e André Ângelo Monteiro. Os réus foram denunciados por extorsão mediante sequestro.

O juízo da 1ª Vara Criminal também aceitou o pedido do Ministério Público para converter a prisão temporária dos réus em prisão preventiva. Como extorsão mediante sequestro é considerado crime hediondo, a prisão temporária dos envolvidos tinha prazo de 30 dias, com possibilidade de prorrogação por mais 30 dias. Já a prisão preventiva que eles passam a cumprir não possui prazo para a sua duração determinado em lei.

Ao analisar o pedido de prisão temporária, o juiz afirmou que há prova da materialidade e indícios suficientes de autoria, que estão apresentados nos depoimentos das vítimas, das testemunhas e até na confissão de um dos réus.

“Em sede policial, no Estado da Bahia, em razão de cumprimento de mandado de prisão temporária, o acusado Marven Chagas Batista confessou a prática delitiva, indicou a participação dos demais acusados, inclusive a função desempenhada por cada um no delito, e narrou, com muitos detalhes, a forma como José Maurício Santos Ferreira Júnior e Junio dos Santos Costa. Relatou que praticou o crime juntamente com o denunciado Carlos José Gonçalves do Espírito Santo, vulgo ‘Cacá’, que era quem dirigia o Honda Civic, de cor cinza, que seguiu o veículo da vítima no dia do crime, e com o também denunciado André Ângelo Monteiro, vulgo ‘Cabeça’, que entrou na casa da vítima juntamente com ele. Contou que tudo começou quando o acusado Junio esteve em sua casa dizendo que ‘queria entrar na casa da vítima Cristiano Tinoco, porque este teria uma grande soma em dinheiro e joias guardadas em sua casa, mas que, para isso, precisava pegar a vítima primeiro’, ocasião em que lhe perguntou se tinha interesse em participar, tendo o mesmo respondido que sim”, lembrou o juiz em seu despacho.

O sequestro — Cristiano Tinoco foi abordado no Parque Santo Amaro, na tarde do dia 3 de dezembro, por dois homens que o chamaram pelo nome. O empresário, que é irmão de Cesar Tinoco — chefe de gabinete do prefeito de Campos, Rafael Diniz —, foi rendido, colocado em um carro e levado até o trevo da Estrada do Contorno, onde encontraram um terceiro criminoso.

Os três, então, levaram Cristiano até sua residência, em outro condomínio localizado no Parque Rodoviário, onde a esposa do empreiteiro também virou refém ao retornar para casa. Os bandidos exigiram R$ 1 milhão em dinheiro para libertarem as vítimas.

Como o casal não tinha a quantia em casa, negociaram o valor e fizeram contato com um amigo, que levou cerca de R$ 200 mil à casa das vítimas. O grupo pegou o dinheiro e fugiu no carro de Cristiano, uma picape Toyota Hilux SW 4, que foi abandonada durante a fuga.

Uma pergunta dos criminosos a respeito de um relógio Rolex, possuído pela vítima, levantou suspeita sobre a participação de José Maurício na ação, já que ele próprio havia questionado à vítima sobre o acessório de luxo.

A equipe de reportagem não conseguiu contato com a defesa dos réus. Ainda assim, em respeito ao princípio do contraditório, o Jornal Terceira Via aguarda e publicará versão dos acusados para o fato.

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