×
Copyright 2024 - Desenvolvido por Hesea Tecnologia e Sistemas

Um pecado no Paraíba

.

Opinião
Por Aloysio Balbi
28 de novembro de 2021 - 0h01
Balsa de garimpo clandestino no Rio Paraíba do Sul

Um dos maiores pecados que se comete no rio onde apareceu a imagem de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, é o garimpo clandestino de ouro. A reportagem especial do jornalista Ocinei Trindade (clique aqui) mostra que o Paraíba do Sul, que poderia ser de água benta ou santa, está mais para água vandalizada por criminosos ambientais impunes.

A água, chamada pelos mais antigos de “líquido precioso” pela vida que representa, pode estar causando danos à saúde, pois um dos metais mais preciosos do mundo, o ouro, é extraído de suas areias com o mercúrio, em uma operação tóxica.

Mais grave do que o crime é a falta de um eficiente combate a ele. Esse combate é de responsabilidade de órgãos ambientais em todos os níveis, que muitas vezes se limitam a repassar responsabilidades de um para o outro. A Polícia Federal tem feito operações contra o garimpo no Paraíba, mas o crime insiste. Pescadores e moradores ribeirinhos temem sofrer represálias dos garimpeiros se denunciarem.

Em todo o seu percurso, desde a nascente em São Paulo até a foz em Atafona, o Paraíba do Sul parece um rio marcado para morrer, e, segundo especialistas, pode estar matando de forma lenta, assim como morre.
No Estado do Rio, o trecho escolhido pelos garimpeiros, que agem como piratas, é o compreendido entre Itaocara e São Fidélis, e não tem sido uma tarefa fácil combater essa atividade tão nociva quanto ilegal.

É preciso combatê-la com rigor. Isso é premente e urgente.