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Médicos da UPA de Guarus param por tempo indeterminado

Atraso no pagamento dos salários fez com que profissionais da unidade cruzassem os braços

Saúde
Por Redação
28 de outubro de 2021 - 12h14
Parte do corpo clínico da UPA de Guarus (Fotos JTV)

A Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Guarus, em Campos dos Goytacazes, está sem os serviços médicos básicos por tempo indeterminado. Os profissionais de saúde decidiram cruzar os braços nesta quinta-feira (28) como protesto pelo atraso de pagamento dos salários que acontece há varios dias. A decisão aconteceu na quarta-feira (clique aqui). Esta não é a primeira vez que os médicos reclamam pela demora para receberem seus salários. No mês passado, aconteceu a mesma coisa. Pacientes de alto risco continuam sendo atendidos na unidade.

De acordo com a médica da UPA e presidente do Sindicato dos Médicos de Campos (Simec), Maria das Graças Ferreira Rangel, o atraso dos salários prejudica muitos profissionais. Alguns trabalham apenas na Unidade de Pronto-Atendimento de Guarus.

Faixas e cartazes fazem parte do proptesto dos médicos

“Temos 44 médicos em regime de plantão na UPA. Nosso protesto é reivindicatório, pois precisamos dos salários. Enquanto não houver resposta por parte da Organização Social Insituto Lagos-Rio, que presta serviço à Secretaria de Estado de Saúde, a paralisação prossegue por tempo indeterminado”, explica.

Faixas e cartazes com mensagens de protesto foram colocados na entrada da UPA de Guarus. Integrante do corpo clínico da unidade, o médico Gustavo Batista Cunha se queixou. “Somos referência para atendimento de pacientes com suspeitas de Covid e todo o tipo de serviço para auxiliar o paciente. O atraso dos salários é inadmissível”, comenta.

De acordo com o Simec, não está interrompído o atendimento para casos de emergência vermelha e amarela (alto e médio risco). Esta é segunda paralisação em menos de uma semana na Upa de Guarus.

No último sábado (23), os profissionais médicos também pararam para protestar contra o atraso de salários (clique aqui). De acordo com o Simec, a responsabilidade pelo repasse do pagamento dos salários dos médicos é da Organização Social (OS) Instituto dos Lagos Rio, que administra a UPA-Campos.

No último fim de semana, os médicos publicaram um carta com esclarecimentos sobre a paralisação das atividades na UPA.

“Há muito, o corpo clínico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h-Campos) teve o seu vínculo empregatício rescindido, sem justa causa e, ao mesmo tempo, foi imposto ao mesmo o sistema de Pessoa Jurídica (PJ), que retirou dos médicos todos os direitos trabalhistas. A partir de então, mês a mês, passou o corpo clínico a fazer uma via crucis para receber sua remuneração mensal. Sendo decorridos quatro anos desta via crucis. Hoje, o corpo clínico da unidade passa necessidades econômicas para saldar os seus compromissos financeiros”, diz um trecho da nota.

A reportagem do Terceira Via obteve um posicionamento da Secretaria de Estado de Saúde no último sábado (23), quando os m´édicos decidiram parar as atividades na UPA de Guarus. A nota dizia o seguinte:

“A Secretaria de Estado de Saúde (SES), por meio da Subsecretaria de Atenção à Saúde, informa que o pagamento dos funcionários é imprescindível para o funcionamento das unidades. Cabe à Organização Social Lagos Rio o pagamento dos profissionais da UPA de Campos dos Goytacazes. De acordo com a OS, o atraso no pagamento é de três dias. A Secretaria de Estado de Saúde está em contato com a OS para que os salários sejam quitados o mais rápido possível. De acordo com a direção da UPA, a unidade está abastecida com medicamentos e insumos. Neste sábado, o coordenador médico e equipes foram deslocados para garantir o atendimento à população. Casos de urgência e emergência seguem sendo realizados.

A reportagem tentou informações com o diretor da UPA, Bruno Calil, mas não obteve retorno. A Organização Social Lagos-Rio tambem foi procurada, mas ainda não se manifestou.