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Fiocruz coleta amostras de sangue de moradores de Cafuringa, onde criança morreu de febre maculosa

Material ajudará a descobrir se há mais casos de infecção por bactéria Rickettsia na comunidade; Prefeitura promete protocolo especial

Saúde
Por Redação
21 de setembro de 2021 - 13h24
(Foto: Silvana Rust)

O subsecretário de Atenção Básica, Vigilância e Promoção em Saúde de Campos, Charbell Kury, e a infectologista responsável pelo Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Elba Lemos, concederam, na manhã desta terça-feira (21), entrevista coletiva sobre o caso de febre maculosa que resultou na morte de uma menina de seis anos na última semana.

De acordo com a infectologista, uma equipe da Fiocruz coletou amostras de sangue humano e animal na comunidade de Cafuringa, na zona rural do distrito de Travessão, onde a criança vivia. A análise do material deve ser concluída na semana que vem. “Os resultados dos testes vão sair na próxima terça ou quarta-feira. Aí, vamos poder saber se foi um caso isolado ou se há de fato, a circulação da bactéria (do gênero Rickettsia) na região”, comentou Elma.

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Ainda segundo a infectologista, a população deve estar atenta à doença, já que ela continua “presente em nossa sociedade”. “A febre maculosa, não é uma doença erradicada como muitos especialistas dizem. Ela existe e está presente em nossa sociedade, apesar de não ser comum o registro de casos da doença. O diagnóstico precoce é a principal forma de combate à bactéria”, alertou.

Já Charbell Kury afirmou que o Município iniciará, na próxima semana, um plano para identificar e tratar possíveis novos casos. “Vamos criar e disseminar protocolos para as unidades de saúde mais afastadas do Centro, localizadas em áreas que apresentem maior possibilidade de transmissão da febre maculosa. Isso vai facilitar a identificação de possíveis casos e ajudar no diagnóstico precoce, que pode ser crucial no tratamento da doença”, adiantou.

Relembre o caso

Uma menina de seis anos, moradora de Cafuringa, morreu no dia 31 de agosto, vítima da febre maculosa, doença transmitida pelo carrapato estrela infectada pela bactéria Rickettsia. A origem do carrapato está sendo investigada pela Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde. Cogitaram que capivaras poderiam hospedar o parasita, mas os moradores disseram desconhecer a existência desse animal na região. Eles suspeitam que o carrapato provém de cavalos que são criados em um aras vizinho à comunidade.

Segundo uma moradora de Cafuringa que preferiu não se identificar, moram na localidade 23 famílias. Todas possuem grau de parentesco. Ela diz que a possibilidade do carrapato ter se alastrado por meio de capivaras é muito difícil de acreditar.

De acordo com moradores, uma outra criança de dois anos de idade morreu em 2020 por causa ainda desconhecida. Ao saber da morte da menina de seis anos no dia 31 de agosto por febre maculosa, a subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde faz também um levantamento  sobre a morte ocorrida no ano passado. De acordo com o órgão municipal, todas as hipóteses sobre a transmissão da doença estão sendo investigadas.