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Morte de criança por febre maculosa preocupa moradores de Cafuringa, zona rural de Campos

Menina de 6 anos foi vítima da doença transmitida por “carrapato estrela”; há suspeitas de que cavalos espalharam o parasita

Geral
Por Redação
16 de setembro de 2021 - 12h24
Localidade de Cafuringa, no distrito de Travessão em Campos (Fotos: Divulgação)

A comunidade de Cafuringa, zona rural do distrito de Travessão, em Campos dos Goytacazes, está de luto pela morte de uma menina de seis anos, vítima da febre maculosa transmitida por carrapato estrela que possui a bactéria “Rickettsia”. A criança morreu no dia 31 de agosto, mas a causa da morte só foi confirmada na terça-feira (14). A origem do carrapato está sendo investigada pela Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde. Cogitaram que capivaras poderiam hospedar o parasita, mas os moradores disseram desconhecer a existência desse animal na região. Eles suspeitam que o carrapato provém de cavalos que são criados em um aras vizinho à comunidade.

De acordo com uma moradora de Cafuringa que preferiu não se identificar, moram na localidade 23 famílias. Todas possuem grau de parentesco. Ela diz que a possibilidade do carrapato ter se alastrado por meio de capivaras é muito difícil de acreditar.

Cavalos de raça são criados em propriedade vizinha à comunidade de Cafuringa: moradores desconfiam de carrapatos nos animais

“Sempre moramos aqui e nunca existiu capivara na região. Estamos mais desconfiados de que a doença pode ter sido trazida por cavalos criados ao lado em um aras.  Ninguém aqui viaja ou sai da região. Os cavalos são vendidos e comprados de vários lugares do país e do exterior. Não temos certeza, mas nos preocupa a doença continuar afetando a comunidade, pois moram muitas crianças aqui”.

De acordo com moradores, uma outra criança de dois anos de idade morreu em 2020 por causa ainda desconhecida. Ao saber da morte da menina de seis anos no dia 31 de agosto por febre maculosa, a Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde faz também um levantamento  sobre a morte ocorrida no ano passado. De acordo com o órgão municipal, todas as hipóteses sobre a transmissão da doença estão sendo investigadas (clique aqui).

Vivem no local 23 famílias compostas por muitas crianças pequenas; moradores temem novas mortes

Nesta quinta-feira (16), a reportagem procurou novamente pela Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde para que comentasse a suspeita dos moradores de Cafuringa de que cavalos poderiam estar com os carrapatos que transmitem a febre maculosa. Por meio de nota, foi informado:

“A Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde (Subpav) esclarece que a região onde está localizada a comunidade Cafuringa é uma área rural com presença de cavalos e capivaras e outros animais pelos quais passam o carrapato-estrela, transmissor da bactéria do gênero Rickettsia causadora da febre maculosa em humanos. Nenhuma hipótese está descartada. Na primeira ação, o foco foi identificar a presença do vetor, que é o carrapato, e prestar assistência médica e social aos moradores. A Subsecretaria irá realizar na próxima semana uma nova ação na comunidade juntamente com a infectologista e coordenadora do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Elba Lemos, e o Centro de Controle de Zoonoses”, conclui.

A reportagem não conseguiu contato com os proprietários do aras onde cavalos são criados em Cafuringa, no distrito de Travessão.