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Walmart e Hortifruti quebram acordo firmado entre patrões e empregados e funcionam no domingo

Presidente do Sindicato Varejista afirma que situação será revertida

Campos
Por Redação
5 de fevereiro de 2018 - 10h57

Ao contrário do que havia sido acordado nas últimas semanas, o supermercado Walmart funcionou normalmente no último domingo, dia 4 de fevereiro, em Campos. O estabelecimento teria entrado com uma liminar na justiça no final do expediente de sexta-feira (2), garantindo a abertura, uma vez que não houve tempo hábil para que o Sindicato dos Empregados do Comércio de Campos refutasse o documento. A equipe de reportagem do Jornal Terceira Via entrou em contato com o Sindicato Laboral para questionar quanto à procedência dessa liminar, mas ainda não obteve resposta.

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O Hortifruti da Avenida Tenente Coronel Cardoso também funcionou no domingo, indo contra ao acordo firmado entre patrões e empregados. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Campos (SINDIVAREJO), Roberto Viana dos Santos, no caso do Hortifruti, o que ocorreu foi um “desentendimento” quanto ao que havia sido acordado, mas a situação já foi esclarecida e o estabelecimento deve se manter fechado a partir do próximo domingo (17).

Roberto explicou que o acordo que preconizou o fechamento dos supermercados e hortifrutis de Campos é legal e que os empregadores “terão de se adaptar à nova realidade”. Ele disse ainda que “o Walmart tem um histórico de pré-disposição a brigas”, mas que “infelizmente, ele não poderá mudar a situação”.

“O Walmart tentou burlar o acordo por meio da liminar, mas esta será contestada ainda hoje (segunda-feira) pelo Sindicato Laboral, que é o responsável pelos funcionários do comércio. Quanto ao Hortifruti, é importante esclarecer que aqueles que funcionam como ‘feira’, como é caso do Mercado Municipal, por exemplo, poderão funcionar. Somente aqueles que trabalham com itens de mercearia terão de fechar as portas no domingo”, orientou.

O presidente do Sindicato esclareceu também que minimercados e/ou mercearias podem funcionar desde que os trabalhadores sejam membros da família. “Se caso o proprietário e a família estiverem dispostos a trabalhar no domingo, será decisão particular de cada um. O que não pode é manter trabalhadores assalariados no estabelecimento, conforme o acordo feito entre os sindicatos”, disse.

Roberto ainda se pronunciou quanto aos motivos que levaram ao acordo. “Percebemos que os supermercados tinham muito movimento aos finais de semana, mas, de segunda a sexta, havia um esvaziamento. A partir dessa constatação, nos demos conta de que os estabelecimentos funcionavam sete dias por semana, mas obtinham um lucro relativo a seis dias, somente. Além disso, os funcionários abdicavam do domingo ao lado da família para trabalhar. Esses dois argumentos foram suficientes para decidirmos pelo fechamento aos domingos. Assim, os supermercados podem ter um movimento mais considerável durante a semana e o trabalhador terá o seu domingo resguardado. Esses motivos me pareceram justos e, por isso, apoiei o acordo. No Espírito Santo, onde isso já acontece há algum tempo, foram registrados bons resultados e esperamos o mesmo para Campos”, explicou.