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Prefeitura de Campos fala sobre colapso na Saúde e garante repasse de R$ 3 milhões advindos de impostos

Prefeito e secretários promoveram coletiva de imprensa nesta manhã

Campos
Por Redação
1 de fevereiro de 2018 - 9h11
(Foto: JTV)

(Foto: JTV)

Com o objetivo de fornecer explicações à população de Campos sobre a crítica situação dos hospitais conveniados — Hospital Plantadores de Cana; Beneficência Portuguesa; Hospital Escola Álvaro Alvim; e Santa Casa de Misericórdia — do município, a prefeitura promoveu uma entrevista coletiva à imprensa na manhã desta quinta-feira (1º), na sede do poder público. De acordo com o prefeito Rafael Diniz, até o momento, a prefeitura repassou R$ 160 milhões aos hospitais contratualizados, o que corresponde a 10% do orçamento total do município de Campos: “fora tantos outros valores que investimos em Saúde e qualidade apesar de todas as dificuldades”, disse. Ainda assim, até a noite de quarta-feira (31), a administração dos quatro hospitais foram categóricas ao declarar que irão interromper o atendimento ao público a partir desta quinta.

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Rafael iniciou a coletiva destacando a importância que os hospitais em questão exercem para a prestação do serviço de Saúde em Campos. “Essas unidades são essenciais na complementação desses serviços. Ninguém questiona isso, nem eu e nem Fabiana [secretária de Saúde]. Os hospitais são importantes e têm total respeito”.

Ele “lamentou” a forma como o Sindicato dos Médicos teria exposto – por meio de comunicado à imprensa – que a gestão atual é “inerte ou insensível”. “Eu não consigo entender. Somos uma gestão que atende a todo instante, dialoga, debatemos muito até mesmo antes de assumir a prefeitura, desde o final de 2016”.

O prefeito ainda acrescentou que vem “buscando alternativas para enfrentar esse grande momento de dificuldades” e que isso “não é novidade pra ninguém”. “Essa dificuldade financeira tremenda reflete na hora de prestar os serviços de saúde; a gente precisa de receita, de dinheiro para tudo”, declarou.

SECRETÁRIA FALA SOBRE PAGAMENTO DO 13º DOS SERVIDORES E ARRECADAÇÃO DE IMPOSTOS

A secretária de Saúde de Campos, Fabiana Catalani, lembrou que o município de Campos é, historicamente, a referência da região Norte Fluminense no que se refere à Saúde e isso pode ser comprovado por meio da “magnitude do volume de atendimentos”.

“O município de Campos tem, aproximadamente 500 mil habitantes, e atendemos mais uns 300 mil de outros municípios. Hoje seria humanamente impossível que somente as nossas unidades de saúde — Hospital Ferreira Machado, Hospital Geral de Guarus e as demais UPHs — dessem conta desse volume de atendimentos que é muito grande. Por isso, é claro que nós precisamos dos nossos hospitais filantrópicos. É essa parceria que viabiliza o nosso serviço de Saúde”, declarou.

Ela disse ainda que “reconhece as dificuldades internas de cada um dos hospitais” e que essa é uma “realidade nacional, a dificuldade de fazer gestão hospitalar”. “Nós levantamos dados importantes ainda no início do governo e identificamos que, já naquela época, teríamos dificuldade para manter todo o fluxo de caixa do município de repasse aos hospitais. Mas, hora nenhuma a nossa equipe deixou de manter o discurso direto com cada um dos diretores dos hospitais. Pelo contrário! A gente até reconhece as dificuldades pela insuficiência de recursos. A gente tem que pensar no contexto Saúde como algo muito maior e não algo isolado”, afirmou.

Quanto ao repasse de R$ 160 milhões, Catalani disse que boa parte desse recurso é federal. “Este recurso federal nunca esteve atrasado no ano de 2017. Não temos datas engessadas, mas sempre foi encaminhado às unidades”.

Catalani disse ainda que o debate sempre foi aberto com a administração dos hospitais: “em novembro do ano passado, conversamos com a administração dos hospitais de maneira individualizada, com a presença do prefeito Rafael Diniz; isso aconteceu dentro da Secretaria de Saúde. Fomos completamente diretos, já apontávamos a nossa dificuldade em conseguir viabilizar parte do recurso municipal para repassar para os hospitais. Após essa reunião, ficou decidido que teríamos que tomar uma decisão extremamente difícil. Deixamos de pagar parte do 13º dos servidores para passar esse recurso aos hospitais e, assim, manter o serviço de saúde”, afirmou.

NOVO RECURSO — “Essa semana recebemos uma verba um tanto quanto inesperada, que provém da arrecadação de impostos: R$ 3 milhões. E esse valor será integralmente depositado aos hospitais até o dia 10, por meio da participação especial, tentaremos passar todo o valor financeiro para quitar a dívida relacionada ao ano de 2017. Essa dívida está relacionada aos últimos meses do ano. Alguns hospitais, devido ao grande volume de atendimentos e serviços específicos, produzem uma fatura maior que o outro. Nosso esforço contínuo é garantir o repasse integral dessa dívida de 2017”, concluiu a secretária.