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“Aqui no Brasil, as pessoas têm um grande problema: primeiro constroem para depois pensarem no projeto”

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BLOG
Por Viny Soares
17 de setembro de 2019 - 16h03

Hoje, terça-feira, 17 de setembro de 2019, sentei em um restaurante para almoçar e na mesa ao lado tinha uma senhora que aparentava ter uns 70 anos e um rapaz de uns 39. Ambos falavam do Brasil num todo, de um “Brasil que não cria oportunidade para os jovens que são o nosso futuro”, palavras da senhora.

Em uma outra narrativa, que me chamou ainda mais atenção, a senhora diz: “Aqui no Brasil, as pessoas têm um grande problema: primeiro constroem para depois pensarem no projeto”. Esse último pensamento me trouxe para nossa Campos, para nossa região que parece não enxergar a nova realidade que o Brasil vive. Viemos de tempos em que os governantes pensavam em obras faraônicas, mas não pensavam no resíduo que as mesmas deveriam deixar.

Em Campos, já vimos dinheiro público na Marquês de Sapucaí, milhões na destruição da Praça do Santíssimo Salvador, Cidade da Criança, Beira Valão, Cepop, com programas de assistência social que deveriam matar a fome e dar moradia digna a quem precisa e acabaram servindo de “cabresto eleitoral”, sem contar com os gastos que não podemos ver, com os superfaturamentos subterrâneos, que é o caso da obra que dizia que revitalizaria o centro histórico e comercial de Campos.

Estamos a pouco tempo da “Votação da Partilha”, para a votação que poderá redistribuir os royalties e assim fazer com que todos os municípios e estados da federação vivam a nova realidade que a cada dia que passa se aproxima mais.

Não estou aqui para me aprofundar em números e sim concordar com a senhora e, além: chamar você para refletir comigo. Vou citar aqui duas cidades que são referências nacionalmente, Campos e Macaé, onde podemos enxergar claramente o posicionamento dos seus prefeitos que vem abrindo mão do capital político tomando decisões duras, mas necessárias para o futuro.

No caso de Macaé, o atual prefeito foi reeleito e assim não busca uma reeleição diferente de Campos, que tem um prefeito de primeiro mandato no Executivo, mas que guardou seus sonhos e parece, muitas vezes, abrir mão do seu capital político para readequar a cidade a viver uma nova realidade financeira. Campos por muitos anos serviu de trampolim, de escada, de elevador, enfim, para levar os seus políticos aos seus sonhos, esses que não pensaram nessa realidade que vivemos hoje e que lá atrás era FUTURO, que por mais que hoje não precisássemos pensar na partilha, teríamos e temos que pensar num recurso finito e que cedo ou tarde, com ou sem partilha, irá acabar. Daí seria lindo falar em legado, falar em obras que deixariam resíduos e que seriam instrumentos de transformação para o nosso povo se fossem pensadas, projetadas de olho no futuro sem os ROYALTIES.

Encerro esse texto, pedindo a Deus que ilumine homens de bem com o propósito de verdadeiramente transformar, reerguer o nosso Brasil e que essa senhora ainda esteja viva para ver os jovens sendo valorizados e entregues preparados para o futuro.