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A gestão e o povo de Campos

Somos seres livres e responsáveis por nossos atos, mas, a liberdade sem uma gestão firme é perigosa.

BLOG
Por Redação
15 de julho de 2019 - 12h09

O município de Campos dos Goytacazes passa por uma crise que acompanha os efeitos que já estão destruindo o governo estadual e o federal. São débitos pretéritos, atos de corrupção, repasses oscilantes das verbas e participações especiais dos royalties, dentre outras vertentes que amarram nesse momento, o progresso e a estabilidade de gestão.

Esses dados são conhecidos por quem tem acesso privilegiado, pois nas camadas sociais periféricas, ninguém quer saber de cálculos, estatísticas financeiras, repasses, dentre outros conceitos.

Foto: (Silvana Rust)

Lá na base o povo quer comida na mesa, remédio no ‘postinho’, aposentadoria sem LIS, ônibus para ir ao médico e ao trabalho, cesta básica que caiba dentro do orçamento, um pedaço de carne no prato ao lado do arroz e do feijão, gasolina para seu meio de transporte, fila pequena nos hospitais e a chance de realizar um exame sem que tenha que aguardar meses, correndo o risco de morrer antes.

Por outro lado, senão houver gestão responsável o que se encontra ruim, tende a piorar. Uma gestão que cede aonde não se deve negligenciar, causará, seguramente, um caos e uma onda de atos que poderão levar o município, novamente, para as páginas policiais e nesse critério, Campos, até 2016, fez mestrado e doutorado.

Quem anda pelas comunidades sabe que o povo não pede nada exorbitante. Eles sentem falta do básico, pois querem uma vida normal, na qual acorda, toma um café digno, deixa o filho na escola, vai trabalhar, almoça uma refeição básica, pega transporte público, volta para casa, janta e se recolhe junto à família.

Todavia, isso, esse básico tão de direito não está acontecendo. A massa está na maior roubada, pois está com fome, frio, desempregada, sem escola, na maioria das vezes, doente sem remédio e cansada de não conseguir enxergar uma luz no fim do túnel.

Não precisa de muita coisa, mas essas coisas que estão precisando são muito para quem vê, todos os dias, a pobreza bater na sua porta com mais violência. Antes faltava só o café da manhã. Depois, o almoço, após a gasolina, mais na frente a escola e pronto: acabou tudo e resta apenas a espiritualidade e a esperança.

Entretanto, a situação é tão grave que a esperança começa a trincar e ela é combustível de sobrevivência física e mental, pois sem ela, a falência material se une a física e mental e o resultado, como vemos muito por aí, é a morte.

Não há solução pronta, nem remédio que ataque todos os vírus, mas temos que levar ao povo sofrido, com linguagem de fácil compreensão que muito do que está acontecendo hoje é fruto de um acúmulo absurdo de atos, ações e decisões irresponsáveis, imediatistas, pessoais que desde a década de 90 destrói os municípios.

Que possamos ajudar a quem precisa, mas que essa ajuda venha com responsabilidade, pois o correto é garantir os direitos básicos do cidadão, todos os dias e não vez ou outra, como se a fome, por exemplo, fosse sentida em regime de plantão, ou seja, 12h de comida e 36h de fome.