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HFM: 24 horas como referência regional

Unidade ganhará nova Emergência para adequação às normas vigentes da Vigilância Sanitária

Campos
Por Camilla Silva
11 de junho de 2023 - 0h01
Atendimento | Fluxo intenso de ambulâncias

O barulho constante das sirenes tornou-se uma melodia cotidiana em uma cidade do porte de Campos. Os veículos em direção à Emergência do Hospital Ferreira Machado (HFM) formam um fluxo contínuo, um destino compartilhado por muitos em busca de cuidados médicos urgentes. Do lado de dentro do setor de politrauma, uma equipe formada por oito médicos, um enfermeiro e quatro técnicos em enfermagem fazem um plantão de 24 horas. Do lado de fora, o Corpo de Bombeiros, a polícia, equipes de socorro de órgão públicos e instituições privadas, familiares, entre outros, informam a situação do paciente que acaba de chegar na portaria. Esse é o funcionamento normal de um hospital de emergência. E não há dias calmos em locais assim. A unidade é referência regional no atendimento às vítimas de traumas e realiza uma média de seis mil atendimentos por mês, sendo cerca de mil, apenas no setor de emergência, que além do politrauma, tem outros setores especializados, como o de pediatria e o de ortopedia.

Inaugurado há pouco mais de 70 anos, o Hospital conta com cerca de 1.700 funcionários, entre médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, farmacêuticos, nutricionistas e outros profissionais da área médica e administrativa. Uma obra orçada em R$ 15 milhões e meio de reais será iniciada na próxima terça-feira (13) e pretende ampliar a capacidade de atendimento.

“Este é um hospital de porta aberta. Isso quer dizer que o paciente, que chega aqui, é atendido. Não importa se é um acidente de trânsito grave, uma torção de tornozelo ou um mal jeito de coluna, ele vai ser atendido aqui”, explica o médico cirurgião Antônio Simão, responsável pelo plantão da última quarta-feira (7).

Em número de atendimentos, não há um vilão maior na região Norte Fluminense que o trânsito. Entre acidentes envolvendo carros, motos, bicicletas e atropelamentos, uma média de 452 pacientes é atendida todos os meses na unidade. Destes, os motociclistas seguem sendo as maiores vítimas. Nos últimos 12 meses, 2988 foram atendidos. Outra grande causa de demandas é a queda, com cerca de 500 casos todos os meses. “A gente tem muitos casos de queda, de moto ou de idosos dentro de residências, por exemplo. Em muitos casos, com fraturas. Aqui a gente faz o primeiro atendimento. Então, eventualmente, a gente precisa fazer uma ressuscitação, entubar um paciente, pegar uma via aérea, e é aqui que a gente faz”, explica o médico do politrauma.

Quem também aparece nas estatísticas do hospital são as vítimas de violência, um problema grave da região que tem repercussão no setor de saúde do município. Todos os meses, uma média de 14 baleados dá entrada na unidade. O número médio de vítimas de ferimentos com arma branca – como facas e pedaços de madeira – é de sete por mês. As agressões estão no topo de ocorrências. Nos últimos 12 meses, 922 pessoas foram agredidas fisicamente e precisaram de atendimento médico emergencial, numa média de 77 casos por mês.

A importância do HFM não aparece apenas nos números de atendimento, mas também na área de cobertura. “Daqui até o Espírito Santo. Daqui até Macaé. A gente pega a região toda. A gente faz atendimento direto de uma população em torno de 700 mil pessoas”, afirma o diretor do Hospital e neurocirurgião, Arthur Borges.

A unidade realiza, ainda, cerca de 5000 atendimentos, mensalmente, de casos não emergenciais. São pacientes vítimas de mordeduras, além de acompanhamentos no setor de doenças infecciosas e parasitárias, no Centro de Terapia Intensiva, Unidade de Pacientes Graves, Tisiologia, Pediatria, Clínica médica, cirúrgica e ortopédica.

Demanda | Diariamente, cerca de 200 atendimentos são realizados na unidade que é referência na região

Obra de mais de R$ 15 milhões para reforma e ampliação do Pronto-Socorro

Com valor estimado de R$ 15.543.599,79, em um espaço aproximado de 1.800m2, as obras previstas para o HFM possuem prazo final de entrega para 18 meses. Um dos principais objetivos da intervenção é adequar o hospital às normas vigentes da Vigilância Sanitária, com melhorias estruturais, mas principalmente de fluxo e de dinâmica hospitalar.

“A gente tem um pronto-socorro que foi inaugurado há mais de 30 anos. Então, na verdade, houve uma mudança na legislação sanitária, principalmente quanto ao fluxo dos pacientes. Atualmente, há a colisão do fluxo do paciente deitado com o paciente que anda. Então se um paciente chega de ambulância e é vítima de um acidente automobilístico, está machucado, está escoriado, ele vai entrar pelo mesmo local de uma emergência de oftalmologia, em que o paciente está com cisco no olho”, exemplifica Artur Borges.

O administrador explica também que não é possível fazer essa conformação na atual emergência, cuja entrada fica na XV de Novembro. A opção escolhida foi fazer um pronto socorro novo, com a portaria localizada na rua Rocha Leão. A nova configuração do hospital prevê uma sala de atendimento de grandes emergências no primeiro andar, para casos em que não dê tempo para o paciente ser preparado para o centro cirúrgico, que, atualmente, fica nos andares superiores.

Haverá, ainda, a modificação da fachada da unidade. Arthur Borges informa que o fechamento não é apenas uma questão estética. “O hospital foi criado como um manicômio, depois era um hospital de tuberculose. No entanto, hoje não se concebe mais um hospital com varandas. Vamos fazer o fechamento para que a gente possa utilizar essas varandas como leitos. Então o hospital fica todo fechado, todo climatizado, evitando inclusive contaminação. Não é por uma questão de beleza, de estética, mas sim de aumento de leitos e de ajuste da conformação do hospital”, acrescenta.

Centro de tratamento de queimados

Um dos projetos que vai sair com a nova reforma é o Centro de Tratamento de Queimados. De acordo com HFM, os casos de pacientes com queimaduras sofreram um aumento muito expressivo. “Nós tivemos um aumento expressivo de internações durante a pandemia. Além disso, temos aqui perto o Porto do Açu, que tem unidades termelétricas, então o correto é que a gente tenha dentro de um raio próximo, mesmo de 100 km, um local para fazer atendimento de queimados”, afirma o administrador.

Nos últimos 12 meses, 299 pessoas deram entrada para atendimento de queimados, uma média de 25 pessoas buscando a unidade por mês. Outra justificativa para a manutenção de um Centro Especializado é que o atendimento neste tipo de caso normalmente é prolongado. “Os pacientes, quando têm queimaduras, fazem curativos a cada dois dias, às vezes durante um mês. São pacientes que vão passar pelo centro cirúrgico 10, 12, 15 vezes, o mesmo paciente com a mesma equipe. A gente prefere que tenha realmente um local onde já exista uma equipe de enfermagem com expertise em cuidar daquele paciente, onde você já tenha um local apropriado. Isso diminui também o risco de infecção”, afirma.

Diretor | Arthur Borges

Captação de órgãos aumenta ao longo do tempo

O Hospital Ferreira Machado abriga, ainda, a equipe Norte Fluminense Transplante, que é pioneira nas ações e procedimentos pró-transplantes no interior do estado do Rio de Janeiro, junto ao Programa Rio Transplantes.

“Tendo o diagnóstico do paciente com morte encefálica, a equipe faz a abordagem dos familiares que têm a intenção de fazer a doação e faz toda a preparação para que essa equipe venha só fazer a coleta. A equipe, que vem de fora fazer a captação, não faz nenhum contato com o familiar, não sabem como estão os pacientes. Toda a preparação tem que ser feita pela equipe daqui, saber se o paciente tem condições, quais os órgãos que pode doar, se a família quer fazer a doação, qual a temporalidade para fazer a preparação, todos os exames que confirmam que a pessoa realmente tem a morte encefálica”, explica Artur Borges.

Esse investimento permitiu uma ampliação na capacidade de captação de órgãos no município. Este tipo de intervenção começou em 1992, com a coleta de duas córneas e dois rins. Em 2022, esse número subiu para 38 captações, entre elas de córnea, fígado, rins, pele, tendões e ossos.

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