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Pacientes renais vão para casa após meses internados

Parceria entre a Prefeitura de Campos e o Hospital Dr. Beda possibilitou a solução; ao todo, 50 internos crônicos foram beneficiados com a medida

Geral
Por Clícia Cruz
21 de maio de 2023 - 0h01
Resultado | Ampliação do número de vagas permitiu volta ao lar de renais crônicos que estavam internados. (Fotos: Cesar Ferreira e Carlos Grevi)

Acordar todos os dias dentro do hospital, sem a menor perspectiva de retornar à vida normal. Essa foi a rotina de 50 pacientes crônicos renais de Campos, que ficaram internados durante meses em hospitais públicos aguardando uma vaga para fazer hemodiálise em centros especializados que ficam no município. A chamada regulação de pacientes é feita através da Central Estadual e depende do número de vagas disponíveis no sistema. Resultado de uma criação de turno e ampliação de quadro de funcionários no setor de hemodiálise do Hospital Dr. Beda, no último dia 13, os pacientes que estavam “morando” em hospitais conseguiram ter alta e retornar às suas residências. Um convênio celebrado entre a Prefeitura de Campos e o Grupo IMNE, permite a esses pacientes fazer a terapia, três vezes por semana, no setor de nefrologia do Hospital Dr. Beda.

Para atender a demanda, o Hospital Dr. Beda fez investimentos em equipamentos e treinamento de pessoal, além de criar o novo turno, para acomodar a todos de forma adequada, dentro da excelência e das normas exigidas, explica o nefrologista João Carlos Borromeu Piraciaba, responsável pelo setor de Nefrologia do hospital. “Nós no Grupo IMNE temos esse espírito de colaboração, quando nossa diretoria foi procurada pela Prefeitura para celebrar esse convênio nós buscamos nos adequar, para melhorar a qualidade de vida desses pacientes. Hoje nós criamos o 4º turno, contratamos profissionais e fizemos diversas adequações, para atender a todos os pacientes dentro das normas de excelência. Hoje, nós operamos com a capacidade máxima do Centro de Hemodiálise, que é de 200 pacientes”, diz Borromeu.

Ele comenta que o Beda já prestou colaboração a outros municípios em momentos de crise, como Itaperuna e Santo Antônio de Pádua na época da enchente e Friburgo, quando ocorreu a tragédia dos desabamentos na Região Serrana. “Nessas ocasiões nós sempre empregamos todos os esforços, e dentro da nossa capacidade recebemos esses pacientes, que não podem ficar sem a terapia”, destacou.

Dr. Beda | Ampliação do setor de hemodiálise possibilitou receber os 50 pacientes que estavam internados

A diretora administrativa do Grupo IMNE, Martha Henriques, conta como foi o processo para admissão dos novos pacientes: “Todos nós do Grupo IMNE ficamos sensibilizados com a situação. Recebemos uma solicitação da Secretaria de Saúde de Campos para atender a esses pacientes. Já tínhamos três turnos, a única forma de ajudar seria abrindo o 4º turno. Então, reunimos todo o nosso corpo técnico e solicitamos uma orientação do engenheiro responsável pelo dimensionamento do tratamento de água. Esse é um insumo fundamental para as clínicas de hemodiálise. Após esse levantamento, afinamos com a Secretaria de Saúde os termos do contrato e iniciamos o processo de seleção, treinamento e contratação dos novos profissionais de enfermagem e de médicos. Na segunda-feira já recebemos o primeiro grupo de pacientes.”, diz Martha.

Clínica Regional de Hemodiálise será anexa ao HGG

Está prevista a construção, anexo ao Hospital Geral de Guarus (HGG), da Clínica Regional de Hemodiálise Amigos do Rim Francisco Paes Filho. A ideia é que o município seja pólo transplantador de rim de todo o Norte Fluminense, para retirar as pessoas de dentro das clínicas a partir da oferta de um transplante renal. A construção foi anunciada pelo secretário estadual de Saúde, Dr. Luizinho, no dia 1º de março.

O projeto de construção da clínica, que terá as obras custeadas pelo Governo do Estado, foi entregue ao vice-governador Thiago Pampolha e ao secretário de Estado de Saúde, Dr. Luizinho, no dia 28 de março, durante as comemorações dos 188 anos de elevação de Vila à cidade.

Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) informou que está sendo feita a pactuação de R$15 milhões ao município de Campos para a construção da clínica e que a gestão da unidade ficará sob responsabilidade municipal.

Emoção | Familiares comemoram retorno dos pacientes para casa

Insuficiência renal

A insuficiência renal é uma condição na qual os rins perdem a capacidade de realizar suas funções básicas. De acordo com o Ministério da Saúde, essa condição pode se manifestar de duas formas: aguda (IRA), quando ocorre uma rápida e súbita perda da função renal, ou crônica (IRC), quando essa perda é lenta, progressiva e irreversível. Diabetes, hipertensão, obesidade e tabagismo são fatores de risco para a insuficiência renal.

Além de eliminar resíduos e líquidos do organismo, os rins desempenham um papel crucial em outras funções vitais. Eles são responsáveis por regular a quantidade de água e diversos elementos químicos presentes no sangue, como sódio, potássio, fósforo e cálcio. Além disso, atuam na eliminação de medicamentos e toxinas, e liberam hormônios na corrente sanguínea que têm impacto em várias funções do corpo. Esses hormônios desempenham papéis fundamentais, pois regulam a pressão arterial, contribuem para a produção de células vermelhas do sangue e fortalecem a saúde óssea.

A insuficiência renal crônica ocorre quando há uma perda parcial da função renal, de forma gradual e irreversível ao longo do tempo. Essa condição pode progredir até se tornar uma insuficiência renal crônica terminal, na qual ocorre uma perda de função renal superior a 85 a 90%. Nessa fase, o acúmulo de toxinas e água no organismo torna-se excessivo e o paciente necessita iniciar um tratamento que substitua a função dos rins.

Os sintomas da insuficiência renal nem sempre são perceptíveis em estágios iniciais, o que dificulta seu diagnóstico precoce. No entanto, algumas manifestações podem indicar a presença dessa condição avançada. Entre os sinais estão fadiga e falta de energia, dificuldades de concentração, redução do apetite, problemas para dormir, cãibras noturnas, inchaço nos pés e tornozelos, inchaço ao redor dos olhos (principalmente pela manhã), pele seca e irritada, e aumento da frequência urinária, especialmente durante a noite.

Nefrologista | Dr. Carlos Borromeu

Voltando para casa

Leandro Valério tem 36 anos, ele começou a passar mal no dia 5 de novembro de 2022, após apresentar quadro de dores e cansaço, ele desmaiou e foi levado ao Hospital São José, de onde foi transferido para o Hospital Geral de Guarus (HGG), aonde chegou a ficar em coma por uma semana. Após acordar, ele se deparou com a nova realidade: teria que ficar internado porque não havia vagas para fazer hemodiálise fora do hospital.

O paciente realizou sua primeira sessão de hemodiálise no HGG, onde ficou por seis meses, e agradece a oportunidade de poder voltar ao seio da família e rever os filhos pequenos. “Agradeço primeiro a Deus, que me devolveu minha vida e agradecer ao prefeito Wladimir, que foi humano, olhou por nós, porque nós não tínhamos esperança, os dias eram todos iguais. Agradecer ao Hospital Dr. Beda que nos recebeu tão bem, agora aos poucos a gente tenta retomar a vida”, diz emocionado.

Seu Antônio Pereira, de 74 anos, ficou internado durante um ano no HGG. “Sentia muita falta da família e da minha casa. Só saía daqui para ir ao médico. Passei esse ano dormindo e acordando no hospital. Foi o que eu fazia”, contou o paciente, que recebeu alta no sábado (13).

Ao dar a notícia aos pacientes do HGG, que eles iam poder voltar para casa, o prefeito Wladimir Garotinho se emocionou. “Agora vocês vão poder voltar ao convívio das suas famílias. É uma linda história que a gente está construindo aqui na cidade. Eu sei o quanto era difícil o sofrimento dessas famílias. Eu vim diversas vezes ao HGG e me deparei com o desespero dos pacientes, das famílias. Então, é um dia pra ficar guardado no coração, pra ficar guardado na memória e na história, como o dia em que a gente conseguiu de uma vez por todas acabar com esse sofrimento.”, disse o prefeito.

Alívio | Wladimir Garotinho acompanhou alta médica dos internos

O vice-prefeito, Frederico Paes, destacou a importância do convênio da Prefeitura com o Hospital Dr. Beda. “Com essa grande parceria entre a Prefeitura de Campos, Secretaria de Saúde, Governo do Estado e o Hospital Dr. Beda, nós conseguimos avançar na assistência desses pacientes, que puderam voltar para suas casas. Foi um grande avanço para a saúde do município e pudemos contar com a participação e sensibilidade da diretoria do Beda. A gente vem agradecer por esses pacientes que foram beneficiados e por suas famílias, que não viam a hora de retornarem aos seus lares”, disse o vice-prefeito.

“Foi um grande passo que o município deu, porque esses pacientes, portadores de insuficiência renal crônica e que dependem de uma máquina para se manterem vivos, estavam internados há meses dentro do hospital, só para garantir uma vaga de acesso à hemodiálise. A gente conseguiu regulá-los e, agora, todos passarão a fazer hemodiálise de forma ambulatorial no Hospital Geral Dr. Beda, no Instituto de Medicina Nuclear. É uma felicidade muito grande e agradecemos muito ao Grupo IMNE, que nos acolheu nesse momento crítico e conseguiu viabilizar esta possibilidade de fazermos a transferência de todos esses pacientes internados no Hospital Geral de Guarus”, destacou o secretário de Saúde, Paulo Hirano.

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