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Campos mais uma vez apresenta Ideb ruim e Prefeitura explica o que vem fazendo para melhorar índice

Na Região Norte, Município fica à frente apenas de São João da Barra; Educação afirma que trabalha pela "recuperação da aprendizagem"

Geral
Por Redação
26 de setembro de 2022 - 16h00

O Estado do Rio de Janeiro teve o pior resultado no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2022 da Região Sudeste. O estado obteve índice 5,3 e ficou atrás de São Paulo, com 6,1, Minas Gerais com 5,9, e Espírito Santo, com 5,8.

Na região Norte Fluminense, o desempenho das cidades também ficou muito baixo. Campos, maior cidade da região, obteve o índice de 4,3, ficando à frente apenas de São João da Barra, que ficou com 3,8. Cardoso Moreira foi a cidade com o índice mais alto: 5,7.

Em nota, a secretaria municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct) informou que “vem realizando uma série de trabalhos para promover a recuperação da aprendizagem e criar condições para que o aluno da rede municipal de ensino aprenda mais e melhor. Entendendo que o IDEB é apenas uma das janelas de observação do desempenho escolar e que, sozinho, sendo uma variável que faz a mensuração apenas no 5⁰ e no 9⁰ ano (anos finais do 1º e 2º segmentos), não dá subsídios para uma mudança de política pública, Campos está desenvolvendo todo um processo para  melhorar a aprendizagem, que começa na Educação Infantil, com o aluno, aos quatro anos de idade, no Pré 2, que é quando começa a escolarização obrigatória”. Veja a íntegra da nota abaixo.

O Ideb, criado em 2007, foi divulgado na semana passada e é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar e das médias de desempenho no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).

Confira a lista completa de notas do Ideb no Norte Fluminense:

Cardoso Moreira 5,7
Macaé 5,2
Quissamã 5,2
São Fidélis 5,1
Carapebus 4,8
São Francisco de Itabapoana 4,7
Conceição de Macabu 4,5
Campos dos Goytacazes 4,3
São João da Barra 3,8

Ideb RJ – Ensino fundamental / anos finais

Miracema 6,0
Cardoso Moreira 5,7
Carmo 5,7
Miguel Pereira 5,7
Itaocara 5,6
Rio Claro 5,6
Itaperuna 5,5
Piraí 5,5
Porto Real 5,5
Rio das Ostras 5,5
Sumidouro 5,5
Maricá 5,4
Santo Antônio de Pádua 5,4
Aperibé 5,3
Barra Mansa 5,3
Cantagalo 5,3
Casimiro de Abreu 5,3
Cordeiro 5,3
Quatis 5,3
Rio das Flores 5,3
Volta Redonda 5,3
Bom Jardim 5,2
Comendador Levy Gasparian 5,2
Duas Barras 5,2
Italva 5,2
Macaé 5,2
Mendes 5,2
Nova Friburgo 5,2
Quissamã 5,2
Seropédica 5,2
Bom Jesus do Itabapoana 5,1
Cambuci 5,1
Itatiaia 5,1
Paty do Alferes 5,1
Rio de Janeiro 5,1
São Fidélis 5,1
São José de Ubá 5,1
Teresópolis 5,1
Engenheiro Paulo de Frontin 5,0
Resende 5,0
Santa Maria Madalena 5,0
Vassouras 5,0
Barra do Piraí 4,9
Laje do Muriaé 4,9
Mangaratiba 4,9
Paracambi 4,9
Porciúncula 4,9
São Pedro da Aldeia 4,9
Saquarema 4,9
Trajano de Moraes 4,9
Cachoeiras de Macacu 4,8
Carapebus 4,8
Guapimirim 4,8
Macuco 4,8
São José do Vale do Rio Preto 4,8
Araruama 4,7
Niterói 4,7
Paraíba do Sul 4,7
Rio Bonito 4,7
São Francisco de Itabapoana 4,7
Tanguá 4,7
Valença 4,7
Angra dos Reis 4,6
Itaguaí 4,6
Petrópolis 4,6
São Sebastião do Alto 4,6
Conceição de Macabu 4,5
Itaboraí 4,5
Paraty 4,5
Sapucaia 4,5
Três Rios 4,5
Magé 4,4
Natividade 4,4
Nilópolis 4,4
Nova Iguaçu 4,4
Pinheiral 4,4
Queimados 4,4
São Gonçalo 4,4
Silva Jardim 4,4
Campos dos Goytacazes 4,3
São João de Meriti 4,3
Mesquita 4,2
Belford Roxo 4,1
Duque de Caxias 4,1
Japeri 4,1
Varre-Sai 4,1
São João da Barra 3,8
Areal -
Armação dos Búzios -
Arraial do Cabo -
Cabo Frio –
Iguaba Grande –

O Ideb

O Ideb agrega ao enfoque pedagógico das avaliações em larga escala a possibilidade de resultados sintéticos, facilmente assimiláveis, e que permitem traçar metas de qualidade educacional para os sistemas. O índice varia de 0 a 10. A combinação entre fluxo e aprendizagem tem o mérito de equilibrar as duas dimensões: se um sistema de ensino retiver seus alunos para obter resultados de melhor qualidade no Saeb, o fator fluxo será alterado, indicando a necessidade de melhoria do sistema. Se, ao contrário, o sistema apressar a aprovação do aluno sem qualidade, o resultado das avaliações indicará igualmente a necessidade de melhoria do sistema. 

Em nota, o Governo do Estado do Rio de Janeiro disse que “a rede estadual de ensino do Rio de Janeiro, depois das três últimas avaliações consecutivas do Ideb, referente ao Ensino Médio, voltou a crescer em 2021, mesmo enfrentando um período de pandemia, subindo de 3,5 para 3,9 com relação à avaliação de 2019, indo da 20ª para 14ª posição nacional”.

Prefeitura se posiciona

O Jornal Terceira Via questionou a Prefeitura de Campos sobre os baixos índices e sobre as providências que vem sendo adotadas para reverter o problema. Leia a nota na íntegra:

O IDEB considera dois pontos para indicar o desempenho da Educação nos municípios: o fluxo escolar e a nota do aluno. Historicamente, Campos tem retido um Ideb muito baixo, principalmente por causa do fluxo escolar. Se compararmos o IDEB dos municípios da região e até dos municípios com médias mais próximas da de Campos, percebemos que eles já solucionaram a questão da reprovação dos alunos, porque, quando um município reprova muito, mesmo que o aluno tire uma boa nota, o IDEB é puxado para baixo. Quando comparamos a média de resultado dos alunos em língua portuguesa e matemática, sejam eles do 5⁰ ou do 9⁰ ano, verificamos que a nota deles não foi tão diferente da recebida pelos alunos da maioria dos outros municípios. O grande problema está no fato de Campos ter apresentado um nível de reprovação muito mais alto do que os demais. Destacamos, por exemplo, que a nota do 2º Segmento, que seria a do 9⁰ Ano, foi superior a de 2017, quando a educação era toda presencial. Nossos alunos mostraram que estão em melhores condições de aprendizagem do que naquele ano, mas essa nota poderia ter sido muito mais alta e ultrapassar a nota 5, se nosso percentual de reprovação, da ordem de 22% a 25%, tivesse sido como o dos outros municípios.

A Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct) vem realizando uma série de trabalhos para promover a recuperação da aprendizagem e criar condições para que o aluno da rede municipal de ensino aprenda mais e melhor. Entendendo que o IDEB é apenas uma das janelas de observação do desempenho escolar e que, sozinho, sendo uma variável que faz a mensuração apenas no 5⁰ e no 9⁰ ano (anos finais do 1º e 2º segmentos), não dá subsídios para uma mudança de política pública, Campos está desenvolvendo todo um processo para  melhorar a aprendizagem, que começa na Educação Infantil, com o aluno, aos quatro anos de idade, no Pré 2, que é quando começa a escolarização obrigatória. No Pré 2, é iniciado com o aluno um trabalho de pré-letramento, de antecipação da alfabetização, porque segundo a nova política nacional de alfabetização na idade certa, a idade de começar o trabalho da alfabetização é no Pré 3, aos cinco anos de idade do aluno, e não mais aos seis anos. Dessa forma, o aluno tem três anos de período alfabetizador que estão compreendidos no Pré 3 (alunos de 5 anos); no 1º Ano (alunos com 6 anos de idade) e no 2º Ano (alunos de 7 anos).

O IDEB é um farol que está lá na frente. Mas o que determina todo esse percurso é acompanhar e monitorar o processo, que é o que já estamos fazendo, com todo o trabalho da Educação Infantil ao 2º Ano com foco na alfabetização, que é mensurar o nível de fluência verbal e de escrita dessas crianças, para que possamos fazer uma intervenção direta, primeiro com treinamento dos professores; segundo, com orientação aos pedagogos; terceiro, com produção de material adequado para a correção do fluxo e, quarto, com intervenções que a Seduct está organizando a partir de apoio e suporte para o reforço escolar. E não podemos esquecer toda a característica do nosso município de dispersão territorial, que influencia – e muito – nessa logística de uniformização do processo de ensinar e aprender, porque as distâncias dificultam a locação de professores, o monitoramento do trabalho, a formação continuada desses professores e o desenvolvimento do processo pedagógico nas escolas dada  a quantidade muito grande de turmas multisseriadas da educação municipal”.