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A hipoteca social dos Quilombos

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Opinião
Por Redação
7 de agosto de 2022 - 0h00
Uma das casas mais antigas do Quilombo de Cambucá, no ABC do Imbé

Quilombo é o nome que se dá às comunidades formadas majoritariamente por remanescentes de fugitivos da escravidão no Brasil. Em Campos, Quilombos têm sobrenomes, identidade e CEP. Esses egressos de uma das páginas mais infelizes da história da humanidade estão no radar dos pesquisadores do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE). Eles começaram a coleta de dados para o Censo, que não é feito há mais de 10 anos.

A jornalista Daniela Abreu (VEJA AQUI) chegou primeiro que recenseadores e traça na reportagem especial desta semana o perfil de parte das pessoas que vivem em áreas consideradas Quilombolas no município.

Ela foi ao Quilombo de Conceição do Imbé, e colheu relatos de pessoas como Edison Rocha, presidente da Associação Quilombola do local. Onde no tempo da escravidão não havia sequer escolas.

Edison volta ao tempo de criança para contar como, no curso de uma vida, sentiu literalmente na pele o sol tão forte quanto a dureza de episódios de cunho racista.

No momento em que todo o país coloca na agenda a questão do racismo estrutural, é muito importante a narrativa dos descendentes de escravizados, que herdaram quase nenhum pertence e que, ainda, de certa forma, vivem à margem dos avanços socais.