“Campos está vivendo um novo momento na Saúde, no qual a prioridade é o ser humano”. Assim, o secretário de Saúde, Paulo Hirano, define as ações que vêm sendo implementadas no município ao longo dos últimos meses. A cidade vem organizando os setores para realizar uma gestão integrada de Saúde, onde todos os segmentos se comunicam, visando dar maior resolutividade e mais eficácia nos atendimentos, diminuindo o tempo de espera e investindo em medicina preventiva. Além disso, os dois maiores hospitais do município passam por melhorias: O Hospital Geral de Guarus (HGG) está sendo completamente remodelado e o Hospital Ferreira Machado (HFM) está passando por reforma. Este último também vai ganhar novo pronto-socorro, cujas obras estão previstas para começar nos próximos meses. Os novos equipamentos do HFM começaram a chegar na última semana. A unidade também recebeu um novo tomógrafo e, com isso, passa a contar com dois equipamentos para realização de exames de alta complexidade. Paralelo a isso, o município está em fase de implantação de quatro policlínicas, que ficarão em Baixa Grande, na Tapera, na Penha e a em Travessão.
Hirano destaca que, para começar a organizar o setor, o primeiro passo foi criar a Rede Campos de Saúde, que reuniu todos os hospitais contratualizados no sistema da Prefeitura, funcionando como uma rede única. “A Rede é um novo modelo de interação do município com os hospitais contratualizados, dando sequência à estratégia de garantia da assistência à população”, ressaltou o secretário.
Outra necessidade detectada pela equipe foi a de dar andamento a uma fila de espera que durou anos, por diversos procedimentos, principalmente cirúrgicos e de exames complexos. “Nós tínhamos filas de acesso à saúde para todos os níveis. Por isso, nós criamos os mutirões de atendimento”, disse. “O Prefeito Wladimir disse que a primeira coisa que ele queria cessar era essa espera de anos das pessoas e, a partir daí, nós iniciamos esse trabalho”, completa.
O primeiro grande Mutirão da Saúde começou em novembro de 2021 e realizou 46 mil procedimentos em menos de 100 dias. Foram realizadas desde consultas e exames até cirurgias. Na sequência, foi realizado o mutirão de exames de alta complexidade, no qual foram realizados 6 mil exames de ressonância magnética e tomografia. Neste momento, o mutirão em curso é o das cirurgias ortopédicas, que oferece mais de 14 mil procedimentos, entre consultas, exames, cirurgias e fisioterapia recuperadora.
No dia 8 de junho foi realizada a primeira cirurgia pelo Mutirão, na Santa Casa de Misericórdia. O jovem Roberto Alves Peçanha, 19 anos, sofria com uma lesão do ligamento cruzado anterior do joelho direito. Mãe de Roberto, a dona de casa Elaine Alves Pereira, 41 anos, contou que o filho sentia muita dor, desde que sofreu a lesão, enquanto jogava bola. “Estou muito feliz com o acolhimento que recebemos desde o agendamento da consulta à realização da cirurgia, que foi bem-sucedida. Sou muito grata”, afirmou.
Uma das pacientes que aguardava no Ferreira Machado era a professora Leydiane Ferreira da Costa, de 37 anos. Ela, que realizou a cirurgia de luxação no tornozelo, na última semana, na Beneficência Portuguesa, agora passa por um pós-operatório tranquilo, segundo informou seu marido, João Silvestre. “A cirurgia foi muito rápida. Ela não sente dores, mesmo após ter concluído toda medicação. Os pontos já estão sequinhos e semana que vem ela retorna para mais uma revisão”, disse João.
Segundo Hirano, novos mutirões serão implantados, como de cirurgias urológicas, de cirurgias de cabeça e pescoço, e ultrassonografia de Mama, ovário e próstata.
HGG e HFM
As duas grandes emergências do município estão passando por transformações. O HGG passa por uma reforma completa, inclusive com as construções de um novo telhado e de uma nova emergência. Após a conclusão da obra, que está em fase final, haverá o aumento no número de leitos de 89 para 152. A previsão da conclusão é para os próximos 30 dias, quando também já terá chegado todo o novo mobiliário da unidade, conforme adianta o secretário de Saúde.
A obra está orçada em mais de R$16 milhões e está sendo feita em parceria com o Governo do Estado. O HGG agora também já conta com um tomógrafo, não sendo mais necessário o deslocamento de pacientes para a realização de exames.
Já no HFM, a imagem que chama a atenção logo na chegada é o corredor central vazio, sem macas. Há um ano a gestão do hospital conseguiu pôr fim às internações no corredor, o que o diretor clínico da unidade, Arthur Borges, classificou como um problema de fluxo. “Não havia carência de leito no hospital, o que ocorria aqui era a necessidade de se organizar o fluxo. Nós estudamos amplamente a situação para entender como o problema poderia ser resolvido e hoje temos nossos corredores livres, com as pessoas recebendo atendimento digno, nas salas adequadas”, disse.
E completa: “Nós instituímos um novo modelo no atendimento e fluxo da emergência. Com isso, protocolos de atendimento, regulação e internação foram alterados, reduzindo a permanência de pacientes no setor para uma média de 24 horas até a devida avaliação e definição de tratamento”, explicou.
Arthur é neurocirurgião e trabalha no HFM desde 2007. “Tem médicos que fizeram residência aqui e moram em outras cidades que não acreditam quando eu posto foto do HFM. Era um problema que parecia sem fim”, comenta o médico.
O diretor do HFM destaca que outras mudanças estão prestes a acontecer na unidade, como a construção de uma nova emergência, que já está em fase de licitação, e a conclusão da instalação dos novos equipamentos, como um novo tomógrafo, além de todo o mobiliário do hospital, que está chegando desde a última semana. “Só esta semana chegaram mais de 200 camas, grande parte delas elétricas; chegaram, inclusive, camas transparentes, que permitem realizar exames como de raio X sem deslocamento do paciente do leito. Nós estamos investindo na qualidade do atendimento ao paciente”, ressalta Artur, informando que todos os setores do hospital estão sendo reformulados gradativamente, para não prejudicar o atendimento aos pacientes.
O hospital realiza, em média, 200 atendimentos por dia. Só de acidentes com motocicleta, a demanda diária é de pelo menos 10 pacientes.
Medicina preventiva
Como diz o ditado popular, prevenir é melhor que remediar, principalmente quando o assunto é saúde. E, para atuar na medicina preventiva, começa o trabalho das Unidades Básicas de Saúde (UBS). Campos estava no início de 2021 com 46 destas unidades fechadas. Destas, 22 já foram reformadas, equipadas e reabertas. E, segundo a Prefeitura, os agentes comunitários de saúde e agentes de saúde da família estão sendo treinados para fazer um atendimento integrado.
O vice-prefeito, Frederico Paes, ressaltou a importância da medicina preventiva. “Essa sempre foi uma preocupação do governo Wladimir, de proporcionar um tratamento adequado à população antes que chegue o sofrimento. O objetivo é atender as pessoas perto de suas casas, diminuindo o tempo de espera e, consequentemente, aumentando a qualidade de vida, disse.
Ainda segundo Paulo Hirano, os agentes serão equipados com medidores de glicose, aparelhos para aferição de pressão arterial e oxímetros e terão à mão um tablet, no qual todas as informações entrarão no sistema da Secretaria de Saúde, fazendo a conexão com a rede, que já vai direcionar o paciente para programas específicos, caso haja necessidade. “Um paciente diabético, ou hipertenso, por exemplo, será inserido automaticamente no programa Hiperdia, passando a contar com consultas e medicação adequada”, explica.
Atendimento a criança
Os atendimentos de urgência e emergência pediátricos ficam por conta das duas Clínicas da Criança: uma funciona em Guarus, onde abrigava o Posto de Urgência de Guarus, e a outra anexa ao Hospital dos Plantadores de Cana, no Centro. Só na unidade de Guarus, são realizados, em média, 200 atendimentos por dia. A Clínica da Criança atende crianças de 0 a 11 anos.
Novo Hemocentro
Paulo Hirano também informou que as obras do novo Hemocentro Regional estão prestes a começar. A verba já foi liberada pela Caixa Econômica Federal para a conclusão das obras. O recurso da ordem de R$ 10 milhões veio para o município após a intervenção da deputada federal Clarissa Garotinho. O projeto prevê a construção de um prédio de dois pavimentos em área da Rua Espírito Santo, próximo ao HFM, que terá estrutura independente do hospital para atender não somente aos doadores, como também portadores de doenças do sangue, como hemofílicos.
