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A dor nas costas também faz parte do processo degenerativo do corpo

Segundo o neurocirurgião Eraldo Ribeiro, há o desgaste da coluna com o decorrer dos anos

Saúde
Por Gabriela Lessa
26 de junho de 2022 - 0h01
Dr. Eraldo Ribeiro, neurocirurgião

Postura ruim, levantamento de peso de forma errada e prática de atividade física sem orientação são algumas das causas de uma das reclamações mais comuns entre as pessoas: a dor nas costas. No entanto, de acordo com o neurocirurgião Eraldo Ribeiro, é importante levar em conta o processo degenerativo do corpo humano, que passa por inúmeras mudanças no decorrer dos anos, refletindo-se não apenas nos cabelos brancos ou rugas, mas também no desgaste da coluna.
 “Se nós fizermos uma ressonância magnética em toda a população, principalmente a partir dos 40 anos, o anormal é se a pessoa estiver normal. É praticamente certo de que o paciente não estará normal, porque o processo de desgaste, de envelhecimento na vida, acontece no corpo todo. Principalmente na coluna, que é o eixo de sustentação do corpo e de multiplas articulações sequenciais”, explica Eraldo Ribeiro.


Quando uma pessoa está com dores recorrentes nas costas, é necessário observar os sintomas e analisar se é devido a um trauma ou o processo degenerativo. E, segundo o neurocirurgião, um dos exemplos mais comuns deste processo de degeneração, é a hérnia de disco, que é ocasionada   no decorrer da vida, com maior frequência acima dos 40 anos. Ele explica que também existe a possibilidade da hérnia como consequência de exercícios extremos e rompimento do ligamento. Ambos os tipos dificilmente necessitam de intervenção cirúrgica, já que é possível a realização de um tratamento clínico.
“A protusão discal, mais conhecida como hérnia de disco, na verdade, ela por si só não é uma doença. Ela faz parte do processo degenerativo. O disco é composto por 80% de água. É um colchão amortecedor, que, com o tempo, vai sofrendo um desgaste e perda progressiva dessa hidratação discal. Então vai perdendo volume, o que faz uma aproximação maior de cada vertebra uma da outra, principalmente nos seguimentos inferiores, que sofrem maior carga”, detalha.

Tratamentos invasivos e coadjuvantes não invasivos
Quando se fala de lombociatalgia, uma dor na região lombar que se estende até a perna, de acordo com o Departamento de Coluna da Sociedade Brasileira de Neurocirugia, menos de 10 % dos pacientes que desenvolvem esse quadro, chegarão à mesa cirúrgica. A partir disso, o Eraldo Ribeiro explica que, independente dos achados em uma ressonância magnética, é importante tratar o que o paciente está sentindo e não o exame em si.
“Existe uma sequencia de procedimentos, que podem ser utilizados e não são invasivos. A indicação da cirurgia é o final da linha. Hoje existem os trabalhos fisioterapêuticos, o pilates, RPG, a natação e, até mesmo, os bloqueios, que são excelentes e tem resultados muito bons, sem precisar chegar ao extremo, que é a cirurgia. Lógico que existem indicações cirúrgicas, mas repito: trata-se o doente, não o exame”, disse.

Importância da atividade física
Para Eraldo Ribeiro, com relação à coluna, não há necessidade de fazer revisão médica se não houver sintomas, mas é importante manter os cuidados com o corpo, principalmente com relação ao exercício físico. “Se você não tem clínica, não tem que procurar médico. Mas, é óbvio, se as pessoas querem um milagre, eu só conheço um, que é a atividade física. Não há dúvida que com o exercício físico direcionado, com orientação, a qualidade de vida será outra. Na vida como um todo”, finaliza.