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O que esperar do Plano de Mobilidade urbana de Campos

Ainda é muito cedo para avaliar os resultados

Guilherme Belido Escreve
Por Guilherme Belido
23 de junho de 2022 - 17h20

O Plano de Mobilidade Urbana que está sendo colocado em prática pelo governo municipal vai precisar de algum tempo para que seja avaliado quanto aos resultados.  

Ainda em fase de execução, quaisquer observações feitas agora, desfavoráveis ou favoráveis, são prematuras. Mais que evidente, está na etapa de implantação e, como tudo que se cria ou se modifica, vai passar por inevitáveis ajustes.  

O principal foco do Plano de Mobilidade e seu maior gargalo está no trânsito de Campos – um dos piores que se tem notícia entre cidades brasileiras do mesmo porte.  

Ao longo de anos e anos não se cuidou da questão de forma adequada, que seria através de profissionais qualificados na área de engenharia de trânsito. Assim, além da cidade ter crescido sem o menor planejamento, o trânsito foi relegado – ao menos em vários períodos – a experiências amadoras. Ressalve-se, algumas intervenções foram alvo de estudos devidamente calculados e planejados, com bons resultados. 

No momento a cidade está diante de nova tentativa para desafogar o congestionamento, com destaque para os dois corredores entre a Av. 28 de Março e Beira Rio, com obras acessórias para auxiliar a fluidez. Isso, paralelo ao recapeamento asfáltico em várias ruas, que é bem mais do que uma mera operação tapa-buracos. 

No que diz respeito à inversão de sentido de ruas, como a Marechal Deodoro (rua do Príncipe), Marechal Floriano (rua do Ouvidor) e rua dos Goytacazes, será necessário analisar se a partir de agora as referidas inversões estão levando os carros para onde o trânsito é menos congestionado. Aí, sim, teremos um ganho de fluxo. Porque, se não for o caso, a mudança pura e simples vai trocar seis por meia dúzia.  

Na quarta-feira (15), véspera do feriadão, o trânsito em várias áreas estava um caos. Por volta das 18hs, a 28 de Março, no sentido Alberto Torres (perto da antiga Estação Leopoldina), ficou intransitável. A mesma Alberto Torres literalmente ‘parou’, totalmente engarrafada no trecho entre a Barão de Miracema e entrada para Rocha Leão. A Tenente Cel. Cardoso (Formosa) também extremamente lenta de ponta a ponta – entre outras. 

Não obstante seja preciso ‘dar um desconto’ por se tratar de véspera de feriado, nos dias normais, em horário de rush, não é tão diferente. Portanto, se melhorou – ou não melhorou –, vai se saber daqui a algum tempo. Mas, por ora, está muito aquém do que se entende por uma razoável mobilidade.  

Como registro, se os sinais não forem sincronizados – como, por agora, não estão – será difícil vencer a lentidão. Isso porque a luz verde acende, o carro sai, mas tem que parar 50, 60, 70 metros no seguinte, visto que o vermelho aparece na próxima esquina. 

De toda sorte, é bom lembrar que o Plano de Mobilidade Urbana de Campos é o primeiro depois de muitos anos. Logo, vai dar trabalho e não vai ser do dia para a noite que se terá resolvido questão complexa e que adernava no relento administrativo.  

Quando nada, o governo atual está colocando a mão na massa e tentando descascar um abacaxi gigante. Vamos aguardar. 


Assim é a política

Apesar da importância singular que exerce sobre a vida de toda a sociedade, a política não é apenas traiçoeira e movediça. É, também, oportunista, utilitarista e sem escrúpulos. Claro, como tudo, há exceções – em alguns períodos em maior número, outros em menor. Hoje, vivemos tempos estreitos. 

Saindo do populista nato, do enganador – dos quais não se espera nada mesmo – por vezes nos surpreendemos com atitudes daqueles que não se enquadram nessa categoria, digamos assim, mais baixa. 

Declarações de Geraldo Alckmin (quatro vezes governador de São Paulo e afilhado político de Mário Covas) feitas em momentos diferentes causam, para falar o mínimo, surpresa. Mas, falam por si… Vamos a elas: 

Em 2006, durante debate da Bandeirantes:  “Não meça as pessoas pela sua régua. […] Se há alguém que não tem moral para falar de ética é o governo Lula”

Em dezembro de 2017, ao assumir a presidência nacional do PSDB: “Depois de ter quebrado o Brasil, Lula diz que quer voltar ao poder. Ou seja, ele quer voltar à cena do crime”

E agora, em 2022, pouco antes de ser indicado a vice na chapa do ex-presidente Lula: “Ele [Lula] é, hoje, aquele que melhor reflete, interpreta o sentimento de esperança do povo brasileiro. Aliás, ele representa a própria democracia porque ele é fruto da democracia”