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Com oscilações de alto risco, população vai se ‘acostumando’ à pandemia da Covid

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Guilherme Belido Escreve
Por Guilherme Belido
10 de junho de 2022 - 13h29

Cumprindo prerrogativa indissociável ao jornalismo, que não se limita à comunicação do fato – que é a notícia propriamente dita –, mas se estende à interpretação e explicação do fato, bem como à opinião e orientação tendo em vista o interesse público, esta página, tal qual outras inserções do Terceira Via, tem sido exaustiva no sentido de alertar sobre os riscos de se subestimar à pandemia com o vírus em circulação. 

Matéria factual não é aquela que só vale para aquele dia e no seguinte está superada. Ao contrário, factual diz respeito a um determinado período, que pode ser curto ou longo.  

Assim, enquanto determinado assunto estiver vigorando, sendo debatido e acrescido de novas informações, perspectivas e nuances, persiste o caráter factual.  Diferente do ‘texto frio’. 

Covid-19 

Retornando ao caso em tela – coronavírus – explica-se ao leitor o porquê de tantas vezes esta página bater na mesma tecla, baseada no entendimento de que enquanto o vírus estivesse circulando no Brasil, não seria adequado abrir mão das medidas preventivas. 

Bem entendido, não se está falando em lockdown, em fechar isso ou aquilo, e nem mesmo em reduzir horário de funcionamento de nada. Mas apenas em se recomendar o distanciamento físico, combater aglomeração e, principalmente, manter o uso da máscara. 

Aceleração do contágio – A variante Ômicron, que surgiu ano passado com expectativa de que acabasse com a Covid, não se confirmou. Como também não se confirmou que a curva descendente seguiria ininterrupta em queda. 

Ao contrário, a média móvel de óbitos voltou a ficar acima de 100 mortes. As 301 vidas perdidas na quinta-feira (08) fizeram a média móvel saltar para 122, sendo que o número de casos registrados em 24 horas ficou acima de51 mil – a maior média dos últimos meses. Semana passada, dia 02, o número já havia sido o maior desde março, com quase 42 mil casos em 24hs.

Desnecessário lembrar que não estamos mais sofrendo com 2 ou 3 mil vidas perdidas diariamente, o que seria devastador. Contudo, 130, 170, 230 óbitos é oscilação inaceitável, visto que de uma hora para outra o contágio poderá acelerar fora e controle. 

Consequências – Neste espaço, o Terceira Via adiantou há 3 semanas (fac-simile) que as ‘aberturas’ eram de alto risco, reproduzindo artigo da pesquisadora Margareth Dalcolmo, publicado em O Globo.  

Agora, semana passada, as escolas de São Paulo que já haviam recomendado a volta das máscaras, na sexta-feira (03) retomaram o ensino remoto em virtude da alta de casos de Covid. 

Também Campos voltou atrás e anunciou novos protocolos de combate ao vírus, depois que as aulas em 4 escolas foram suspensas face a casos de Covid envolvendo alunos e funcionários. 

Grandes jornais – O espaço reproduz recentes manchetes de alguns dos principais jornais brasileiros, entre eles o EstadãoO Globo e Correio Braziliense, todos chamando atenção para o aumento exponencial do número de casos… e que o brasileiro está perdendo o medo da Covid.  

Então, pergunta-se: estaríamos a nos acostumar com a pandemia, como um novo cenário de normalidade, tirando centenas de vidas toda semana?