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Presidente da Alerj anuncia repasse para construção de biblioteca internacional em Nova Friburgo

Repasse dos recursos da Alerj acontecerá por meio de convênio entre a prefeitura de Nova Friburgo e a Funarj

Cultura
Por Redação
6 de junho de 2022 - 10h32
Presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), em Nova Friburgo

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado André Ceciliano (PT), anunciou o repasse de R$ 6 milhões para a construção da Biblioteca Internacional Machado de Assis (Bima), em Nova Friburgo, Região Serrana do Rio. O anúncio ocorreu durante o evento “Café com Desenvolvimento”, organizado pelo Fórum da Alerj de Desenvolvimento do Estado, nesta fim de semana, e realizado no auditório da Câmara de Dirigentes Logistas (CDL), na cidade serrana.

A Bima será localizada em terreno na Praça do Suspiro, de onde parte o teleférico de Friburgo, um dos principais pontos turísticos da cidade. O repasse dos recursos economizados pela Alerj acontecerá por meio de convênio entre a prefeitura de Nova Friburgo e a Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio (Funarj).

O aporte financeiro será para a cooperação técnica internacional e para realização do projeto básico e executivo da obra. “Acredito que o projeto é muito mais do que uma biblioteca, é um museu belíssimo. Estamos fazendo nosso dever de casa. A Alerj, na minha gestão, economizou em média R$ 500 milhões por ano”, afirmou Ceciliano. Durante a reunião, o presidente da Alerj também informou que o Parlamento está fazendo convênio com o estado para a transferência de R$ 100 milhões da Alerj para melhorar os procedimentos de cirurgias cardíacas no sistema de saúde fluminense.

Idealizada pelo secretário da Casa Civil de Friburgo, Pierre Moraes, a biblioteca terá alcance internacional e contará com livros físicos e digitais, além de vários recursos tecnológicos. A Bima ainda terá espaços para e-games, seminários e exposições de todas as linguagens artísticas, bem como será possível comportar show e eventos para até 12 mil pessoas.

“A Bima será uma renascença para Friburgo e a região, que desde 2011 vem sentindo impactos econômicos negativos, principalmente devido à grande tragédia climática e, atualmente, à pandemia. A Bima vai trazer turistas, impulsionar a economia e colocar Nova Friburgo em evidência mundialmente. A Bima já é reconhecida internacionalmente e defendida até mesmo pela Unesco”, ressaltou Pierre.

O projeto homenageará artistas e escritores que nasceram ou tiveram momentos marcantes em Nova Friburgo, como Alberto da Veiga Guignard e Carlos Drummond de Andrade. O próprio Machado de Assis, que dá nome à biblioteca, sendo o principal expoente da literatura nacional, viveu períodos na cidade serrana para se curar de doenças respiratórias. A Bima também contará com um repleto calendário anual, que homenageará os chamados 10 povos formadores de Nova Friburgo, entre eles suíços, alemãs, libaneses, japoneses e todos os povos da diáspora africana.

Fundo Soberano e gasodutos no interior

O evento “Café com Desenvolvimento” é produzido pelo Fórum da Alerj para, sobretudo, ouvir demandas de empresários e setores produtivos do interior fluminense, com o objetivo de levantar medidas que podem ser implementadas com o Fundo Soberano. O primeiro encontro aconteceu nos dias 19 e 20 de maio, em Campos dos Goytacazes e Itaperuna, onde foi mapeado o problema da energia elétrica enfrentada pela população do Norte e Noroeste Fluminense.

Criado em 2021, através da Emenda Constitucional 86/21, o Fundo Soberano é uma aplicação financeira que recebe recursos que excedem as previsões orçamentárias dos royalties e participações especiais do petróleo e do gás. A estimativa é de que, este ano, ele tenha R$ 2,1 bilhões em caixa. Esse dinheiro deverá ser usado para financiar projetos estruturantes que atraiam novos investimentos para o Estado do Rio, gerando emprego e renda.

Ceciliano explicou que um dos exemplos de aplicação de recursos do Fundo é a construção de gasodutos no interior fluminense, para aproveitar o gás natural do pré-sal. A utilização desse gás ajudaria a produção agrícola de Nova Friburgo, que corresponde a 44% da produção do Estado do Rio.

“No segundo semestre, a obra de um gasoduto ligando o pré-sal a Itaborai será concluída, o que gerará 18 milhões de metros cúbicos de gás por dia. O estado não pode perder essa oportunidade, caso contrário o nosso gás vai para Minas ou São Paulo. Por isso, já pedimos estudos para criação de três gasodutos no interior, inclusive um que passa pela Região Serrana e chega ao Noroeste Fluminense. O custo estimado é de R$ 1,5 bilhão”, declarou Ceciliano.

O presidente da CDL de Nova Friburgo, Bráulio Rezende Filho, elogiou o Fundo Soberano. “Nosso município não recebe recursos dos royalties. É fundamental o Fundo para gerar desenvolvimento não só na costa, mas também em todo o interior fluminense”, disse.

Problemas e gargalos de Nova Friburgo

Durante a visita a Nova Friburgo, a comitiva da Alerj recebeu diversas sugestões de melhorias para os setores produtivos. O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Cargas de Nova Friburgo, Jackson Thedin, pediu um alívio nas contas das empresas. “Precisamos de um refinanciamento de dívidas tributárias com base no percentual das receitas atuais das empresas, principalmente devido à pandemia de coronavírus”, afirmou.

Quanto à demanda, Ceciliano afirmou que tentará incluir uma emenda ao Projeto de Lei 5.982/22, de sua autoria, que estará na pauta da ordem do dia da próxima terça-feira (07/06). O projeto dispõe sobre o parcelamento de débitos fiscais dos devedores em recuperação judicial.

Já o empresário do setor metal-mecânico, proprietário da indústria Haga, José Luiz Abicalil, destacou três pontos principais para o desenvolvimento de Nova Friburgo. Segundo ele, a infraestrutura de logística e a segurança são dois grandes problemas. Abicalil também pediu reformas tributárias, como o fim da substituição tributária e do Fundo Orçamentário Temporário (Fot) para pequenas empresas.

“As melhorias das legislações tributárias e das estradas da região são fundamentais. Em dois anos, o custo do frete subiu de 3% da mercadoria para 5,1%. Outro grande problema é a segurança pública. Muitas empresas precisam contratar guardas armadas para utilizar as rodovias de acesso a Nova Friburgo”, explicou.

O Polo metal-mecânico de Nova Friburgo é um dos mais importantes do estado. Segundo dados do Sindicato Metalúrgico do município (Sindmetal), 80% de todo cimento utilizado na cidade do Rio tem origem em Friburgo. O município também é responsável por 25% da produção nacional de cadeados e fechaduras.

Outra indústria pujante da cidade serrana é a de moda íntima. Friburgo é responsável por 25% da produção nacional do setor e conta com aproximadamente 1.300 confecções. O município também é a sede da Fevest, mais importante feira brasileira do setor.

Estiveram presentes no evento a deputada estadual Adriana Balthazar (PSD), a vereadora de Nova Friburgo, Maiara Felício (PT), o deputado federal Júlio Lopes (PP/RJ), além do reitor do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), Rafael Almada; do presidente da Associação Comercial Industrial e Agrícola de Nova Friburgo (Acianf), Júlio Cordeiro; e da presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) Centro-Norte, Márcia Carestiato.

Fonte:Ascom/Alerj