×
Copyright 2024 - Desenvolvido por Hesea Tecnologia e Sistemas

Prefeitura encaminha à Câmara projeto de lei do novo sistema de bilhetagem eletrônica e propõe modernização do pagamento de passagens

Em fevereiro, reportagem do Terceira Via mostrou que moradores de Farol e da Baixada pagam tarifas mais caras devido à falta do sistema no setor

Transporte
Por Redação
24 de maio de 2022 - 9h07
(Fotos: JTV)

A Prefeitura de Campos divulgou, nesta segunda-feira (23), que encaminhou para a Câmara Municipal o projeto de lei do novo sistema de bilhetagem eletrônica, que vai permitir o retorno do pagamento de subsídios a empresas de ônibus e sua extensão a todos os permissionários de vans, após licitado. Segundo a Prefeitura, isso vai “garantir à população pagamento da tarifa única de R$ 3,50, independentemente das linhas, distância e quilometragem”.

O projeto de lei entrou como objeto de tramitação na sessão ordinária desta terça-feira e será analisado pelas comissões internas e pela Procuradoria e, posteriormente, encaminhado para apreciação dos parlamentares em plenário. Ainda não há data definida para votação da matéria.

Em fevereiro, a reportagem do Terceira Via mostrou (aqui) a dificuldade enfrentada pelos moradores do Farol e da Baixada Campista, que têm que pagar até R$ 8,40 pela passagem, devido à falta do sistema de bilhetagem. Sem ônibus para as linhas regulares, moradores das localidades são atendidos exclusivamente por vans. 

Segundo a Prefeitura, o projeto de lei altera a Lei Municipal de nº 7.879/2006, ficando instituído o sistema de bilhetagem eletrônica nos serviços públicos de transporte coletivo de passageiros, ficando de competência do município o gerenciamento das operações. O sistema possibilitará a utilização de cartão eletrônico, como instrumento do Vale-Transporte, previsto em legislação federal, e deverá ter como prioridade a extensão do benefício da integração para a população.

LEIA TAMBÉM

Moradores de Farol reclamam que estão sem ônibus há mais de um ano e que pagam R$ 8,40 pela passagem

Segundo o presidente do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT), Nelson Godá, a ideia é unificar o sistema de bilhetagem no Município e para oferecer à população “um melhor atendimento”. 

“Assim, a Prefeitura terá maior controle de informações de carregamento de passageiros para melhor aferir a quantidade de pessoas que estão usando o transporte na cidade, em especial aquelas beneficiadas pela gratuidade, para que o Município continue implementando políticas públicas para melhor atender a todos”, disse o presidente.

Ainda de acordo com Godá, toda a população precisará adquirir o cartão do bilhete eletrônico para usufruir da integração prevista, inclusive com a instalação das estações, e garantir o valor da tarifa básica do sistema, que é de R$ 3,50, e não ser cobrado o valor da tarifa da linha, cujos valores são mais caros.

O presidente do IMTT afirma, também, que a lei prevê formas mais modernas de compras e carregamento das tarifas por meio de PIX, cartão bancário de crédito e débito, QR Code (físico e virtual), além dos pontos de vendas físicas. “O usuário poderá fazer a recarga de maneira online e sempre ter a sua disposição no sistema de transporte”, comentou.

Ônibus lotados e horários irregulares

Cláudia Martins mora em Custodópolis e trabalha na avenida 28 de Março. Todos os dias ela precisa sair pelo menos uma hora antes do horário de entrada para não chegar atrasada.

“Tem ônibus que já vem do Santa Rosa lotado e passa direto. As vans também vêm cheias. Aqui tem demanda para mais ônibus. Tem muita gente que mora nessa região e que precisa do Jóquei x Santa Rosa. No final da tarde é a mesma coisa pra voltar, ônibus lotado. Tem dia em que a gente junta quatro passageiras e paga um carro de aplicativo. Paga um pouquinho mais, mas, às vezes, não tem outra opção”, relata a trabalhadora.

Na localidade de Campelo, que é atendida por vans, os moradores têm enfrentado problemas com relação à regularidade do transporte.

“Quando começou, tinha as vans nos horários certos. Depois, foi diminuindo e agora tem dias em que elas simplesmente não passam. Sexta-feira passada eu precisava ir a Guarus. Esperei a van de 15h e não passou. A de 16h também não. Nem a de 17h. Perdi meu compromisso. No sábado, fui para o Centro de carona e, na hora de retornar, tive problema novamente. Não tinha van no horário estipulado no ponto”, reclama o agricultor João Cruz, que diz que nunca presenciou fiscalização do IMTT no ponto.

O Jornal Terceira Via questionou a Prefeitura de Campos com relação às reclamações dos usuários do transporte e aguarda resposta.

*Matéria atualizada às 19h para inclusão de informações