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Dor torácica pode sinalizar alguma doença do coração e até risco de infarto

Profissionais de saúde alertam sobre a necessidade de um atendimento rápido e preciso

Saúde
Por Cíntia Barreto
8 de maio de 2022 - 0h01

O corpo se comunica de diversas formas quando está sofrendo com algum problema de saúde. Por isso, é necessário estar atento aos sinais que podem se manifestar, principalmente, através da dor. As dores torácicas, por exemplo, podem indicar vários problemas, de proporções menores e até mesmo um infarto. De qualquer forma, segundo especialistas, é necessário investigar minuciosamente porque o tempo nessa situação é precioso.
Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) afirmam que as doenças cardiovasculares são líderes de mortalidade no Brasil. De acordo com o órgão, aproximadamente 14 milhões de brasileiros têm alguma doença no coração e cerca de 400 mil morrem por ano em decorrência dessas enfermidades, o que corresponde a 30% de todas as mortes no país.


Cada vez mais comuns, problemas relacionados ao coração precisam de atenção máxima, principalmente quando surgir algum sintoma ou dor.
“É difícil para o médico ou para a equipe de enfermagem, que está prestando atendimento ao paciente, diferenciar um quadro de infarto agudo do miocárdio, dissecção de aorta ou entidades relacionadas à dor torácica, que podem trazer um nível de gravidade maior para o paciente. Então, se o paciente está com esse quadro, é importante que ele tenha um atendimento rápido já com a realização do eletrocardiograma. E a interpretação desse eletro precisa ser feita por um médico especialista o mais rápido ainda”, explicou o coordenador da Emergência do Hospital Dr. Beda, Pedro Conte.

Setor de procedimentos de Emergência Torácica


Nos últimos 30 dias, médicos ligados à emergência do Hospital Dr. Beda têm notado um aumento expressivo do número de pacientes com quadro de infarto agudo do miocárdio. Só neste ano, a emergência do hospital já registrou 12 casos, enquanto a média do ano passado era de 4 a 5 casos. Os pacientes, com idade entre 30 a 50 anos, chegaram à emergência apresentando sintomas como: dormência nos braços, dores no peito, náuseas e mal estar.
Quando um paciente chega ao hospital com sintomas como esses, é necessária uma corrida contra o tempo para investigar as causas e tratar o problema de forma precisa. Por isso, segundo especialistas, é tão importante que a unidade hospitalar ofereça um serviço completo de emergência torácica.

Serviço adequado de emergência


O atendimento da dor torácica se inicia na porta do hospital. Segundo o doutor Pedro Conte, o Hospital Dr. Beda implementou, desde o final do ano passado, um protocolo de dor torácica.
“Todo paciente atendido aqui na instituição é incluído neste protocolo, que é sistematizado e segue várias métricas. Ou seja, existem alguns tempos que a gente tem que acompanhar também, que são importantes para esse tipo de atendimento, já que as diretrizes de cardiologia e das entidades de urgência e emergência praticamente protocolam esses tempos. Por isso, temos aqui um serviço de hemodinâmica disponível 24 horas por dia”, ressaltou o médico.


Outra situação apontada por dr. Pedro é que muitos hospitais, principalmente os públicos, muitas vezes, não possuem a estrutura necessária para atender pacientes com sintomas mais graves, tendo dificuldade até mesmo em relação à realização de um eletrocardiograma, que seria um exame básico no momento em que o paciente chega à emergência com dores torácicas.
O cardiologista Carlos Eduardo Soares afirma que é necessário o hospital oferecer um serviço de emergência adequado porque a vida do paciente depende disso.
“Tudo precisa ser muito rápido. Nós dizemos que tempo é músculo! A cada minuto perdido, o paciente pode estar perdendo o músculo do coração. Então, todas as engrenagens da emergência precisam estar muito bem encaixadas para que a gente consiga, a partir do momento que rodou um eletro na emergência e que a equipe tenha identificado um infarto de grande gravidade e que necessite de uma intervenção na sua fase aguda, dentro de 40 minutos colocar esse paciente dentro de um laboratório de hemodinâmica para poder desobstruir a artéria que está obstruída, causando o infarto de maior gravidade”, afirmou o cardiologista.  


Aumento de casos de infarto


Para o cardiologista Carlos Eduardo Soares, é possível que, por conta da pandemia, muitas pessoas tenham ficado algum tempo sem fazer exames de rotina e isso, somado a outros fatores, pode estar colaborando para um número expressivo de pessoas infartando. “A gente acredita que esse aumento pode estar ligado ao fato de muitos pacientes terem se cuidado menos na prevenção de algumas doenças durante a pandemia e terem também reduzido a prática de exercício físico, além de não ter cuidado tanto da alimentação. No mês de abril, aqui no Hospital Dr. Beda, tivemos uma taxa bem alta de infartos, historicamente fora da curva”, disse.

Incidência de infarto e o inverno


Dr. Carlos Eduardo alertou que, normalmente, as doenças cardiovasculares costumam aparecer com mais frequência quando o tempo está mais frio, por isso, já é esperado que nos próximos meses a taxa de ocorrência de infarto aumente. “Isso porque o nosso metabolismo precisa acelerar um pouco mais e, consequentemente, a chance é maior de uma placa de gordura lá dentro do coração se estabilizar e provocar um infarto”, explicou.