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O Demoníaco Namoro de Putin Com a Igreja Ortodoxa Russa – Fernando da Silveira

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Artigo
Por Redação
24 de abril de 2022 - 0h01

“A Rússia foi forçada a engolir o comunismo”.
Álano Barcelos.

O namoro de Putin com a Igreja Ortodoxa Russa tem tudo do que ocorreu na França por ocasião da matança dos protestantes pela execrável Catarina de Médici. É que o morticínio, que está sendo promovido por Putin para tomar conta da Ucrânia, deve chegar, sobretudo, em face da morte de ucranianos e russos, a uma carnificina superior ao que aconteceu na França em 1572. Estou vendo assim, aterrorizado, a multiplicação de pessoas com a mesma índole satânica de Catarina de Médici esfacelando a linha de conduta dos bons cristãos ortodoxos, pois chegam a justificar criminosamente a ocupação armada de territórios vizinhos da Rússia e a invasão da Ucrânia, como se fossem uma luta entre o bem o mal, quando, indubitavelmente, constituem a negação de todos os valores cristãos. Um satanismo que se veria bem na hipótese absurda da Bolívia tentar escravizar o Equador por ser maior e dominar a mesma língua do seu vizinho.

Parece-me uma aberração, quando cristãos seguem Putin, que vem sendo acusado até de mandar envenenar os seus adversários políticos, não só na Rússia, como também em outros países. Algo ocorrido com o seu antagonista, o russo Alexei Navalny, ao ser envenenado na Alemanha com a substância tóxica dos que sucumbiram na Rússia. E que só não morreu por se encontrar em outro país. E a aberração ganha proporções ciclópicas ao se saber que os falsos cristãos russos fingem ignorar, que no período do comunismo, do qual Putin viveu os seus últimos momentos simplesmente grafados, todos tinham conhecimento, de que a Ucrânia, por ter sido dominada pela Rússia comunista, foi atingida com a morte dos seus habitantes, que viviam em áreas rurais entre os anos de 1932 e 1933. Tudo tendo ocorrido em decorrência da política de coletivização da produção agrícola estabelecida por Stalin. Sim, numa época em que os grandes fazendeiros e até os médios e pequenos proprietários rurais ucranianos tiveram os seus meios de produção confiscados. Levando-os a morrerem de fome.

Não há quem acompanhe o movimento dos gigantes do comércio internacional, que não saiba que, após a queda de fachada do comunismo na Rússia, os comunas, que pelos seus interesses não poupavam ninguém, tornaram-se comerciantes num contato considerado como amigo com negociantes do mundo ocidental, que já nos levaram ao horror de duas guerras mundiais, em face da fome de dinheiro. E que podem nos conduzir com Putin a algo pior. Bem razão tem Zygmunt Bauman a nos dizer que “os vínculos afetivos das grandes nações moldam-se e rompem com facilidade”. Eu acho que podendo levar ao infortúnio toda a humanidade.

Por Fernando da Silveira – Jornalista, advogado e professor universitário