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Disputa não pode levar a risco institucional e Jardim informa empate em projeções

Jornalista Lauro Jardim, de O Globo, diz que projeções colocam Bolsonaro e Lula empatados às vésperas do 1º turno

Guilherme Belido Escreve
Por Guilherme Belido
11 de abril de 2022 - 15h37

A política eleitoral brasileira, e particularmente os pleitos para presidente da República, despertam paixões avassaladoras. De tão acirrados, muitas vezes saem do controle e acabam manchando o processo de sucessão.  

No Brasil, a partir da retomada do voto direto pós-redemocratização, em 1989, os pleitos foram marcados por maior ou menor nível de exasperação – o que é compreensivelmente normal.  

Tomando como exemplo a própria eleição de 89, que contou com mais de 20 postulantes à sucessão de José Sarney, a campanha foi uma das mais acaloradas, com episódios que chamaram atenção pelo alto grau de contundência.  

Naquele ano, a maioria dos comícios, dos programas exibidos no Horário Eleitoral de Gratuito do TRE e, particularmente, nos debates transmitidos pela Rede Bandeirantes, não foram poucos os momentos de tensão. A explicação reside na presença, à época, de três candidatos com chances significativas de chegar ao 2º turno – Collor, Lula e Brizola – além, naturalmente, de toda uma geração de importantes políticos que há 35 anos (desde 1964) não tinham chance de disputar a Presidência. 

Depois o Brasil teve duas eleições relativamente tranquilas com FHC, e da mesma forma outras duas com Lula e a primeira de Dilma. Já em 2014 o pleito foi tumultuado (Dilma e Aécio) e ainda pior em 2018. 

Risco a partir das redes sociais 

Na eleição de 2018, com o País mergulhado em crise política com o impeachment de Dilma Rousseff e a prisão de Lula da Silva, e ainda sofrendo profunda recessão econômica, a temperatura subiu muito acima do tolerável na disputa entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad.  

Foi, até então, o pleito em que as redes sociais mais ganharam espaço – nefasto espaço – com cada lado ‘impondo’ sua própria narrativa e absolutamente intolerante à opinião do outro. Algo até então nunca visto no Brasil, com disseminação de ódio e as criminosas fake-news.  

É a face tóxica da Internet, extraordinário instrumento tecnológico, mas que vem se prestando, cada vez mais, a confundir, iludir, transgredir, caluniar e tudo o mais que há de nocivo. Na prática, ao menos uma importante fatia cumpre o papel de rede antissocial. 

Perigo institucional – De forma preventiva e tomando como base a própria eleição de 2018, convém que o Legislativo, o Judiciário e as principais instituições do Brasil fiquem alertas para evitar não apenas a repetição, mas o agravamento da insegurança que marcou aquela campanha, patrocinada – frise-se – pelas redes sociais.  

Aliás, com ou sem credibilidade, não há como negar a abrangência das redes sociais e, também inegável, seus malefícios. Exemplo irrefutável está eleição de Trump nos EUA, cuja campanha foi fundamentada em rede social. 

Lauro Jardim: projeções colocam Bolsonaro e Lula empatados 

Em matéria publicada na sexta-feira (08), no Site de O Globo, o jornalista Lauro Jardim disse que o PT acendeu o sinal de alerta com projeções que colocam Bolsonaro e Lula empatados. 

Ainda de acordo com o conceituado jornalista, “os desgastes das recentes declarações de Lula e a ligeira recuperação da popularidade de Jair Bolsonaro e do governo dele colocaram petistas em sinal de alerta”.   

E prossegue Jardim: “Projeções internas do partido, segundo aliados do ex-presidente, mostram que Bolsonaro e Lula podem empatar nas pesquisas às vésperas do 1º turno das eleições. 

Diante desse cenário, integrantes do PT começam a avaliar a necessidade de alterar a estratégia de campanha que mirava conquistar os eleitores pelo bolso”.  

A informação (aqui reproduzida apenas parcialmente) é mais um indicativo de que tenhamos um pleito sobremaneira acirrado e, portanto, que os poderes da União, as instituições e demais órgãos que zelam pelo Brasil fiquem vigilantes.