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Jorge William Cabral | Secretário de Obras de Campos avalia problemas de alagamentos na cidade

Ele afirma que a Prefeitura faz manutenção de "piscinões" e que área do Alberto Sampaio não necessita de outra obra

Entrevista
Por Ocinei Trindade
16 de fevereiro de 2022 - 11h48
Secretário de Obras, William Cabral (Foto:Reprodução/Rede Social)

O Jornal Terceira Via destaca esta semana a reportagem “Chuvas põem à prova sistema de drenagem de Campos” (clique aqui) Sobre os mais recentes pontos de alagamentos na cidade, além desses problemas relacionados antes da gestão Wladimir Garotinho, o atual secretário de Obras e Infraestrutura, Jorge William Cabral, analisa a situação de combate e prevenção a enchentes, a manutenção de cisternas ou “piscinões” que ajudam no escoamento de águas pluviais, além da situação dos canais obstruídos no município.

Com o crescimento da cidade e com várias intervenções urbanas, como o governo Wladimir avalia a situação de alagamentos em Campos que, aparentemente, vem aumentando?

O sistema de drenagem de Campos é bom e leva às águas para os canais. O problema é que os canais, desde o fim do DNOS, não recebem a devida manutenção e estão assoreados e sempre com muita vegetação que emperram o fluxo das águas.

A Prefeitura já apresentou projetos ao Governo Federal com pedido de realização de construção de novos diques no Parque Prazeres, onde o dique é de terra e está sendo assoreado; em Ururaí e em Três Vendas.

Quanto ao crescimento da cidade e as intervenções urbanas, no que diz respeito às obras de infraestrutura, estão ocorrendo com obediência às normas técnicas. Quanto “à situação de alagamentos”, vale ressaltar que se levar em conta as dimensões da cidade, em extensa planície (dificulta drenagem por gravidade), com bairros que são grandes conglomerados urbanos, e muitos com formação de bacias (áreas baixas), Campos é a cidade das regiões Norte e Noroeste com menor número de estabelecimentos e casas invadidas pelas águas.

Como o governo observa as obras de drenagens e as ações do governo municipal que nos últimos anos ou gestões passadas construíram alguns piscinões próximos ao Alberto Sampaio e no Parque Guarus, por exemplo? A Prefeitura pretende interferir neste e em outros trechos da cidade com obras de drenagem?


Todas as áreas de alagamentos crônicos em Campos na cidade e no interior já receberam obras importantes, como em Três Vendas, Travessão e Goitacazes. Campos é a cidade do Estado do Rio com o maior número de “Cisternões” que são grandes reservatórios subterrâneos que captam as águas das chuvas torrenciais das ruas, nas áreas de formação de bacias e evitam os alagamentos. As superbombas bombeiam milhões de litros de água dos cisternões para o Rio Paraíba do Sul e para os canais que deságuam na Lagoa Feia.

No Parque Alberto Sampaio não há mais necessidade de obras porque elas já foram feitas e canalizam as águas para o Canal Campos-Macaé. O problema é que o Campos-Macaé aduz a água para o Canal de Tocos que está muito assoreado e com muita vegetação. Isso causa retenção do fluxo do Canal que ocasiona lentidão na drenagem na região do Alberto Sampaio no caso das chuvas torrenciais como da última vez que choveu 148ml/cm² em 24 horas, um volume de água esperado para o mês de fevereiro. 

A Prefeitura, na atual gestão, fez e continua fazendo intervenções nestes sistemas de drenagem e a cada chuva torrencial.  Devido aos materiais levados para dentro dos bueiros e para dentro dos cisternões, a Secretaria de Obras e Infraestrutura realiza reparos nos bueiros, nas bombas e nas galerias nos pontos que apresentam eventuais obstruções.

O órgão responsável  pela manutenção dos Canais é o INEA (Instituto Estadual do Ambiente) e, a Prefeitura, por meio da Secretaria de Planejamento Urbano, Mobilidade e Meio Ambiente e por meio da Secretaria de Obras e Infraestrutura  já faz gestões junto ao órgão estadual, e aguarda providências para a solicitação de dragagem do Canal de Tocos, para que o mesmo seja desobstruído e canalize as águas para a Lagoa Feia e evite alagamentos por causa da lentidão do escoamento das águas.

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A obstrução de canais e coberturas de canais como no caso do Campos-Macaé em área urbana, segundo especialistas, interferem ou facilitam o aumento de alagamentos na cidade. Como a Prefeitura avalia a situação?

A chamada canalização (cobertura) dos Canais nos perímetros urbanos, como o Campos-Macaé entre a Beira Rio e a Rua Ten. Cel. Cardoso; e o Canal do Saco no Parque Rodoviário; e o Canal de Drenagem entre Nova Brasília e o Parque Esplanada não interferem nos breves alagamentos. A Prefeitura avalia que os trechos canalizados ficam protegidos dos descartes irregulares de lixos em suas margens, e do assoreamento provocado pela erosão que as fortes chuvas provocam em suas margens.

No caso dos frequentes alagamentos próximos ao Camelódromo há previsão de novas obras?

Como já informado na segunda pergunta, aquela área do Parque Alberto Sampaio, onde ocorre alagamento eventual por ocasião das chuvas de grande volume, e que atinge parte da lateral do Shopping Popular Michel Haddad, não precisa de realização de obras porque elas já foram feitas. O problema é causado pela obstrução de trechos do Canal Campos-Macaé e do Canal de Tocos que causam lentidão no escoamento das águas drenadas da região do Alberto Sampaio.


Além do trecho urbano, há outras áreas preocupantes com alagamentos em Campos. Na Avenida Teresópolis, Rua Itaperuna e Antônio Carlos Chebabe, em Guarus; e no distrito de Travessão, por exemplo. Como a Prefeitura observa essa situação?

Antes do período das chuvas de verão, no final do ano passado, a Secretaria de Obras e Infraestrutura fez reparos e desobstruiu os sistemas de drenagem em  todas essas regiões que ficaram abandonadas durante os quatro anos da gestão anterior. Por se tratar de região de formação de bacias com forte declive e presença de muito lixo que são arrastados para dentro do sistema de drenagem, a Prefeitura realiza periodicamente ações de reparos na Avenida Teresópolis e na Rua Itaperuna.  


No distrito de Travessão, a Prefeitura já construiu Cisternão no bairro Estandarte. Em Guarus, as regiões alagadiças no Eldorado, Novo Eldorado, Santa Helena e Santa Rosa foram saneadas na gestão Rosinha Garotinho. Por se tratar do trecho urbano da rodovia federal BR-101, as ações na Avenida Antônio Carlos Chebabe precisam cumprir os trâmites de autorização dos órgãos federais para realizar obras nesse trecho. Há alagamento nos pontos de depressão da pista.É necessário entendimento com a concessionária da via (Arteris Fluminense) e autorização do Denit (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes).

 
O prefeito Wladimir Garotinho tem envidado esforços junto à concessionária da rodovia,  Arteris Fluminense e junto ao Governo Federal  para fazer intervenções nos trechos urbanos da BR-356, na região do bairro Jóquei Clube; e na BR-101 no trecho entre o Shopping Estrada e a Rua Rocha Leão. O prefeito mantém entendimento com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e com a Arteris para obter autorização para realizar outras obras que implicam  aterros e drenagem nos trechos de alagamento nas margens da BR-101, como o novo acesso à cidade pela Avenida José Carlos Pereira Pinto, e novo acesso para o Aeroporto e para o Distrito Industrial de Guarus, na altura do Parque Eldorado.


 Neste período chuvoso com riscos de enchentes, o que a população e o poder público devem atentar com prevenção e combate?

A Prefeitura trabalha muito e com afinco para reestruturar a cidade, mas a cidade não é da Prefeitura, é de todos. Por isso, é dever de todos cuidar dela. Prevenir é melhor do que remediar. Se a população deixar de descartar lixo nas ruas, em terrenos baldios, bem como deixar restos de materiais de construção nas calçadas, vão contribuir para evitar transtornos com os ralos obstruídos. A obstrução dos ralos causa lentidão no escoamento das águas que sobem e causam transtornos.