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Em live, Carla Machado comenta decisão de não se vacinar contra a Covid-19 e questiona eficácia da imunização de crianças

Postura da prefeita de São João da Barra contraria recomendações de autoridades sanitárias; Saúde de Campos recomendou vacinação pediátrica

Região
Por Redação
20 de janeiro de 2022 - 9h00
(Foto: Reprodução/Facebook)

A prefeita de São João da Barra, Carla Machado, que foi barrada em uma entrevista na InterTV por não estar imunizada contra a Covid-19, comentou nesta quarta-feira (19), em uma live divulgada por meio de suas redes sociais, a decisão de não se vacinar, postura que contraria recomendações de autoridades sanitárias de todo o país.

Durante a transmissão, Carla manifestou “dúvidas” em relação aos imunizantes usados para combater o avanço do novo coronavírus e suas variantes.

“Eu não sou antivacina. Tomei várias. Sou à favor da ciência. Só que eu tenho minhas dúvidas e acho que (não me vacinar) é um direito se eu não prejudico ninguém, porque tomando ou não tomando a gente continua a transmitir e continua a se contagiar. Aqui, a gente nunca impôs a ninguém. No dia em que abriu a companha de vacinação, eu estava ali, junto, incentivando os funcionários. Fui à vacinação dos idosos. Sempre fui entusiasta da vacinação. Minha formação é na área Contábil e do magistério. E sei que tem especialista, mas não existe verdade absoluta, a verdade é relativa. Como tem cientistas que acham que a vacina ajuda, tem outros que acham que não. Eu comecei a pesquisar isso, não me senti no direito de falar isso com ninguém, pois não sou especialista, não sou cientista. Eu fiz a minha parte enquanto gestora pública e continuei refletindo. Eu já estava fazendo o que tinha que fazer para proteger meu corpo físico. Eu me amo. E fiz uma opção”, afirmou.

A prefeita de São João da Barra também se posicionou de forma contrária à vacinação infantil. Apesar de o uso do imunizante pediátrico da Pfizer ter sido aprovado pelo corpo técnico da Anvisa, Carla pediu que mães do município busquem orientação médica antes de levar os filhos aos postos para receber a dose.

“Vou pedir às mães: olha a bula! Se eu tivesse filho, eu não vacinaria. Tem um RNA Mensageiro, né? Porque a Anvisa… A vacina, para vocês entenderem, precisa de no mínimo cinco anos para que sejam comprovados os efeitos colaterais. A Pfizer, por exemplo, não se responsabiliza por quaisquer efeitos colaterais. Mexe com o RNA, essa proteína aí, que é uma proteína que pode, né?, dar algum tipo de problema. E eu não poderia deixar de vir aqui falar como mãe, que a gente sempre é, independente do filho estar presente ou não, conosco. Nós estamos aí, preparando um medicamento natural, sem efeito colateral, para ajudar na imunidade das crianças. A secretaria de Saúde já está providenciando e vocês pensem. Elevem o pensamento a Deus, peça para orientar vocês. Leve seu filho ao pediatra antes, pede para ele assinar, indicando a vacina”, opina.

O governo federal tentou impor que a vacinação de crianças de 5 a 11 anos só acontecesse mediante prescrição médica, mas o Ministério da Saúde desistiu da exigência.

Secretaria de Saúde de Campos recomenda vacinação de crianças

Também na quarta-feira (19), a secretaria municipal de Saúde de Campos, por meio da Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde (Subpav), alertou para a importância da vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19. A imunização dos menores teve início no país no último dia 17. O subsecretário de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde (Subpav), médico infectologista e virologista Charbell Kury, pede aos pais que acreditem na ciência e vacinem os filhos.

“A vacina é segura e sua eficácia chega a 90%. Estamos perto do retorno escolar e, para evitar a disseminação da doença nas escolas, a vacinação ganha ainda mais importância”, explicou ele, ressaltando que crianças não vacinadas e acometidas pela Covid-19, principalmente na faixa etária dos 8 e 9 anos, podem desenvolver a síndrome inflamatória multissistêmica, que afeta as veias e artérias, causando complicações cardíacas, intestinais, comprometimento cerebral, entre outros.

“No Brasil, essa síndrome mata mais do que nos Estados Unidos e na Europa. Aqui, a cada 100 crianças, sete têm apresentado sintomas graves de Covid”, disse Charbell, que é professor e estudioso das vacinas. Ele afirmou, ainda, que houve uma mudança de paradigma, já que no início da pandemia acreditava-se em uma baixa transmissão entre as crianças, mas com o surgimento das variantes, em especial a Ômicron, a realidade hoje é outra.

“Os Estados Unidos começaram a imunização das crianças em dezembro e, com uma cobertura vacinal ainda baixa, em torno de 30% a 40%, o país vem registrando diariamente a internação de mil crianças”.

Outro argumento apresentado por Charbell, para a conscientização dos pais, é o fato de já terem sido aplicadas mais de 10 milhões de doses em todo o mundo e não ter ocorrido nenhuma morte. “Quando há reação, ela é leve, ou seja, não há ocorrência de efeitos colaterais que contraindiquem a imunização”, acrescentou.