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A pandemia que persiste; a incerteza da Ômicron; Justiça autoriza pagamento de dívida com sexo oral

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Guilherme Belido Escreve
Por Guilherme Belido
18 de janeiro de 2022 - 17h35

Pelo terceiro ano consecutivo a pandemia do novo coronavírus é uma realidade desoladora para o mundo e para o Brasil, alimentada por surpresas, incertezas e desconhecimento.  

Quando se pensa que a Covid está indo embora, a doença volta; quando acreditamos que o número de casos e óbitos está em irreversível queda, o contágio retoma a nível de aceleração. E quando os dados e percentuais projetam que a pandemia está no fim, uma nova variante surge e nossas esperanças desfalecem, mercê do trauma de mais de 620 mil mortes, a nos lembrar, impiedosamente, que seguimos no combate ao maior desastre de saúde pública dos últimos 100 anos. 

Início – Num breve resumo, a Covid-19, que chegou ao Brasil no primeiro trimestre de 2020, acelerou rapidamente para a faixa de 1.000 óbitos entre os meses de maio e agosto, decrescendo a partir de setembro. As esperanças, então, não estavam nas vacinas, mas no platô que traria a imunização de rebanho. A partir de outubro, a maioria dos dias registrava perda de vidas entre 200 e 500 – o que ainda era muito, mas a tendência de queda mantinha a expectativa de que a pandemia seria derrotada, com o pior cenário apontando 180 mil mortes. 

Mas não foi assim. Do platô, ninguém falava mais. O ministro Mandetta já havia sido demitido e seu sucessor ficara menos de um mês no cargo, substituído pelo General Pazuello – o interino que virou efetivo.  

Catástrofe – Entre uma série de medidas confusas, lockdowns ineficazes e o governo federal trocando farpas com governadores, o Brasil não pôs em andamento campanha nacional de restrições preventivas. Prefeitos e governadores fizeram o que bem entenderam, com inúmeros casos de corrupção com o dinheiro para combater a pandemia, como se viu no Estado do Rio de Janeiro, onde o chefe do executivo foi retirado do cargo por indecoroso caso de propina. 

A imunização chegou atrasada, também confusa, lenta e sem campanha nacional, enquanto o presidente Bolsonaro desqualificava as vacinas e promovia aglomerações. Completando o palco dos horrores prefeitos de várias cidades resolveram fazer o carnaval – “com protocolo” – e o Brasil viu estourar o número de mortes, que a partir de março/abril registrou dias com mais de 4 mil vidas perdidas.  

Alívio momentâneo – Só quando a vacinação avançou e atingiu 70% de vacinados com a primeira dose e mais de 60% com as duas, o número de casos e óbitos começou a cair, apesar das novas variantes que surgiram.  

De toda sorte, o Brasil terminou 2021 com a pandemia em baixa: número de casos entre 12 e 20 mil e óbitos abaixo ou um pouco acima de 100. E aí chegou a Ômicron, uma enorme incógnita, elevando o número de novos casos para quase 80 mil (73.345 no dia 17) e 162 mortes no mesmo dia, com severo crescimento tanto na média móvel quanto nos casos de óbitos. 

A cada semana uma notícia diferente sobre a variante 

São tantas as informações desencontradas e especulações sobre a variante Ômicron – inclusive vinda de especialistas – que não há que se estranhar que boa parte da população fique tonta, sem saber qual caminho seguir. 

De certo que a recomendação mais lúcida importa em tomar as vacinas recomendadas. Por outro lado as fake news, com toda a roupagem de notícia verdadeira, fazem um estrago nos protocolos da ciência. E até que a fake como tal seja desnudada, muitos não sabem que rumo tomar. É o lado criminoso e deplorável da Internet. 

Em 20 de dezembro, o próprio chefe da OMS disse que a Ômicron infecta pessoas já vacinadas e que “a nova variante estava se disseminando e atingindo imunizados e recuperados da Covid” (O Globo). E acrescentou: “É mais provável que as pessoas vacinadas ou recuperadas da Covid-19 possam ser infectadas ou reinfectadas”. 

Início do fim – Não tardou para que novos estudos apontassem a Ômicron como possível variante, digamos assim, positiva, na medida em que a nova cepa, apesar da grande transmissibilidade, não vinha acompanhada de alta letalidade. Assim sendo, poderia indicar o início do fim da pandemia. Os especialistas não deram certeza da suposta boa notícia, mas admitiram ser possível.  

Agora, vacina contra a variante Ômicron 

Numa versão de certa forma contrastante com o que se imaginou acerca da Ômicron, o laboratório americano Pfizer anunciou na segunda-feira (10) que está trabalhando em nova vacina contra a Covid-19 “adaptada à variante Ômicron”, e que estaria pronta em março.  

“Não sei se vamos precisar, não sei se será usado ou como, mas estaremos prontos. A fábrica já começou a produzir”, – disse Albert Bourla ao canal CNBC.  

Coronavac neutraliza Ômicron 

Dois dias depois, na 4ª-feira (12), dados fornecidos pelo Butantan e obtidos com exclusividade pela CNN deram conta de que duas doses da Coronavac neutralizavam a Ômicron, acrescentando a pesquisa que “a capacidade é igual ou superior à da vacina da Pfizer para a mesma linhagem”. Ainda segundo o Butantan, a efetividade da vacina foi comparada em quatro estudos científicos. O primeiro reúne resultados do ensaio de neutralização da Coronavac para a Ômicron. Para o leigo do povo, o excesso de informações seguindo diferentes correntes confundem o entendimento.  

Morte da modelo  

Fato dramático e que deixa a todos atônitos foi a surpreendente morte da modelo Valentina Boscardini, de apenas 18 anos, que faleceu em São Paulo, no domingo (09) por complicações da Covid. Ela, que havia tomado as duas doses da vacina, teria sofrido trombose e pneumonia.   

N O T A S 

Tribunal autoriza pagar dívida com sexo oral 

O fato inusitado aconteceu na Espanha. O Tribunal Constitucional de lá acatou pedido de uma mulher para pagar dívida de quase R$ 100 mil que tinha com o ex-cunhado com atos de sexo oral. O caso acabou voltando à Justiça porque após pagar R$ 96,3 mil com sexo oral durante 16 meses, o ex-cunhado resolveu pedir o restante do pagamento em dinheiro. 

Ozark de volta em 21 de janeiro 

Depois do estrondoso sucesso alcançado pela Netflix com a série ‘Ozark’, que conta a história de uma família de Chicago (pai, mãe e dois filhos) obrigada a se mudar e lavar dinheiro para o chefe de um cartel de drogas mexicano – dando início a uma série de ocorrências inusitadas e com grandes empecilhos para a família – o retorno da 4ª temporada está prevista para estrear no próximo dia 21. Jason Bateman e Laura Linney voltam como principais personagens.   

Anvisa recomenda a proibição de temporada de cruzeiros no Brasil 

Como não podia ser diferente (aliás, é de absoluto contrassenso que as pessoas façam cruzeiros em meio à pandemia), a Anvisa resolveu recomendar a proibição da temporada no Brasil. No início do mês, o MSC Preziosa atracou no Rio de Janeiro e 21 pessoas foram diagnosticadas com Covid. Em três dias o número de casos quase triplicou.