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Risco de intoxicação alimentar aumenta durante o verão

Período de férias faz com que as pessoas se alimentem na rua com mais frequência

Cuide-se Bem
Por Cíntia Barreto
17 de janeiro de 2022 - 0h01
Nutricionista Diego Motta (Foto: Divulgação)

O mês de janeiro para muitas pessoas é sinônimo de férias, por isso, é mais difícil manter uma rotina, principalmente em relação à alimentação. É comum dormir e acordar mais tarde, por exemplo, e assim muita gente perde o horário de algumas refeições. Além disso, passeios e viagens são mais frequentes e se alimentar na rua acaba sendo uma das atividades mais prazerosas. A questão é que esses fatores somados: rotina desregrada e o consumo de comidas, muitas vezes, sem procedência podem trazer vários riscos à saúde.

As comidas de restaurantes ou aqueles petiscos vendidos em barraquinhas e por ambulantes podem até ser apetitosos. Mas, principalmente no verão, os riscos de contrair alguma bactéria através dessas comidas são ainda maiores. Isso porque o calor deteriora os alimentos com mais facilidade e grande parte deles não é armazenada na temperatura correta, o que facilita a contaminação da comida.

Adquirir uma intoxicação alimentar, ainda mais nas tão desejadas férias é algo que ninguém quer ou espera, por isso, os especialistas alertam que é preciso estar atento aos alimentos e até bebidas a serem consumidos, pois eles correm o risco de estar contaminados por microrganismos que podem causar infecções ou intoxicações alimentares.

Segundo o especialista, é necessário escolher bem o que comer para evitar intoxicação alimentar (Foto: Divulgação)

São vários fatores que devem ser observados antes de decidir o local onde comer, ou antes de comprar o alimento, porque não é possível saber por quais processos as comidas passaram até a hora da venda. O nutricionista Diego Motta explica: “São várias questões que normalmente a gente nem pensa em relação aos alimentos de rua, mas que são importantes para que se crie consciência. Por exemplo, como esse alimento foi comprado? Onde ficou armazenado? Estava na temperatura correta? O ambiente em que ele estava poderia estar contaminado? Como esse alimento foi manipulado? Como chegou até ali?”, refletiu o nutricionista.

Ele ainda ressaltou a importância de redobrar os cuidados com aqueles alimentos vendidos na rua ou na beira da praia. “Claro que não podemos enlouquecer com isso, mas antes de escolher o que comer e onde comer, é bom evitar algumas situações ou até mesmo alguns alimentos, como a maionese, que pode se tornar um produto bastante perigoso dependendo de como é feito e armazenado, principalmente pelos ingredientes que leva”, frisou Diego.

Entretanto, os cuidados com os alimentos não se restringem apenas aos que são consumidos na rua. Em casa também é preciso atenção. Um exemplo lembrado pelo nutricionista é o famoso churrasquinho que os brasileiros amam fazer. É comum as pessoas usarem o mesmo garfo e faca para manusear a carne crua e a cozida na hora de retirar da churrasqueira, ou seja, o risco de contaminação neste caso é alto.  

“Todos os alimentos têm um potencial de intoxicação, por isso é importante priorizar os que podem ser bem cozidos. Mas não adianta usarmos o mesmo talher no alimento cru e depois usar de novo no que já está pronto, porque, assim, ele pode ser reinfectado com as possíveis bactérias que tinha no produto antes de passar pelo cozimento. O nome disso é contaminação cruzada. Então, é preciso ter atenção nisso também”, alertou Diego Motta.

Sintomas
Os sintomas mais recorrentes das infecções alimentares são diarreia líquida, náusea, vômitos, cólicas abdominais e febre em alguns casos. Normalmente eles passam em alguns dias, mas podem durar até uma semana. Porém, alguns microrganismos podem causar até reações mais graves, como distúrbios neurológicos, nos rins, no fígado, infecção generalizada e até morte. Por isso, segundo o Diego Motta, é preciso sempre procurar atendimento médico para cuidar de forma adequada da infecção.

Com a rotina desregrada nas férias e o alto consumo de bebidas alcoólicas, o sistema imunológico pode ficar mais enfraquecido, facilitando ainda mais a ação das bactérias no corpo.

“Imagina só: as pessoas dormem mal, ingerem bastantes bebidas alcoólicas; normalmente estão mais cansadas porque passeiam muito, dançam, enfim. Essa soma deixa o corpo ainda mais fraco para combater algumas doenças. Então, neste caso, o conselho é equilíbrio. Curtir, sim, mas também não abrir mão de boas horas de sono, da atividade física e de uma alimentação de qualidade. Tudo isso influencia na nossa saúde”, finalizou o nutricionista.

Fique atento à alimentação no verão
Evite alimentos crus ou mal cozidos;

Tenha atenção na temperatura dos refrigeradores onde os alimentos são armazenados;

Consuma imediatamente os alimentos cozidos. Caso contrário, é necessário guardá-los na geladeira;

Evite alimentos em conserva como palmito e molhos caseiros como, por exemplo, a maionese;

Mantenha os alimentos crus longe dos cozidos;

Não consuma alimentos com alteração de odor, cor e sabor;

Não ingira alimentos em embalagens danificadas;

Fique atento à higiene do local onde vai se alimentar.