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Chuvas elevam preço de verduras e legumes em Campos

Temporais que atingiram a região ainda não chegaram a causar desabastecimento, mas produtos tendem a ficar escassos nos próximos meses

Economia
Por Clícia Cruz
16 de janeiro de 2022 - 0h01
Transporte ficou mais difícil por causa do estado das estradas e, por isso, encareceu (Foto: Divulgação)

Apesar das dificuldades para os carregamentos de frutas, legumes e verduras chegarem aos municípios afetados pela chuva e as cheias dos rios, os hortifrútis e supermercados estão abastecidos. Embora não faltem produtos, o problema está no preço que o consumidor tem encontrado determinados hortifrutigranjeiros, como, por exemplo, a berinjela e o tomate, que tiveram aumento expressivo na última semana, conforme relatam os distribuidores. A tendência é de que algumas hortaliças fiquem escassas nos próximos meses devido a perdas nas lavouras provocadas pelos temporais.

Alcir Silva de Paula é produtor rural e distribui seus produtos e também a produção de outros agricultores de Teresópolis para Campos, São Fidélis, Cambuci, Conceição de Macabu e outros municípios do interior do Estado. Ele explica que o custo do frete dos produtos ficou mais alto, até porque a viagem tem sido mais demorada, devido ao fato de algumas rodovias estarem com trechos interditados, por conta dos alagamentos. “A viagem fica mais cara porque é mais tempo na estrada, além dos caminhões apresentarem mais problemas, às vezes necessita substituição de peças e isso tudo reflete no valor dos produtos”, conta o produtor.

Lavoura sofreu com as enchentes (Foto: Divulgação)

Além disso, outro problema é a perda de grande parte da produção, que foi destruída pela chuva. Alcir conta que as plantações de algumas hortaliças, como por exemplo, de repolho e alface, foram muito afetadas. “Isso com certeza vai gerar escassez e aumento no preço, nós perdemos quase tudo que estava plantado, foi muita chuva e nós ainda não contabilizamos os prejuízos, nem sabemos o que vai poder ser aproveitado”, lamenta o produtor rural.

Herlane Lovise é um distribuidor que trabalha há 12 anos na localidade de Jaguarembé, em Itaocara. Ele distribui legumes e verduras para municípios como Miracema e Santo Antônio de Pádua. Ele relata que as dificuldades foram grandes nos últimos dias para que os caminhões realizassem entregas, especialmente em Pádua, onde o município ficou todo alagado, sem circulação de veículos no perímetro urbano.

“Nós já percebemos aumento nos preços, principalmente de berinjela, tomate e folhagem e esse preço, claro, é repassado ao consumidor”, relata o distribuidor, que acrescenta que a tendência ainda será de alta nas próximas semanas.

“As mudas que estão na estufa não foram plantadas com essa chuva toda, elas passam da época do plantio e não vão desenvolver adequadamente, podemos ter uma escassez nas próximas semanas, o que, com certeza, vai elevar os preços dos produtos”, relata Herlane.

Preço já subiu nos mercados de Campos (Foto: Silvana Rust)

Nos supermercados, a alta dos preços chegou junto com a chuva, o preço do tomate, que já estava alto, chegou a R$10 esta semana. A berinjela está sendo vendida a R$8 o quilo em alguns estabelecimentos, e o repolho ainda está custando R$6 o quilo, mas diante do quadro de perdas nas plantações, a tendência é que o preço suba ainda mais nos próximos dias.

“Uma caixa de berinjela, com 12 kg, que vinha sendo vendida a R$ 40, agora está custando R$ 60 e, após as perdas na lavoura, com certeza o preço vai subir ainda mais. Uma caixa de tomate você não compra por menos de R$ 95. Na última semana de dezembro, custava na faixa de R$ 70”, destacou Herlane.