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Tiago Abud – A vacina no tempo do óbvio

Tiago Abud é articulista e defensor público

Artigo
Por Redação
16 de janeiro de 2022 - 0h01
(Foto: Divulgação/Governo do Estado do Rio de Janeiro)

Li recentemente que, com a chegada da variante Ômicron, estão ocupando os leitos de UTI, em razão da COVID-19, pessoas não vacinadas e arrependidas, em frase atribuída à médica Ludhmila Hajjar, que foi cotada para assumir o Ministério da Saúde. A nova variante é muito mais contagiosa e menos letal que as anteriores, o que leva às pessoas vacinadas a terem efeitos tênues do coronavírus. Para sorte da humanidade. Espero, inclusive, que seja o início do fim da pandemia.

A vacina, apesar de se ter notícias dela no século X, na China, ganhou a forma que hoje conhecemos em 1798, quando o médico inglês Edward Jenner aplicou dois vírus de varíola humana e varíola bovina, em uma criança, para que o corpo aprendesse a produzir, a partir do sistema imunológico, resposta à doença. Seria hoje apedrejado. É estranho constatar que, mesmo com a erradicação de várias doenças, no obscurantismo em que vivemos, a aplicação da vacina é contestada.

Mesmo em crianças, segundo as autoridades do assunto, a vacina é recomendável para evitar os efeitos deletérios da doença. Há efeitos colaterais? Possivelmente sim, mas com danos menores que aqueles decorrentes da própria doença. Portanto, o caminho é a vacinação em massa, em crianças e adultos, para que se possa virar essa maldita página da história da humanidade. Tudo diferente disso é politicagem, charlatanismo e desinformação.

Escolas passarão a exigir o passaporte vacinal para as crianças frequentarem os bancos escolares, assim como, em alguns lugares, o comércio e pontos turísticos têm solicitado dos frequentadores. Além de não proteger os filhos, deixarão os pais contrários à vacina, as suas crianças fora da escola? Parece-me uma dupla punição aos pequenos, que tanto sofreram e sofrem com os efeitos da pandemia, por ficarem em quarenta, afastados do convívio social. Não dá para pactuar com isso, o que parece óbvio. Mas estamos no tempo em que o óbvio precisa ser dito.

Tiago Abud – Articulista e Defensor Público