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Liberar ou manter as restrições a 30 dias das festas de fim de ano

A difícil decisão ante nova onda de Covid, de alta transmissibilidade, que pode chegar ao Brasil

Guilherme Belido Escreve
Por Guilherme Belido
26 de novembro de 2021 - 21h48

Quando, felizmente, a pandemia dá sinais claros de estar no fim, com o número de óbitos e casos caindo de forma vertiginosa, outras ameaças surgem, lançando dúvidas sobre se o momento atual é, de fato, recomendável para abolir restrições, ou se as aberturas, a pouco mais de 30 para as festas de fim de ano seguido do verão, seriam prematuras com risco de fazer o coronavírus recrudescer. 

No geral a situação é que o Brasil, que chegou a registrar até 4 mil mortos por dia, conseguiu, valendo-se do distanciamento físico, do combate à aglomeração, do uso de máscara e, principalmente, com o avanço da vacinação, baixar esse número para 200/300 óbitos por dias. Entretanto, nas duas últimas semanas, os números passaram a oscilar de forma preocupante. Semana passada, na 4ª-feira (17) e 5ª (18), a soma de mortes foi de 653 pessoas. Nesta semana, na 4ª-feira (23) ocorreram 398 óbitos; no dia seguinte (24), caiu para 176; na 5ª (25), subiu para 281 mortes. Não há um padrão e a média móvel mostra estabilidade ora com ligeira tendência de alta, ora de queda. 

É importante frisar que 4 mil mortos em um dia é devastador. Mas não podemos nos acomodar com 300 vidas perdidas/dia, porque é uma tragédia. A Europa está entrando na 4ª onda da Covid que ameaça o Brasil. Portugal voltou na quinta-feira (25) a exigir o uso da máscara, enquanto Alemanha, Áustria e Holanda retomaram várias medidas restringentes.  

No Brasil pouco mais de 60% da população completou o esquema vacinal (os médicos asseguram que é necessário um mínimo de 80% a 90% para que a liberação não interrompa a desaceleração do contágio) e a dose-reforço – uma necessidade – ainda não alcançou nem 8%. O temor fez com que mais 70 cidades de São Paulo cancelassem o carnaval, enquanto o Rio, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Olinda discutem o impasse. 

Por ora cresce o entendimento de que é melhor prevenir – o que significa manter um nível seguro de restrições – do que liberar precocemente e depois ter que remediar com novos fechamentos e todo o transtorno já sofrido.