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A cada semana surge um novo nome e terceira via se perde na falta de consenso

Só o imprevisível tira Bolsonaro e Lula do 2º turno

Guilherme Belido Escreve
Por Guilherme Belido
19 de outubro de 2021 - 18h17

Na busca por um nome para ocupar a ‘terceira via’ na corrida presidencial, esta semana surgiu o de Arthur Virgílio. Antes, Eduardo Leite; e antes dele, Simone Tebet… E assim tem sido nos últimos quatro meses, com ininterrupto aumento no número de pré-candidatos, circunstância que dificulta o consenso em torno de um nome. 

Bem ao contrário, o excesso de pretendentes leva à divisão e ao enfraquecimento, o que robustece a tese de que dificilmente o cenário político será outro senão com o presidente Jair Bolsonaro e o petista Lula da Silva no 2º turno. Aliás, sem entrar no mérito do quão prejudicial está sendo para o Brasil antecipar o debate sucessório, fato é que uma vez antecipado, a essa altura já se deveria estar ‘fechando’ um nome a tempo de ser ‘trabalhado’ para que tivesse chances  na eleição de 2022. 

Mas, à luz da realidade, a situação é outra. Não apenas inexiste consenso em torno da ‘terceira via’, como sequer apareceu alguém que esboce alguma vantagem sobre os demais. Aliás, nem “os demais” apareceram. Em outras palavras, não é que estejam na cabeça da pista à espera da autorização para decolar; acontece que nem taxiando estão. 

Evidente, a prudência manda que tenhamos que considerar o imponderável, bem como o surgimento de um personagem espetacular… um fenômeno que empurre do centro para as laterais tanto Bolsonaro como Lula – hipótese em que nem mesmo poderia ser mais chamada de terceira via. 

Mas, lembrando dito popular… difícil pra caramba. Para tirar Lula ou Bolsonaro da disputa seria preciso que a terceira via já tivesse surgido e mostrado alguma força no tal período de 4 meses. Simples: num debate que começou antes da hora, 120 dias é muito tempo. Quem tivesse que aparecer – e não apareceu – é como um balão que murchou antes de inflar.  

O Natal está a pouco mais de 2 meses. Depois vem o verão, com o carnaval indo até 02 de março (4ª de cinzas). Logo, o ano começa pra valer na 2ª-feira, dia 07 – menos de sete meses para a eleição e tempo escasso para que um pré-candidato com 5%, 8% ou 10% chegue ao 2º turno. Salvo – frise-se – pelo imponderável ou uma campanha extraordinariamente transformadora – Bolsonaro e Lula, Lula e Bolsonaro, irão lutar pela rampa do Planalto. 

Mas, à luz da realidade, a situação é outra. Não apenas inexiste consenso em torno da ‘terceira via’, como sequer apareceu alguém que esboce alguma vantagem sobre os demais. Aliás, nem “os demais” apareceram. Em outras palavras, não é que estejam na cabeça da pista à espera da autorização para decolar; acontece que nem taxiando estão. 

Evidente, a prudência manda que tenhamos que considerar o imponderável, bem como o surgimento de um personagem espetacular… um fenômeno que empurre do centro para as laterais tanto Bolsonaro como Lula – hipótese em que nem mesmo poderia ser mais chamada de terceira via. 

Mas, lembrando dito popular… difícil pra caramba. Para tirar Lula ou Bolsonaro da disputa seria preciso que a terceira via já tivesse surgido e mostrado alguma força no tal período de 4 meses. Simples: num debate que começou antes da hora, 120 dias é muito tempo. Quem tivesse que aparecer – e não apareceu – é como um balão que murchou antes de inflar.  

O Natal está a pouco mais de 2 meses. Depois vem o verão, com o carnaval indo até 02 de março (4ª de cinzas). Logo, o ano começa pra valer na 2ª-feira, dia 07 – menos de sete meses para a eleição e tempo escasso para que um pré-candidato com 5%, 8% ou 10% chegue ao 2º turno. Salvo – frise-se – pelo imponderável ou uma campanha extraordinariamente transformadora – Bolsonaro e Lula, Lula e Bolsonaro, irão lutar pela rampa do Planalto. 

Demais pré-candidatos não se aproximam dos favoritos 

Bom que se frise, a página não está passando ao leitor uma notícia – que é a comunicação do fato. Afinal, não há como comunicar fato que ainda não ocorreu. O que se tenta é analisar e interpretar o que está acontecendo hoje e, neste cenário, projetar aquilo que se mostra mais provável para amanhã.  

No jornalismo não existe bola de cristal. Logo, quando a matéria abriga uma ilação, não se guia por atalhos ou exceções, mas por indicativos lógicos e à luz do provável. 

Assim, Bolsonaro e Lula deverão estar no 2º turno em 2022 porque no pleito de 2018, Ciro Gomes, o terceiro colocado no 1º turno, obteve 12,47% dos votos (quase 4 vezes menos que Bolsonaro – 46,03%) e menos que a metade dos votos dados a Haddad (29,28%). E o mesmo Ciro – o nome ora melhor posicionado para a terceira via – aparece nas pesquisas oscilando entre 5% e 8%. (Não se sabe, ainda, qual o efeito das declarações dadas semana passada pelo pedetista, de que Lula teria conspirado para o impeachment de Dilma). 

Dos demais que participaram do pleito de 2018, Geraldo Alckmin (que por enquanto não se apresenta como pré-candidato), não chegou a 5% e os outros ficaram com 2,50% para baixo. Convenhamos, não são números que animam, muito embora cada eleição seja única. 

Outros pré-candidatos  

Na corrida pela terceira via, as pesquisas apontam, atrás de Ciro Gomes e com baixos percentuais, Datena, Mandetta, Rodrigo Pacheco (2%) Aldo Rebelelo, Eduardo Leite e Alessandro Vieira. A senadora Simone Tebet, que num primeiro momento teve seu nome cercado de entusiasmo, não prosperou, enquanto João Dória praticamente saiu da disputa sob o pretexto de que desistiria da candidatura para unir a terceira via.  

A força da campanha – Seja como for é preciso ressalvar que a sucessão presidencial será daqui a um ano e o impulso de uma campanha não pode ser desprezado. Assim, em tese, todos os pré-candidatos que efetivamente se lançarem, têm chances. Mas, não dá pra negar que uns tem muito mais que os outros. 

Da mesma forma, os números ora colhidos pelos institutos de pesquisa devem ser vistos como uma radiografia do momento, e tanto valem para os favoritos como para os que hoje estão bem distantes. Apenas para ilustrar, imaginemos uma corrida de cavalo: uma foto tirada num determinado momento pode, três minutos depois, mostrar posições bem diferentes da anterior, em especial se for na reta final. 

Eleição se ganha com discurso e com projetos convincentes que podem mudar a intenção de voto do eleitor. Mas tanto o presidente Bolsonaro quanto o ex-presidente Lula buscaram antecipar o debate exatamente para manter a polarização entre ambos e dificultar o aparecimento de novos nomes. Estão conseguindo. O tempo está passando e mudar esse quadro seria uma reviravolta épica.