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Casos de maus tratos a animais aumentam 120% em Campos

Segundo o CCZ, este ano foram 231 animais acolhidos pelo órgão municipal, de janeiro a setembro

Campos
Por Gabriela Lessa
18 de outubro de 2021 - 0h01
Animais são recolhidos e tratados pelo CCZ (Foto: Divulgação)

Apenas nos nove primeiros meses deste ano, o município de Campos dos Goytacazes registrou aumento de 120% nos casos de maus tratos de animais, em relação a todo o ano de 2020. De acordo com dados do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), este ano foram 231 animais acolhidos pelo órgão municipal, de janeiro a setembro, sendo 110 cães, 120 gatos e um cavalo. Enquanto no ano passado foram 105, sendo 65 cães e 40 gatos, de janeiro a dezembro.

Além do acolhimento recebido pelo CCZ, alguns grupos voluntários resgatam animais pelas ruas da cidade, como é o caso do Grupo Lambeijinhos, que não tem sede própria e cuida dos animais nas casas dos voluntários. De acordo com Verônica Brito, participante do grupo, apesar de não haver registros, eles observaram um aumento de abandono de animais em 2021, já que a quantidade de resgates cresceu no Município. Este aumento seria uma causa direta da pandemia do novo coronavírus.

“Os casos mais frequentes de abandono são gatos com esporotricose e cães com cinomose. Isso acontece porque a maioria aplica vacina em casa de ração, que não tem eficácia garantida como as aplicadas pelo médico veterinário”, disse Verônica.

A esporotricose felina é uma doença causada por fungo que causa micoses subcutâneas no gato, em pessoas ou cachorros, ao entrar por feridas já existentes na pele ou por espinhos. Já a cinomose canina é uma doença infectocontagiosa causada por vírus. Ela é altamente contagiosa e costuma acometer cães que ainda não terminaram o esquema vacinal.

Amor e adoção
A professora Camila Azevedo tem quatro cachorros adotados e, na época em que os adotou, estavam em situação de abandono, com feridas pelo corpo e com fome. “Em estado bem deplorável. Lá em casa a gente sempre regatou, porque nossa família é apaixonada por animais. O que me motiva é esse amor e porque são animais tão indefesos, tão frágeis, que ficam a mercê da situação em que eles vivem. Isso me motiva a lutar por esses serem mais indefesos do que os seres humanos, que são tão puros e só tem amor para dar”, desabafa.

Castramóvel do CCZ (Foto: Divulgação)

Castração
Como forma de evitar os abandonos e maus-tratos, o CCZ realiza algumas ações e, dentre elas, está o controle reprodutivo por meio da castração. “São realizadas 30 castrações diárias, entre caninos e felinos, nas Unidades Móveis de Castração de Cães e Gatos (Castramóvel) e no centro cirúrgico, na sede do órgão”, informa o CCZ em nota.

De acordo com o grupo Lambeijinhos, existe a preocupação de garantir as castrações na adoção dos animais que já são adultos. No entanto, as doações diminuíram durante a pandemia. “Estávamos limitados por causa das aglomerações, tínhamos que selecionar mais, até mesmo por causa dos atendimentos nas clínicas. No entanto, aos poucos, estamos voltando à normalidade. Hoje nós temos acolhidos 20 animais em lar temporário”, disse Verônica.

Para garantir que os animais de rua recebam cuidados até serem adotados, o CCZ também realiza o acolhimento em lar temporário. Tanto o órgão como o Lambeijinhos promovem a adoção responsável. “Recebemos denúncias de maus-tratos e orientamos a entrar em contato com o 190, pois a Polícia Militar prometeu fazer o possível para ajudar nessa questão. Inclusive já houve reunião com o comando do 8º BPM sobre o assunto”, finaliza a integrante do Lambeijinhos.