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Começa a corrida para as Eleições 2022

A um ano para a escolha dos novos deputados estaduais e federais, governadores, senadores e presidente, políticos já se movimentam

Política
Por Redação
3 de outubro de 2021 - 0h01

Por Aloysio Balbi e Ocinei Trindade

A contagem regressiva para outubro de 2022 já começou. A eleição polarizada para a Presidência da República é o principal foco, mas as disputas para o Governo do Rio de Janeiro, Alerj e Congresso Nacional também movimentam partidos e lideranças políticas. Em Campos dos Goytacazes, políticos de todas as siglas se articulam para tentar concorrer, e, quem sabe, vencer. Para os Legislativos Federal e Estadual especulam-se nomes como Anthony Garotinho, Caio Vianna, Rafael Diniz, além de novatos como Marcelo Mérida, Natália Soares e Anderson de Mattos. Alguns analistas consideram que candidatos moderados, mais voltados para o Centro, podem se valer do gosto do eleitorado indisposto a apoiar o bolsonarismo ou o lulismo. Isso pode influenciar candidaturas para todos os cargos.


Atual liderança do PSD em Campos, o presidente da Câmara de Vereadores, Fábio Ribeiro, crê que em 2022 políticos com propostas e serviços prestados à comunidade devem se destacar com mais votos. Ele fala em apoiar o nome do ex-governador Anthony Garotinho (sem partido) para a Câmara dos Deputados, apesar deste estar inelegível até 2029 por sentença do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Acredita-se que isso possa ser revertido com recurso no Superior Tribunal Federal (STF). Ainda segundo Ribeiro, o PSD está aberto a supostas alianças com outras siglas para o pleito do ano que vem.

Fabio Ribeiro, vereador de Campos


“Há uma conjuntura com quatro candidatos estabelecidos: o ex-governador Garotinho, a deputada federal Clarissa Garotinho, o atual secretário municipal Marcelo Mérida e o deputado estadual Bruno Dauaire. São candidatos do nosso grupo, mas, havendo alguma desistência, é lógico, a gente pode repensar. O PSD vem crescendo muito em Campos. Temos quatro vereadores e o prefeito Wladimir no partido. Queremos lançar um candidato a deputado federal, cadeira deixada por Wladimir. Também existe ainda a possibilidade de uma candidatura estadual para estabelecer nossas metas. Veremos como será a aliança do PSD-RJ para o Governo do Estado”, diz Fábio Ribeiro.


Alguns vereadores como Marquinho do Transporte (PDT), Diego Dias (Podemos), Bruno Pezão (PL) e Maicon Cruz (PSC) afirmam que pretendem prosseguir com seus mandatos na Câmara Municipal, sem disputar eleições para a Assembleia Legislativa no ano que vem. Eles devem seguir orientações dos partidos para apoio a outras candidaturas. Desde a morte dos deputados estaduais João Peixoto e Gil Vianna em 2020, Campos perdeu mais representatividade no parlamento estadual. O vereador Bruno Vianna (PSL), filho de Gil Vianna, não descarta a possibilidade de concorrer em 2022.
“Acredito que será um ano desafiador. A Alerj é um sonho, sem dúvida. É a continuação da história do meu pai, mas meu trabalho está focado em nosso mandato atual. Se em 2022 for o momento, nós iremos batalhar”, diz Bruno.


O vereador Pastor Marcos Elias (PSC) cogita disputar. “Estou disposto a concorrer ao pleito. Meu nome será levado à convenção. Sendo da vontade de Deus e aprovado pelos filiados, seguiremos firmes rumo à Alerj para suprir a falta dos saudosos deputados Gil Vianna e João Peixoto”, cita. O vereador Anderson de Mattos (Republicanos) ligado à Igreja Universal considera uma possível candidatura ao Congresso Nacional ou Alerj. “Trata-se de uma decisão da liderança partidária. Eu sou só um soldado a serviço do meu partido. Quanto aos apoios às candidaturas majoritárias, isso em breve será anunciado. Teremos um pleito disputadíssimo e  democrático.”
O vereador Raphael de Thuin (PTB) se resguarda. “Acredito que ainda poderá acontecer mudanças neste tabuleiro da política do Estado. Mas, vejo com bons olhos, o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo governador Cláudio Castro (PL) e acredito que ele terá boas chances na reeleição. Já anunciaram pré-candidatura Marcelo Freixo (PSB), Rodrigo Neves (PDT) e o César Maia (DEM). Recebi convites para vir candidato a deputado estadual e federal, mas ainda não parei para pensar se é isso que quero no momento.”
Já o prefeito de Campos Wladimir Garotinho afirma que: “Nosso grupo político vai lançar 2 nomes a Alerj e 2 a câmara federal. Precisamos de base e apoio nas duas casas legislativas para prosseguir buscando caminhos e parcerias para Campos.”

Análise histórica
Para o historiador e analista político José Fernando Rodrigues, as eleições municipais para a constituição de deputados estaduais ou federais  não possuem disputa ideológica ou polarização tão acentuada no que diz respeito à esquerda ou à direita. “Há uma herança aristocrática e colonial que persiste no município em votar em nomes e sobrenomes; famílias com tradição política acabam se impondo na região. Os grupos conservadores em sua maioria de direita persistem no poder. Não vejo que as mortes de Gil Vianna e de João Peixoto provoquem alteração no quadro político, pois não eram lideranças para formatar sucessão ou continuidade”, avalia.
José Fernando observa que mais de 60% do eleitorado campista votou em Jair Bolsonaro (sem partido) na última eleição para a Presidência da República. “Este voto conservador à direita traduz muito a realidade local. Não há projetos claros sobre políticas públicas, distribuição de renda, criação de empregos, inclusão na educação. Majoritariamente, pessoas de Campos que vão para a Alerj ou Câmara Federal que fazem composição com o Centrão. Isso é terrível”.

Expectativas de candidaturas

Natália Soares (PSOL)
“A expectativa é de uma eleição muito polarizada nacionalmente. A prioridade do PSOL é derrotar Bolsonaro. Ainda não decidimos se vou me candidatar a deputada estadual ou federal. Haverá conferência eleitoral em abril do ano que vem. Não sabemos se teremos candidatura própria nas majoritárias. Foi aprovado que não participaremos de governos de conciliação de classes. Os debates internos do partido continuam acirrados. Uma das metas principais do PSOL é superar a cláusula de barreira, e, para isso, teremos que jogar peso na eleição de deputados federais.”

Lesley Beethoven  (PSDB)
“A expectativa para a eleição do ano que vem é ótima.  Somos tucanos-raiz e seguiremos com as candidaturas do nosso partido, como fizemos em 2018. O PSDB escolherá seu candidato a Presidente através de uma eleição nacional interna no dia 21 de novembro, chamada de ‘prévias’, com a participação de todos os filiados. O deputado federal Otávio Leite é pré-candidato à reeleição e vamos apoiá-lo. Para deputado estadual, vamos organizar um processo de escolha interno entre os filiados.”

Odisseia Carvalho (PT)
“Estamos empenhados na eleição de Lula. Acreditamos que muitos que votaram em Bolsonaro se arrependem de ter eleito um governo genocida, com mais de 15 milhões de desempregados, alto custo de vida e preço dos combustíveis nas alturas. Acreditamos na candidatura de Antônio Carlos Rangel para a Câmara Federal. Ele já foi vereador e um dos mais votados. Temos em mente uma candidatura para deputado estadual, pois não basta só elegermos o Lula. Precisamos de uma bancada forte no Congresso Nacional.”


Bruno Dauaire (PSC)
“Definido até agora é que serei candidato à reeleição de deputado estadual, se Deus quiser. A expectativa é de que 2022 seja um ano fundamental para o futuro do Rio de Janeiro. Estou em meu segundo mandato, mantendo o princípio de lutar pelo Norte e Noroeste Fluminense. Sobre partidos, não existe definição, mas tenho recebido vários convites. Estou analisando cada um. Faço parte da base aliada do governo e apoio o governador Cláudio Castro.”

Clarissa Garotinho (PROS)
“É natural que comece a acontecer uma movimentação política agora. Até porque serão as eleições mais polarizadas dos últimos tempos. Mas não podemos deixar que essa polarização coloque em segundo plano nossos esforços mais urgentes: superar os desafios da pandemia e das dificuldades financeiras. Na minha lista de prioridades, essa é a primeira. Seja como deputada estadual, federal ou senadora, o importante é que nosso mandato estará a serviço da população.”

Marcelo Mérida (sem partido)
“Fico muito feliz que o meu nome seja lembrado para as próximas eleições. Hoje estou focado na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, em ajudar Wladimir na recuperação econômica do nosso município. O momento é muito delicado, a pandemia afetou a todos nós. Trabalho em equipe, se for da vontade do grupo e da população, estou pronto para enfrentar novos desafios.”

Caio Vianna (PDT)
Sou pré-candidato a deputado federal, após pedidos de diversos segmentos para representar a nossa cidade na Câmara Federal, pois há muito tempo Campos e região não ficavam sem essa representatividade em Brasília. E hoje precisamos construir uma grande aliança pelo Estado do Rio, sobretudo para nossa querida Campos. Todos conhecem minhas ideias. Os resultados das últimas eleições em Campos me credenciam e falo isso com toda humildade.”

Rafael Diniz (Cidadania)
“Sou presidente do Cidadania em Campos e vice-presidente estadual. Estamos muito animados para o próximo pleito, dialogando com o nosso presidente Comte Bittencourt sobre projetos para construir um Cidadania ainda mais forte para as eleições de 2022 em nossa região. Esse diálogo é frequente, praticamente cotidiano e por enquanto definições de candidaturas são secundárias.”

Rodrigo Bacellar (Solidariedade)
“No momento estamos com foco total no trabalho à frente da secretaria estadual de Governo, ajudando a viabilizar ações importantes para o interior do Estado. E, na hora certa, vamos falar sobre a reeleição, fazendo um balanço sobre nosso trabalho tanto na Alerj, como no governo do Estado. Mas repito que a prioridade é a recuperação financeira e social do Estado do Rio, um trabalho que é diário e que tem sido percebido pela sociedade fluminense graças à forma como o governador Cláudio Castro tem conduzido esse processo.”

Marcos Gomes “Marcão” (PL)
“Sinto que a população anseia por políticos que, além de ficha limpa, estejam preparados para representá-los da melhor maneira possível. Com toda experiência adquirida em minha trajetória política e de vida, me proponho a representar a população Fluminense. Destaco que exerci por dois mandatos o cargo de vereador em Campos, sendo que em 2016 fui o mais votado da cidade e também exerci a função de presidente da Câmara. Na última eleição, como candidato a deputado federal recebi o aval de mais de 40 mil eleitores que me deram a primeira suplência.”

Bruno Calil (Solidariedade)
“O meu nome está à disposição da população, mas é bom destacar que a decisão de ser ou não candidato será tomada em consenso, reunindo todo o nosso grupo político, liderado pelo meu amigo Rodrigo Bacellar, para que possamos apresentar candidaturas viáveis, comprometidas com o desenvolvimento da nossa região. Na última eleição municipal as pessoas me conheceram mais de perto, tanto que tive uma votação expressiva para quem disputava um primeiro pleito.”

(Foto: Divulgação/Rogério Azevedo)

Rogério Matoso (DEM)
“Eu hoje estou focado em fazer um bom mandato como vereador, pois a nossa cidade precisa cada vez mais de um Legislativo atuante. O que eu pretendo do Congresso Nacional e da Alerj é construir pontes com os atores que vão estar lá, buscando a paz e a união, para que a gente consiga continuar trazendo recursos e voltar à atenção aqui para nossa cidade, atendendo às necessidades que impulsionam o desenvolvimento.”

Viny Soares (PTC)
“Estamos conversando e, conforme for a necessidade do partido, vamos decidir juntos. Mas o meu foco é a cultura fluminense, buscar recursos e trabalhar junto aos 92 municípios, principalmente os do interior, que estão tão afastados das principais políticas culturais ofertadas, para que o Estado volte a crescer culturalmente. A cultura é o alimento da alma e, aliada ao turismo, será uma grande fonte de recursos para esse momento de crise que todo o nosso Estado ainda vive, o tal do dinheiro novo, dinheiro limpo”.

Apresentador Viny Soares