Situações aparentemente inofensivas são as maiores causadoras de acidentes domésticos, de acordo com o Corpo de Bombeiros de Campos. A corporação explica que pequenos descuidos podem causar ferimentos graves e até a morte. Embora não existam estatísticas oficiais sobre o número de casos no município, o Grupo de Resgate Voluntário (GRV) afirma que as ocorrências aumentaram durante a pandemia. Na maior parte das vezes, as vítimas são crianças e idosos.
Juliana Silveira, de 25 anos, é mãe de uma menina de 1 ano e 4 meses, a Maria Luiza, que se desequilibrou e caiu de cabeça para baixo dentro de um balde com água, em um momento de descuido da mãe. Juliana explica que ela e seu marido utilizam o balde como recurso para armazenar a água que pinga do ar condicionado e não molhar o chão. No momento do ocorrido, havia deixado a filha na varanda brincando, mas o choro da criança a alertou, conta Juliana. “A água do ar encheu até a metade do balde. Por um descuido, ela se emborcou para brincar com essa água, escorregou e caiu de cabeça dentro do balde. Escutamos o choro dela e fomos correndo socorrê-la. Rapidamente a tiramos e ela estava bem, graças a Deus”, desabafa.
Outro caso recente, e de grande repercussão no município, foi o de um menino de 2 anos, que se afogou em uma piscina, no dia 14 de setembro. A criança foi socorrida por uma equipe do Emergência em Casa, com o apoio do Corpo de Bombeiros, e encaminhada para o Hospital Ferreira Machado (HFM). Em nota, o HFM informou que o menino está na Unidade de Terapia Intensiva (UTIP) desde o primeiro dia de internação, em estado grave e respirando com auxílio de equipamentos de suporte à vida. No entanto, apresentou leve evolução no dia 22 de setembro.
De acordo com Emílio Martins, coordenador do GRV, acidentes envolvendo crianças representam o segundo maior número de atendimentos feitos pelo Grupo, perdendo apenas para atendimentos a idosos em geral. Em terceiro, aparecem casos de queimaduras.
Durante a pandemia, os casos aumentaram, já que a permanência em casa se tornou necessária, diz Emílio, que alerta para a necessidade de cuidados redobrados no período do verão, que já se aproxima. “Casos envolvendo afogamentos e queimaduras têm aumentado durante o período do verão, muitas vezes, por descuido”, diz.
Ter cuidado é a melhor forma de prevenir
Segundo o Corpo de Bombeiros, a prevenção pode evitar graves danos a crianças, adultos e idosos dentro de suas residências, já que ambientes domésticos possuem cenários e situações que podem causar acidentes.
“Atuando de forma preventiva e com a devida atenção, sobretudo com o que foi apresentado e que podem ser causadores de acidente doméstico, diversas situações de emergência podem ser evitadas e, assim, evitar sofrimento, ferimentos e até mesmo mortes”, orienta.
Arlinda Martins tem 84 anos e sua família entende a importância de prevenir os acidentes, como explica sua neta, Thainara Martins. “Minha avó se machuca muito, porque ela toma remédios para controlar a depressão. Esses remédios, além da oscilação da glicose (devido à diabetes), geram alterações nela, então ela sempre bate nos armários da casa e acaba se machucando. Certa vez estava chovendo e ela quebrou o braço caindo da escada, porque estava passando mal e subiu para pedir ajuda”. Thainara conta que, após a queda, a avó não fica mais sozinha, pois a família viu a necessidade de sempre ter alguém a auxiliando ou fazendo companhia.
Os casos mais graves de acidentes domésticos envolvem quedas, queimaduras, asfixia e sufocamento, afogamentos, intoxicação por produtos químicos, choque elétrico e corte ou perfuração, afirma a corporação.
Em caso de emergência em casa, acione o SAMU pelo contato 192 ou o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193. A prevenção evita acidentes.
