Em um país que não faz o Censo desde 2010, estando no mínimo dois anos atrasados (o Censo costuma ser feito a cada dez anos), qualquer levantamento contribui para se ter uma noção do tamanho do problema. Neste caso, a pobreza.
A reportagem especial desta edição, assinada pelo jornalista Ocinei Trindade, tomou como tabuada os números do Governo Federal, que apontam o empobrecimento da população de Campos, mas não com a precisão e exatidão de um Censo.
Mesmo assim, esses números não podem ser desprezados. A Secretaria do Desenvolvimento Social do Ministério da Cidadania alcançou esse quadro de empobrecimento entre os campistas com base nos inscritos no Cadastro Único (CadÚnico). Em agosto do ano anterior – 2020 -, o número de inscritos era de 70.629 e em agosto deste ano alcançou a marca dos 187.900. No confronto dos números, isso significa um aumento de 166%.
O CadÚnico reúne informações para implementação de políticas públicas capazes de promover a melhoria de vida das famílias. Mesmo com uma margem de erro, que não deve ser tão elástica assim, é possível, a partir destes números, concluir que a situação piorou muito e que ainda há espaço para se agravar.