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Vaticano determina que colégios dos Arautos do Evangelho deixem de abrigar menores de idade

Em Campos, a sede do grupo religioso fica no Parque Imperial

Religião
Por Redação
4 de setembro de 2021 - 10h27
Sede dos Arautos do Evangelhos em Campos dos Goytacazes (Foto: Carlos Grevi)

O Vaticano emitiu uma ordem para que os colégios dos Arautos do Evangelho não hospedem mais menores de idade. Segundo a Santa Sé, os internos que tiverem menos de 18 anos devem ser enviados de volta para o convívio de seus familiares até o fim do ano letivo de 2021. O grupo religioso, que existe há 20 anos, acabou envolvido em uma série de denúncias de maus tratos, abuso sexual, racismo e violência, que seriam praticados por alguns membros da ordem (veja aqui). O caso ganhou repercussão nacional após uma matéria do programa Fantástico, da TV Globo, veiculada no dia 20 de outubro de 2019. Em Campos, a sede dos Arautos do Evangelho fica no bairro Parque Imperial.

A carta com a determinação é assinada pelo cardeal João Braz de Aviz, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica no Vaticano, e foi enviada ao cardeal Raymundo Damasceno Assis, nomeado pelo papa Francisco como interventor para os Arautos do Evangelho.

Como informa em seu site, os Arautos do Evangelho “são uma Associação Internacional de Fiéis de Direito Pontifício, composta predominantemente por jovens, e está presente em 78 países”.

Segundo nota enviada ao Jornal Terceira Via, o decreto do Vaticano teria se baseado em calúnias. “São calúnias que um grupo de desafetos e detratores fez contra nós aqui no Brasil junto ao Ministério Público. Mas, o MP – cumprindo com seriedade o seu dever – recebeu as denúncias, investigou e, vendo que as mesmas não procediam, arquivou. Esses detratores mandaram as mesmas denúncias para a Congregação dos Religiosos. Repito, as mesmas denúncias feitas junto ao Ministério Público aqui no Brasil, e cuja decisão foi pelo arquivamento. Mas da parte da Congregação dos Religiosos, em especial D. Braz de Aviz, não houve sequer investigação dessas denúncias, e com base nas mesmas, produziram esse injusto decreto”, pontuou o grupo religioso.

Ainda de acordo com nota enviada ao Jornal, “a resposta dos pais dos alunos prejudicados com o decreto foi um abaixo-assinado, com mais de 2.500 assinaturas, dirigido ao Cardeal”.

Em nota, a Diocese de Campos disse que não tem nada a declarar, “pois, por se tratar de uma Associação Internacional de Direito Pontifícios, cabe à Congregação de Vida Consagrada, um dicastério da Santa Sé, a decisão. Entretanto, a Diocese reforça apenas que a decisão se refere a internatos de adolescentes e não a Colégios de ensino secundário, que não são internatos”.