A estudante Paola Rangel de Brito, 21 anos, moradora de Campos dos Goytacazes, comemora sua aprovação para o Curso de Psicologia da Universidade Federal Fluminense. Desde que nasceu, a jovem enfrentou vários problemas de saúde. Ela foi diagnosticada com paralisia cerebral logo cedo. Ao longo dessas duas décadas, superar desafios faz parte da sua rotina. A aprovação para o curso superior é um deles.
Paola é filha de Luciana Rangel e irmã de Pollyana. A jovem diz que pretende publicar um livro de autoajuda, compartilhando suas vivências e superações, apesar da paralisia cerebral.
“Minha mãe e minha irmã são tudo para mim. Minha irmã me levava para a escola de manhã, me dava almoço, dava banho, preparava meu material para ir à escola, enquanto minha mãe trabalhava fora. Minha irmã foi auxiliar da minha professora na Escola Municipal Leopoldino Maria. Tenho o maior orgulho de ter estudado em escola pública. Só quem estuda em escola pública sabe as dificuldades, não só dos alunos, mas dos professores também”, diz a estudante.
A mãe, Luciana, se orgulha das filhas, e destaca o desempenho de Paola. Ela conta que a luta pela vida sempre foi muito intensa. “Quando Paola nasceu, eu não podia trabalhar. Ela ficou sete anos sem andar e sem falar. A interação com a sociedade era bem difícil”, disse Luciana.
A professora Elisabete Ribeiro Dias Miranda, que acompanhou e ajudou no desenvolvimento da Paola, afirmou que ainda há preconceito da sociedade com crianças com necessidades especiais.
“Elas ainda não são tão bem aceitas. Muitas crianças com necessidades especiais são inseridas nas escolas por meio das salas de recursos. O grande diferencial de Paola é que é uma menina inteligente e interessadíssima. A família caminha junto com a escola, está atenta às necessidades”, afirma.
Paola Rangel fez o Enem e foi muito bem classificada. Ela já está matriculada na UFF e iniciou o ano letivo no dia 14 de junho. “Não é fácil. Assim como este período da faculdade vai ser muito difícil para ela também. Mas não tem luta sem vitória. Hoje eu também sou uma vitoriosa. Voltei a trabalhar e faço faculdade”, diz Luciana.
Paola faz planos para o futuro. “Eu comecei a escrever com lápis de carpinteiro. Vou terminar a faculdade e vou assinar meu diploma com caneta. Vou ser uma psicóloga vencedora”, conclui.
Fonte: Site da PMCG