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Expectativas por um novo ciclo de progresso e qualidade de vida

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Guilherme Belido Escreve
Por Guilherme Belido
14 de julho de 2021 - 14h47

Numa visão de horizonte largo e extenso, vale questionar – ou especular – se o que aguarda Campos na próxima esquina é o aprofundamento da crise ou a desaceleração desta? Por óbvio que das duas uma.

Seguindo nesse tom de divagação, “próxima esquina” remete a algo que está logo ali, tão pertinho que não permite mudança de status quo. Por outro lado, o “horizonte largo”, citado anteriormente, abre janelas outras as quais, com otimismo, é possível apostar fichas na desaceleração. 

Não se está levando em conta os muitos e graves problemas do município, visto que estão a refletir estrago ‘produzido’ nos últimos 6, 8, 10 anos. Estes, certamente, vão estar na próxima esquina. Contudo, saindo do calendário de curto prazo, é possível projetar dias melhores. 

Frise-se, o primeiro obstáculo – pré-condição para que se enfrente todos os demais – está no trabalho ostensivo contra a propagação do coronavírus. Afora a vacinação, cuja importância nem precisa dizer, é necessário eficiência no combate às aglomerações e no cumprimento das medidas restritivas, visto que ambos estão deixando a desejar. A Covid não é um problema local. Mas exige de todos, em particular do executivo, concentração de esforços como prioridade número 1.  

Vencida a doença ou assim que controlada em níveis baixos, Campos poderá olhar adiante e vislumbrar perspectivas de futuro mais significativas do que os problemas ora enfrentados. Tudo isso, como mencionado, em terreno onde não há certezas nem segurança. 

Conquistas do passado são esteio para o futuro 

Recuando a passado bem distante, a monocultura do açúcar trouxe para esta terra fértil prosperidade e riqueza. Primeiro, foram os grandes engenhos; depois, por volta de meados do século 20, o vasto parque industrial. Já é hora, portanto, de se avistar um novo ciclo. 

Sem mencionar o aumento extraordinário do repasse dos royalties nos últimos meses comparativamente a igual período dos anos imediatamente anteriores – o que poderá se sustentar, ou não – o que se avizinha como promissor e não depende de fatores externos está na própria espinha dorsal desta planície: o agronegócio.  

A agricultura, deixada ao relento mesmo sendo o principal perfil do município, poderá se juntar aos demais setores-chaves de Campos e inaugurar nova fase desenvolvimentista. É dizer: saneamento básico, saúde, educação, habitação e emprego. 

Lembrando que nem mesmo se tratou aqui da perspectiva de volumosos investimentos provenientes do petróleo – o que poderá ser de formidável avanço – não se confunde otimismo com fantasia. Para tanto, temos 400 anos de uma história de pujança econômica e prestígio político que remonta à época de Capitania, passa pelos tempos de Villa de São Salvador até à condição de município, em 1835, com a emancipação. 

Saudade e esperança 

Nessa linha que revela nosso justo e merecido anseio por tempos melhores, não seria demais sonhar que daqui a muitos anos – talvez nem tantos assim – quando os hospitais públicos estiverem devidamente aparelhados e com os pacientes em quartos –  não em corredores –, quando a miséria for extirpada da periferia e quando as crianças saírem dos sinais de trânsito e passarem para as salas de aula.  

Quando, ainda, a população contar com serviços essenciais e o município tiver girado 180º, consolidando nova era de progresso e qualidade de vida a toda gente goitacá, talvez aí possamos pensar em trazer de volta uma parte de nossa memória, com a Praça de São Salvador – a praça que todos amamos, – reerguida novinha, como se restaurada em seus mínimos detalhes, demolindo e reduzindo a entulho aquele trambolho de granito que indevidamente se coloca entre a Catedral e o Paraíba do Sul. 

Enfim, resgatar o espaço arborizado, o florido dos canteiros e o verde da grama – tudo em plena harmonia com a natureza –  seria trazer de volta nosso principal cartão postal e o visual que marcou várias gerações: o de uma praça.