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Tempestade em copo d’água

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Geral
Por Editorial
4 de julho de 2021 - 6h31

Quando se mistura religião e política, surgem no céu nuvens diversas formando o que os americanos chamam de “tempestade perfeita”. É o que acontece agora quando o prefeito Wladimir Garotinho decide entregar a administração do Parque Alberto Sampaio aos evangélicos.

Criou-se um grande debate, mas parece que Wladimir está protegido por um guarda-chuvas de argumentos concretos. Os críticos da decisão lembram que o estado brasileiro é laico. O prefeito acata, mas contra-ataca dizendo que é laico, mas não é ateu.

Os próprios evangélicos garantem que tratarão o parque com espírito ecumênico e que não será uma reserva ambientalizada somente para ele. O nome de Kapi Gois Cavalcanti, dramaturgo e diretor de teatro, continuará sendo dado ao anfiteatro do parque.

Em suma, essa tempestade perfeita para ter um temporal dentro de um copo d’água. O que se espera é que o parque mantenha o espírito de centro de convivência, não desta ou daquela religião, mas de todas, mesmo que a administração esteja sendo entregue aos evangélicos.

Houve o cuidado de não se propor o nome de “Parque dos Evangélicos” e sim “Parque da Bíblia”.

Inicialmente, será mantido o nome original, Alberto Sampaio, um grande campista, botânico que passou a vida plantando não só flores e árvores, mas também a concórdia.