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Tecnologia e narrativas independentes são analisadas em livro sobre a Mídia Ninja

O autor, Marcello Benites, é doutorando na Universidade Estadual do Norte Fluminense; lançamento virtual da obra jornalística acontece nesta terça

Literatura
Por Redação
28 de junho de 2021 - 18h12
Marcelo Benites é jornalista e doutorando na Uenf (Reprodução)

Nesta terça-feira (29), acontece o lançamento do livro “A origem da Mídia Ninja no discurso dos jornalistas”, escrito pelo jornalista gaúcho Marcello Benites. Será às 18h, pelo YouTube. Profissional de comunicação residente em Macaé, ele reflete sobre as atividades e lutas jornalísticas em Campos e Região. “É mais um livro sobre jornalistas do que sobre Mídia Ninja. Fiz um recorte com textos publicados pelo Observatório da Imprensa na época da Jornada de 2013”, diz.

O livro analisa a origem da Mídia Ninja a partir do olhar dos jornalistas da imprensa tradicional, além das narrativas midiáticas independentes e a história da tecnologia e da comunicação. A obra reconduz o leitor de volta às Jornadas de Junho de 2013 para refletir sobre os desafios dos jornalistas diante da precarização da profissão e das NTCIS.

Na publicação, Benites não se detém nos protestos de ruas que nasceram contra o aumento das tarifas dos transportes públicos e ganharam novas pautas e desdobramentos. O autor analisa um outro fenômeno: o fortalecimento das narrativas midiáticas independentes a partir das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTICs). Formado pela Escola de Comunicação da UFRJ, Marcelo Benites tem quase 30 anos de experiência como jornalista.

Capa do livro de Marcelo Benites

“Este livro não só lança luz sobre questões em torno da crise de identidade do jornalismo profissional, mas também dá pistas para entendermos o atual momento, em que atores do universo digital como a Mídia Ninja e outros coletivos afinados com um ideário de esquerda têm que disputar narrativas com grupos situados no outro extremo do espectro político, os quais também são descendentes diretos das Jornadas de Junho de 2013”, explica o jornalista e professor da UFRJ, Marcelo Kischinhevsky.

A partir de artigos publicados no site Observatório da Imprensa, pioneiro na crítica da mídia no país e naquele período ainda liderado por Alberto Dines (1932-2018), a publicação de Marcello Benites analisa o discurso desses profissionais sobre os “Ninjas”.

Em seu livro, Benites destaca o uso dos celulares conectados à internet pelos jovens integrantes do grupo ninja. Muitas vezes, foram os únicos a registrar ao vivo as Jornadas de Junho de 2013. “Os veículos tradicionais com frequência viam os manifestantes como desordeiros, sendo algumas vezes até hostilizados nos protestos”, recorda.

Mestre e doutorando em Cognição e Linguagem pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), Marcello Riella Benites usa a Análise de Discurso (AD) de origem francesa para mostrar como os jornalistas receberam as novidades trazidas pela Mídia Ninja. Ele também percorre a trajetória da tecnologia e da comunicação desde os mitos e da filosofia grega até a revolução da internet, passando pelos episódios fundamentais da cultura, como o Iluminismo.

“Meu projeto de doutoramento é analisar o enfrentamento da crise da profissão em Macaé e região. Temos um movimento aqui em Campos para unir forças para resgatar o diploma de jornalista, articulação de categoria, uma reinvenção do ofício para que não fique a reboque da tecnologia. Queremos ouvir o público, os empresários e outros produtores de jornalismo”, conclui.