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Trabalho voluntário que faz a diferença durante pandemia

Projetos sociais de Campos contam com voluntariado para assistir famílias carentes

Geral
Por Redação
27 de junho de 2021 - 0h06
Foto: divulgação

Em uma sociedade cada vez mais centrada na acumulação de capital e carente de políticas públicas voltadas para a assistência, dedicar sua força de trabalho por algumas horas do dia a uma causa social, sem remuneração, é um ato revolucionário. Em Campos, são muitas as associações e organizações não governamentais que contam, exclusivamente, com o apoio dessas pessoas dispostas a fazer o bem sem olhar a quem. Nesses tempos de pandemia, quando o distanciamento tornou-se fundamental, algumas instituições perderam voluntários, atingindo, por consequência, os assistidos. Outras, no entanto, ganharam novos colaboradores e ampliaram a rede de auxílio. O que se percebe, então, é a necessidade, sempre presente, de popularizar o voluntariado a fim de contribuir para a ascensão de grupos em situação de vulnerabilidade.

Pré-requisito é a boa vontade
Uma das maiores associações dedicadas ao trabalho social por meio do voluntariado em Campos, a Associação Bem Faz Bem completa 8 anos em 2021 e, desde o ano passado, amarga os efeitos da pandemia. Com duas unidades, em Goitacazes e Ururaí, a ABFB oferece aproximadamente 25 atividades aos moradores dessas regiões. São aulas e oficinas de línguas, criticidade, orientação da aprendizagem, leitura, esportes, dança, arte (música e teatro) etc. para crianças e adolescentes; além de cursos de geração de trabalho e renda (marcenaria, estamparia, corte e costura etc.) para jovens e adultos e atendimento médico, psicológico, nutricional, jurídico e de assistência social.


Desde que o coronavírus transformou a rotina dos brasileiros, algumas dessas atividades passaram a ser oferecidas remotamente, enquanto outras foram interrompidas. Segundo o presidente, Erivelton Rangel de Almeida, a associação conta, hoje, com 36 voluntários ativos, mas a necessidade de novos colaboradores é crescente. “Queremos retornar alguns serviços e oferecer outros e, para isso, contamos com a boa vontade dos campistas. Precisamos, por exemplo, de professores de desenho, de teatro, de canto, de flauta doce, de costura e modelagem, além de um pedagogo especialistas em cursos profissionalizantes e de profissionais com conhecido na área de desenvolvimento de projetos”, pontuou.

Erivelton acrescenta que essas atividades são “meios”, não “fins”: “Não almejamos formar uma grande bailarina ou um renomado desportista. Nosso intuito é incentivar o respeito, a cidadania, o trabalho em equipe, a autoafirmação… valores universais. Queremos proporcionar uma nova história a essas crianças, adolescentes e adultos. Lembrando que, para se tornar um voluntário, mais vale a boa vontade que a capacitação de excelência. Estar disposto a aprender e compartilhar conhecimento é o único pré-requisito para o voluntariado”, afirmou.

Projeto social da Tribo Ame – Foto: divulgação

Diferencial no currículo
Outro projeto social que foi prejudicado pelo cenário pandêmico foi a Tribo Ame que desenvolve atividades de reforço escolar junto a crianças carentes da comunidade de Lagoa das Pedras, situada a 10km do Centro de Campos. O organizador do projeto, Pastor Jean Assumpção, lamenta a descontinuação desse trabalho, mas reforça que outros serviços foram mantidos. “Mantivemos o apoio mensal com cestas básicas e outros produtos a cerca de 30 famílias, além de proporcionarmos momentos especiais, como quando levamos as crianças para um sítio onde puderam brincar livremente”, lembra.
O pastor reforça que o projeto objetiva “despertar as crianças para sonhar”, mostrando a elas que é possível transformar a realidade em que vivem. Para que essa intenção seja efetivada, o trabalho voluntário é primordial.
“Sempre precisamos de pessoas. No voluntariado, a rotatividade é grande e a permanência é um desafio. Há muitos trabalhos que poderiam ser desenvolvidos, mas, justamente por necessitarem de engajamento e frequência, não ocorrem”. Jean reitera, ainda, que há muitas empresas que têm valorizado a comprovação de trabalho voluntário no currículo, o que, inclusive, torna-se o diferencial em plataformas como LinkedIn, por exemplo.
“Percebemos que o governo, por incapacidade ou desinteresse, não dá conta de todas as necessidades e o voluntariado é uma forma de transformar esse cenário. E não precisamos sair da nossa cidade para isso. Cada um de nós estamos próximos de alguma comunidade em situação de precariedade”, reforça.

Comprometimento é essencial
Com 10 anos de história em Campos, o Projeto Alegria, que hoje se dedica à distribuição de alimentos para pessoas em situação de rua, não foi regularizado como uma ONG justamente por serem poucos os que de fato de comprometem com a causa. “Temos um grupo com 60 pessoas, mas apenas 10 são atuantes. Esse contingente atende aos nossos propósitos atuais, mas é difícil ampliar a rede e as demandas com tão poucos colaboradores. Montamos um estatuto e quase conseguimos uma sede, mas por falta de braços, adiamos esse sonho. É importante ressaltar que o voluntariado não é “publicidade”. Nosso grupo é sério e o foco é ajudar ao próximo. Hoje mantemos a entrega de lanche aos amigos em situação de rua às terças-feiras e distribuímos cestas para comunidades e famílias carentes. Como nosso grupo é antigo, sempre aparecem pessoas pedindo doação. Então somos uma ponte na cidade. Grupos nos procuram e nós os auxiliamos. Lembrando que não aceitamos dinheiro, só alimento e participação”, declara.

Outros projetos em Campos
Para esta reportagem, a equipe de jornalismo do Jornal Terceira Via também ouviu outras entidades que também necessitam de apoio voluntário. São elas: o Grupo de Resgate Voluntário, que presta atendimento a vítimas de acidentes, além de, atualmente, auxiliar na vacinação contra a Covid-19 por meio da dedicação de profissionais da Saúde e de condutores socorristas; a Associação Amigos do Rim, que assiste pacientes em terapia renal; o grupo Mulheres do Brasil, que objetiva incentivar o protagonismo e o empreendedorismo feminino; a Casa de Francisco Lamego – Lar Fabiano de Cristo, que orienta e incentiva a cidadania entre adolescentes e jovens de Guarus; e os projetos Campos Contra Fome e De Coração Aberto, ambos dedicados à distribuição de alimentos a comunidades vulneráveis do município, mas que pretendem alcançar outras frentes a partir do voluntariado.

CONTATOS
Associação Amigos do Rim:
@amigosdorim

Associação Bem Faz Bem:
https://bemfazbem.org.br/

Campos Contra Fome:
@camposcontrafome

Casa de Francisco Lamego
Lar Fabiano de Cristo:
(22) 2722-2700 | 2733-4993

De Coração Aberto:
@de.coracao.aberto

Grupo de Resgate Voluntário:
https://resgategrv.com.br/

Mulheres do Brasil:
@grupomulheresdobrasilcampos

Projeto Alegria: @alegriaprojeto

Tribo Ame: @triboame