É triste, mas a exemplo da maioria das grandes cidades brasileiras, Campos, com meio milhão de habitantes, tem um cardápio farto de crimes, que vêm sendo praticados no atacado e no varejo, assustando a sociedade. Crimes que até pouco tempo não se imaginava alcançar a planície chegam com a violência e a rapidez de uma bala perdida.
A reportagem especial desta edição trata deste assunto: chacina de três jovens em Guarus; tentativas de homicídio como a do prefeito da Uenf, mortes por balas perdidas em Campos e São Francisco, apedrejamentos de veículos cometidos por traficantes na BR-101, no Parque Santa Helena, e muitos outros, levantados pelo jornalista Ocinei Trindade.
Apurou-se que, em 2020, na área do 8º Batalhão de Polícia Militar (Campos, São João da Barra, São Fidélis e São Francisco de Itabapoana), aconteceram 155 homicídios. As tentativas de homicídio chegaram a 173, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). Em 2021, há apenas relatórios disponibilizados de janeiro a abril. Foram 70 assassinatos.
Quem já não foi vítima de uma ação criminosa tem na família ou pelo menos conhece alguém que passou por esse drama, que deixa sequelas psicológicas. Estamos à beira de vivermos sob o domínio do medo. As experiências da área de segurança pública não surtem o efeito esperado.
Os crimes viralizaram e tomaram ar de epidemia, com suas diversas cepas em um quadro quase pandêmico.