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Mirando acordo com TCE, Prefeitura inicia pente fino nos quadros de hospitais para diminuir gastos com pessoal

Município quer realocar servidores conforme necessidade das unidades para diminuir número de contratados

Campos
Por Redação
14 de junho de 2021 - 9h46
(Fotos: Divulgação/Prefeitura de Campos dos Goytacazes)

Perto do prazo final para protocolar, junto ao Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE/RJ), um pedido de Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) que permita continuar a utilizar royalties para pagamento de pessoal, a Prefeitura de Campos iniciou um pente fino nos quadros em unidades de Saúde da rede pública. O objetivo é realocar servidores conforme necessidade das unidades a fim de diminuir número de contratados, de forma a mostrar à Corte esforço para equilibrar as contas do Município.

O primeiro é o Hospital São José, em Goitacazes, na Baixada Campista, mas a medida vai alcançar, em breve, os Hospitais Ferreira Machado (HFM) e Geral de Guarus (HGG).

O presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS) e secretário municipal de Saúde, Adelsir Barreto, o vice-presidente da FMS, Marcos Gonçalves, o secretário de Administração e Recursos Humanos, Wainer Teixeira, e o sub-chefe do Gabinete do Vice-Prefeito, Sérgio Cunha, se reuniram com o diretor do Hospital São José, Roberto Fiuza, para verificar os números.

“Pretendemos adequar melhor o número de servidores, o que vai diminuir o número de contratados no local. Vamos realocar e realizar uma readequação dos profissionais dentro de seus departamentos, seguindo o que preconiza a lei, valorizando esses recursos humanos que são peça chave da assistência à população”, disse Barreto.

O pente fino será estendido a “todos os hospitais públicos do município, assim como as Unidades Pré-Hospitalares”, informa o site da Prefeitura de Campos.

“Estamos iniciando no São José, em seguida vamos para o Hospital Geral de Guarus e Hospital Ferreira Machado. Buscaremos a profissionalização, com profissionais capacitados, cada um no seu lugar, eliminando as disfunções e desvio de cargo, com técnico de enfermagem fazendo seu serviço de enfermagem; contador no lugar de contador; e médico fazendo medicina”, explica Adelsir Barreto.

O Hospital São José atende a toda Baixada Campista. A unidade realiza, por mês, cerca de 12 mil atendimentos, entre consultas ambulatoriais, pediatria e internações. Atualmente, o hospital conta com 54 funcionários no corpo médico, 50 enfermeiros, 42 auxiliares de enfermagem e 132 técnicos de enfermagem, além de outros 235 funcionários na área administrativa e serviços de apoio.

Notificação do TCE

A tentativa de diminuição dos gastos de pessoal acontece em paralelo ao movimento para aprovação de uma série de medidas de austeridade, incluindo o projeto de lei que altera o Código Tributário do Município, que deve ser reapresentado à Câmara Municipal nesta segunda-feira, para votação na terça.

O projeto de lei é parte de um pacote de 13 propostas de autoria do Executivo que têm o objetivo de ajustar as contas do Município, em resposta a uma notificação emitida pelo TCE. A Corte alertou a Prefeitura de que os gastos com folha de pagamento do funcionalismo ultrapassaram, no último quadrimestre de 2020, o limite de 54% do Orçamento, estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Campos empregou, no período 54,5% do que arrecadou no pagamento de servidores públicos.

Para que o TAG seja assinado, o TCE exige que município coloque em prática medidas para aumentar a arrecadação própria e diminuir as despesas.

Das 13 propostas apresentadas, 12 foram aprovadas em votação tensa Câmara, no último dia 25, e sancionadas pelo prefeito Wladimir Garotinho.