Começou nesta segunda-feira (14) a Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, que acontece também em Campos entre os dias 14 e 18 de junho. A ação foi lançada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e visa possibilitar a identificação de pessoas desaparecidas por meio de exames e bancos de perfis genéticos. Neste primeiro dia, a procura foi maior do que o esperado.
“Estamos com movimento maior que nossa expectativa. E isso é muito importante. Convido os familiares dos desaparecidos da região a comparecerem nos postos de polícia técnica de Campos, Itaperuna ou Macaé para que possam doar esse material genético a um banco de perfis. Com isso, a gente pode solucionar os casos de desaparecimento dos últimos anos. É uma possibilidade dar uma resposta à sociedade e a essas famílias que tanto sofrem”, explicou Carlos Frederico Ozório, coordenador do Posto Regional da Polícia Técnica Científica (PRPTC) do Norte Fluminense.
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A assistente social e advogada Mônica Henriques Gomes busca uma resposta para o desaparecimento do irmão há 15 anos. Ele trabalhava na Região dos Lagos quando falou pela última vez com a família.
“Meu irmão avisou que chegaria para o jantar e nunca chegou. É uma situação muito triste. Quando alguém morre, e há o enterro, é um processo que fecha um ciclo. Mas no caso de desaparecimento, o ciclo não fecha e a gente fica sempre à espera de numa notícia, seja ela qual for. Os anos passam e a gente não tem solução. A gente quer qualquer resposta para finalizar um ciclo”, comentou.
A autônoma Alexandra Bastos também tem esperanças de encontrar solução após a campanha.
“Segundo a investigação, meu marido foi assaltado. Roubaram o carro e tudo o que estava com ele. Quatro suspeitos estão presos, dois confessaram o que aconteceu, mas até agora a gente não sabe onde está o corpo. É um sofrimento que não acaba. Espero que com essa campanha da coleta, a gente um dia possa encontrá-lo e fazer um enterro digno. Quem perdeu alguém da família, sabe a dor que eu estou passando. É horrível”, desabafou.
Como participar
A coleta do material genético não dói e é feita com a retirada de uma pequena quantidade de saliva da bochecha. A campanha acontece entre os dias 14 e 18 de junho, em vários postos no Estado do RJ. Na região é em Campos, Macaé e Itaperuna.
Quem ainda não tiver oficializado o desaparecimento do familiar será orientado a registrar a ocorrência na delegacia. Em Campos, a coleta acontece no Posto Regional de Polícia Técnica Científica de Campos (PRPTC), que fica na Avenida XV de Novembro, nº 799, no Parque Leopoldina. O telefone é o (22) 2732-1759.