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Ex-prefeito de Carmo e outras sete pessoas são presas por suspeita de corrupção

Justiça decretou o sequestro dos bens móveis e imóveis dos denunciados, além de criptomoedas que estariam sendo usadas para lavar dinheiro

Estado do RJ
Por Redação
7 de junho de 2021 - 15h27
Ex-prefeito do Carmo, Região Serrana do Rio de Janeiro (Reprodução)

O ex-prefeito de Carmo, Paulo Cesar Ladeira, e outros sete investigados foram presos nesta segunda-feira (7) na segunda fase da Operação Chorume, realizada pelo MPRJ em conjunto com a Polícia Civil, por meio da 112ª DP, que mira um esquema criminoso que estaria ligado a fraudes em contratos da Prefeitura de Carmo, na Região Serrana do Rio.

Simultânea à Operação Chorume, a Polícia Federal também deflagrou nesta segunda a Operação Volátil, que apura fraudes em contratos de fornecimento de álcool em gel para órgãos públicos no Espírito Santo, que seriam praticadas pelo mesmo grupo de empresários investigado pela operação do MPRJ e da Promotoria de Justiça de Carmo.

A operação Chorume Fase II cumpriu todos os oito mandados de prisão expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital.

De acordo com as investigações, os contratos alcançam o valor aproximado de R$ 40 milhões. Segundo o MPRJ, durante o período em que Ladeira esteve no cargo, entre 2017 e 2020, o grupo se articulou para que duas empresas, a Limpeza Urbana e a Forte Ambiental, obtivessem contratos superfaturados de limpeza urbana com o município, por meio do pagamento de propina a agentes públicos.

A defesa do ex-prefeito Paulo Cesar Ladeira informou que não teve ciência do inteiro teor do respectivo procedimento e que as manifestações ocorrerão nos autos do processo.

Primeira fase da operação
As investigações sobre o esquema criminoso já haviam dado origem à primeira fase da Operação Chorume, realizada em março deste ano e que, na ocasião, gerou a prisão do próprio Ladeira por lavagem de dinheiro, quando foi encontrada a quantia de R$ 128.900,00 decorrente de propinas enterradas em seu sítio, além da vereadora Rita Estefânia Gozzi Farsura, do ex-secretário de Meio Ambiente, Ronaldo Rocha Ribeiro, e do empresário Murilo Neves de Moura, todos acusados de corrupção ativa, corrupção passiva, associação criminosa e prevaricação.

De acordo com o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), foram apontadas diversas irregularidades na licitação que resultou na contratação da empresa Limpeza Urbana para prestar serviços à prefeitura, como o fato de que o edital não foi publicado em jornal de grande circulação e apenas três dias antes da fase de disputa. Além disso, foi observado indício de sobrepreço no custo estimado da tonelada de lixo, na ordem de 148%.

Em suas conclusões, o TCE-RJ apontou diversas irregularidades na elaboração do projeto básico, na licitação e na execução contratual, apurando um sobrepreço na ordem de R$ 1.817.190,09, comparado aos preços praticados pelo mercado, e ainda um superfaturamento causado pela atestação de insumos em quantidades superiores àquelas utilizadas na ordem de R$ 3.867.492,19, apurando, até o momento, um prejuízo aos cofres públicos de R$ 5.684.682,28, isso apenas no contrato firmado com a Limpeza Urbana, sem prejuízo dos demais contratos celebrados com empresas do grupo investigado.

Ainda segundo o MPRJ, em 2019, após a empresa Limpeza Urbana ter sido alvo de um escândalo de corrupção no Espírito Santo, o ex-prefeito Cesar Ladeira, com o auxílio dos também investigados Ronaldo Rocha Ribeiro, ex-secretário de Meio Ambiente, e Lindemberg de Melo Costa, fiscal do contrato, rescindiu com a empresa e realizou nova licitação, direcionada para a empresa Forte Ambiental, de titularidade dos mesmos sócios da Limpeza Urbana.

Fonte:Portal G1