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PF faz buscas na casa do governador do Amazonas e tenta prender secretário de Saúde

Operação encontrou indícios de favorecimento a empresários no aluguel de complexo hospitalar como hospital de campanha

Justiça
Por Redação
2 de junho de 2021 - 12h44
Sede da Polícia Federal em Brasília. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e o secretário estadual de Saúde, Marcellus Campêlo, foram alvos de uma nova operação da Polícia Federal para apurar gastos do estado na pandemia.

Desta vez, são investigadas supostas irregularidades na construção do hospital de Campanha Nilton Lins, em Manaus, alugado pelo estado para o combate à Covid-19

A Operação investiga se funcionários da Secretaria de Estado de Saúde fizeram contratação fraudulenta para favorecer grupo de empresários locais para a construção de hospital de campanha, sob orientação da cúpula do governo do Estado.

Os Agentes fizeram buscas na casa de Lima, na sede do governo do Amazonas, na Secretaria de Saúde e na casa do secretário estadual de Saúde, Marcellus Campêlo.

Há um mandado de prisão contra o secretário, mas Campêlo não havia sido encontrado até a última atualização desta reportagem. Em nota, ele disse que estava viajando, mas está “à disposição” da Justiça e vai “prestar todos os esclarecimentos”.

Também houve ações da PF no Hospital Nilton Lins e na casa do dono da unidade, Nilton Costa Lins Júnior, que foi preso. Durante a ação da PF, o empresário chegou a efetuar disparos com arma de fogo.

Governador já foi alvo de outra operação

Em junho do ano passado, o governador Wilson Lima já tinha sido alvo de buscas da PF por suspeita de desvio na compra de respiradores. Ele deve ser julgado pelo caso na Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) nesta quarta (leia mais abaixo). Na operação da PF do ano passado, a então secretária de Saúde do estado chegou a ser presa.

Os mandados de busca e apreensão desta quarta-feira, 19 ao todo, e os de prisão, que somam 6, foram autorizados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Há mandados sendo cumpridos pelos agentes da PF em Manaus e em Porto Alegre (RS).

Foram detidos na operação Sérgio José Silva Chalub, Rafael Garcia da Silveira, Frank Andrey Gomes de Abreu, Carlos Henrique Alecrim John.

Contratação irregular e risco de contaminação

A operação da PF desta quarta é parte da quarta fase da Operação Sangria, que investiga crimes como pertencimento a organização criminosa, fraude a licitação e desvio de recursos públicos.

Foram encontrados indícios de que funcionários da Secretaria de Saúde amazonense tenham beneficiado grupo de empresários na contratação de parte do Complexo Hospitalar Nilton Lins para ser usado como hospital de campanha.

Segundo a investigação, contratos assinados em janeiro de 2021 com o governo do Amazonas para serviços de conservação e limpeza, lavanderia hospitalar e diagnóstico por imagem no hospital de campanha têm indícios de irregularidades no processo licitatório, prática de sobrepreço e não prestação de serviços contratados.

Os responsáveis pelas irregularidades poderão responder pelos crimes de fraude à licitação, peculato e pertencimento a organização criminosa. Se condenados, poderão cumprir pena de até 24 anos de reclusão.

Fonte: G1.globo.com*