×
Copyright 2024 - Desenvolvido por Hesea Tecnologia e Sistemas

Conectada ao desenvolvimento pessoal e profissional

A empresária e fisioterapeuta Júlia Neves se lança no mundo digital e cria canal no YouTube sobre gestão em saúde

Entrevista
Por Ocinei Trindade
16 de maio de 2021 - 0h02
Empresária Júlia Neves – Foto: Carlos Grevi

A empresária Júlia Neves se formou em Fisioterapia há 18 anos. Como gestora, faz 13 anos que ela se dedica à área. Começou atuando no Grupo IMNE e, atualmente, dirige duas unidades da FisioClínica, empresa que tem em sociedade com o marido, o médico oncologista Diogo Neves. No dia 12 de maio, a empresária estreou no YouTube com o canal “Júlia Neves – Gestão em Saúde”. A nova seara no mundo digital é muito bem-vinda, segundo ela.
Júlia Neves começou a valorizar mais a marca profissional e pessoal no Instagram. Ela acredita na conexão entre pessoas, e que a Internet pode ajudar a promover conhecimento e ajuda mútua. Em seu canal no YouTube, a empresária pretende falar de gestão profissional, oferecer cursos gratuitos em módulos, master class, dicas para ter negócios de sucesso. Ela quer se dirigir a profissionais, mas sobretudo ao público em geral para promover saúde e bem-estar. Nesta entrevista, Júlia Neves fala sobre mundo digital, pandemia e desafios.

Espontânea e profissional – Foto: Carlos Grevi

Como é essa nova atividade ligada ao seu trabalho de gestora da FisioClínica Health nas mídias digitais?
Eu pensava que esse mundo digital não era assim tão confortável para mim. Sempre fui uma gestora de estar por trás dos bastidores, nunca quis aparecer. Achava que quem tinha que aparecer era a minha empresa. Nunca tive essa vaidade ou vontade que as pessoas soubessem que eu sou a gestora, não era meu interesse. Meu objetivo era fazer dar certo. Porém, ano passado, com essa pandemia, isto acabou acelerando muito o mundo digital. Eu comecei a entender que pessoas se conectam com pessoas. Eu entendi que a minha clínica precisava de um rosto. As pessoas começaram a buscar esse rosto em outros profissionais da empresa. Se um desses profissionais se desligar, poderia levar a credibilidade da minha empresa. Percebi que o rosto da empresa tinha que ser eu.

Você estreou há pouco tempo o teu canal no YouTube chamado ” Julia Neves – Gestão em Saúde”. O que tem a dizer dessa experiência na Internet?
O mundo digital precisa e se conecta com um rosto. Aprendi sobre branding, o desenvolvimento de uma marca pessoal. Comecei a entender que eu sou Júlia e tem minha marca pessoal onde desenvolvo todos os meus produtos no mundo digital como gestora. A marca Júlia Neves é um branding pessoal desenvolvida. Paralelamente, eu tenho a marca FisioClínica das minhas empresas.

Bastidores de uma gravação – Foto: Carlos Grevi

Em teu canal no YouTube o nome Júlia Neves passa a ficar mais evidenciado?
São situações diferentes. Nesse momento, trabalho uma marca pessoal, onde as pessoas conseguem me olhar como uma gestora, mas entendem que não existe uma comunicação vazia. Acho que a Internet está muito cheia disso, muita gente querendo ensinar um monte de coisas, mas sem conhecimento. Como ensinar algo que não se pratica? Eu não me desvinculo da imagem da minha clínica. Pelo contrário. Eu e me orgulho e é por isso que eu posso ter esse know how para falar para as pessoas sobre gestão em saúde. Hoje eu me encontro gestora da Fisio Clínica, mas também posso estar em outras frentes, como essa do mundo digital.

A partir de agora em teu canal no YouTube vídeos serão disponibilizados semanalmente?
Eu comecei o meu trabalho de fortalecimento de brending no Instagram, onde comecei a mostrar uma Júlia gestora que eu nunca tinha mostrado antes, pois não era meu objetivo. Passei a ter nessa conta interesse mais profissional para a criação de meu branding, da minha marca pessoal. Ali comecei a desenvolver vídeos de gestão. Caminhei para o Youtube, onde fiz o lançamento do meu primeiro vídeo de abertura. O próximo vídeo falarei sobre liderança, como ser um bom líder. Às vezes as pessoas acham que os líderes nascem líderes, mas eles são treinados e eu sou um exemplo disso.

Concentração antes de tudo – Foto: Carlos Grevi

Qual é o público-alvo de seu canal e desses conteúdos produzidos?
Eu sou uma gestora em saúde. Entendo que eu consigo me comunicar e ajudar muito os profissionais de saúde. A gente não aprende a ser gestor na graduação. Eu tinha uma dificuldade e fui fazer MBA, fui me especializar. Sei que posso ajudar outros gestores em saúde a caminhar nesse mundo. Porém, ser um gestor é ser gestor em qualquer lugar. Os formatos de gestão servem para várias empresas. Eu posso falar determinadas coisas mais “nichadas”, mas eu consigo me comunicar. Por exemplo, liderança. Não só um gestor de saúde fala sobre isso. Qualquer gestor precisa aprender e a desenvolver liderança.

A questão da pandemia influencia, exige mais em questão de gestão e negócios?
Acho que a pandemia é desafiadora para qualquer pessoa. Todo mundo precisou se ajustar. Hoje, os negócios que permaneceram, independentemente de serem de saúde ou não, já eram estruturados, robustos financeiramente. Quando se tratava desse negócio com responsabilidade, com reserva de caixa, conseguiram passar pela pandemia. Ela nos mostrou que precisamos ser flexíveis. As pessoas duras e engessadas que acham que não podem ser maleáveis não conseguiram se adaptar à pandemia. Tivemos que nos moldar à realidade de cada dia. Eu disse ao meu time: vamos fazer o que a gente tem de melhor hoje, pois não sabíamos se no dia seguinte poderia abrir, se as pessoas chegariam à nossa clínica. Cultivamos uma organização de rotina. Isso nos deu fôlego, apesar da instabilidade e do medo de trabalhar na área de saúde. Fomos nos apoiando e vencendo. Isso tornou a empresa e as pessoas muito mais fortes e conectadas. A gente faz dar certo, não tem nada que pare a gente.

Como vê o uso da tecnologia em consultas remotas? Já se pratica a telemedicina. Há espaço também para a fisioterapia?
Sim e não. Sim porque é a tal da flexibilidade. Se você me perguntasse isso um ano atrás, eu ia responder “não, com certeza”. Hoje já consigo ver possibilidades, mas entendo muito que a força da fisioterapia está na mão, está no toque. Contudo, já consigo ver um outro caminho. De repente, a pessoa na casa dela pode ser orientada para fazer um pilates de solo. Inclusive, eu gravo vídeos com dicas da FisioClínica, pois sempre tenho um especialista que conversa comigo, onde sempre ensino as pessoas a fazerem determinados tratamentos em casa. Eu digo “seja fisioterapeuta de si”. É possível passar aos outros o conhecimento de alguns pontos do corpo. Não se pode fazer acupuntura em casa por ser uma técnica especializada. Mas há pontos que podem ser apertados para melhorar a ansiedade. Isto eu consigo ver no mundo digital.

O escritório foi adaptado para as gravações – Foto: Carlos Grevi

Muitas pessoas que tiveram Covid-19 se queixam de sequelas deixadas pela doença. Qual o papel da fisioterapia na recuperação delas?
Todos os pacientes que passam pela Covid ficam com alguma sequela. Ainda é tudo muito novo em pesquisas. O que acontece com um, nem sempre acontece com outro. Não é uma regra. É bem natural no pós-Covid ter uma redução na expansão do pulmão, por exemplo. Sabe quando estamos com uma roupa apertada, queremos respirar e há sensação do pulmão agarrado? A Covid faz isso com o pulmão. A fisioterapia trata exatamente dessa reexpansão pulmonar. Há também queixas de dores nas articulações; pessoas que ficam muito tempo acamadas na UTI e têm dificuldade de voltar à vida normal; ganhar músculos e tonicidade.

Que destaques profissionais podem ser feitos em suas clínicas?
Temos duas unidades. A clínica da Rua Treze de Maio é especializada. Temos 13 salas com os melhores fisioterapeutas, com todas as especialidades da área, com profissionais muito competentes. O diferencial de nossa empresa é que atendemos por meio de planos de saúde com tanta eficiência que não difere de um atendimento particular. Nosso paciente recebe tratamento eficaz com profissionais especializados que conseguem resolver problemas de forma rápida. Já na FisioClínica Health, na Rua Barão da Lagoa Dourada, é uma unidade com equipe multidisciplinar, mas que não atende somente a planos de saúde. Além de nove salas de fisioterapia, contamos com médicos, psicólogos, nutricionistas, enfermeiros, atendimentos específicos para mulheres e gestantes. Na parte médica, temos trabalhos mais exclusivos, sem demora no atendimento.

Quais as suas considerações finais e mensagem que quer deixar para as pessoas sobre esses desafios na vida e também no aspecto digital?
Quero dizer às pessoas que não tenham medo de se colocar em uma situação vulnerável. Há quem tema tentar o novo. Dizem: “o que vão falar de mim?”, “será que vão me criticar?”, “será que vão rir de mim do que vou falar?”. Realmente, todos nós temos vulnerabilidades. Eu me coloco nessa situação. Eu brinco que o mundo digital parece um buraco negro que a gente fica tentando achar a saída. É um turbilhão, mas curto o processo. Sei que não vai ser perfeito nesse primeiro momento o meu canal no YouTube; meus cursos não são de um super pop star. As pessoas podem encontrar algumas falhas, mas está tudo bem. Adoro críticas que eu entendo serem construtivas. É preciso ter coragem e seguir adiante.